Morre em Blumenau Martin Drewes, ex-piloto da Força Aérea Alemã na Segunda Guerra Mundial

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Condecorado por Adolf Hitler, militar tinha 94 anos e morava no Brasil desde 1949

 

ClippingNEWS-PAMartin_DrewesA história do ex-piloto da força aérea alemã Martin Drewes encerrou neste domingo, aos 94 anos. Reconhecido por bravura pelo regime de Adolf Hitler, Drewes abateu 52 aviões inimigos durante a Segunda Guerra Mundial, quando participou de 235 missões de combate noturnas. Guardava na parede de casa, em Blumenau, um telegrama recebido do próprio Hitler, em abril de 1945, que lhe concedia uma das maiores condecorações militares alemãs. Com a derrota do III Reich, foi capturado. Mudou-se para o Brasil em 1949. Participou da construção de Brasília, pilotando um avião que fazia fotos aéreas da região por onde passariam estradas que hoje levam à Capital Federal.

A carreira militar de Drewes foi tema de documentários e reportagens em vários idiomas. Ele próprio escreveu uma autobiografia intitulada Sombras da Noite, publicada em 2002. Em agosto do ano passado, foi entrevistado pelo programa Dossiê, do canal de TV por assinatura Globonews. Ao detalhar as missões de combate, disse que derrubara máquinas, mas jamais atirara em pilotos que saltavam de paraquedas para fugir dos aviões em chamas. Negou-se a comentar sobre a política da época, Hitler e o holocausto.

Em Blumenau, era frequentemente visitado por estudantes que queriam ouvir histórias na casa onde viveu até a morte, no Bairro da Velha. Viúvo, teve uma filha na Alemanha e um filho no Brasil. O corpo de Drewes será velado até as 11h desta segunda-feira, na capela mortuária São José. Ele será cremado à tarde no Crematório Vaticano, em Balneário Camboriú.

FONTE: Jornal de Santa Catariana, via Zero Hora

COLABOROU: Observador

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Wagner

Ele foi um herói de seu país, um militar que cumpriu seu dever.

Que descanse em paz.

joao.filho

Rest in peace, Old Warrior.

Observador

Este merecia uma SÉRIE de matérias pelo Poder Aéreo. Tive o prazer e a honra de conversar com ele várias vezes em Blumenau, pois tínhamos um amigo em comum. Aliás, este amigo (também já falecido) viveu os horrores da guerra na Alemanha, mas como um civil, sendo uma testemunha ocular do bombardeiro a Dresden e de toda morte e ruínas que este causou. Voltando ao Martin, ele não teve participação apenas naquele evento histórico (Segunda Guerra Mundial), mas conseguiu participar de outro evento importante, pelo menos para o Brasil. Ele foi contratado como piloto da equipe que realizou as fotos… Read more »

Vader

Que descanse em paz. Embora estivesse do lado errado, merece as homenagens.

Soldat

Um grande guerreiro e herói….

Descanse em paz no VALHALÁ .

Ozawa

Li, reli, li mais uma vez, e ainda dei de presente para 2 amigos, sua biografia “Sombras da Noite”, com uma qualidade gráfica, sem falar do conteúdo da obra, impressionantes. A capa com um Bf 110, sua aeronave na caça noturna, daí o nome do livro, em vôo de aproximação por baixo de um Lancaster, seu enganjamento clássico, é uma das mais belas em obras do gênero…

Descanse em paz. Não importa a bandeira pela qual lutou, desde que tenha lutado com dignidade. E o fez.

Rafael M. F.

Um mestre da “Schärge Musik” Em uma de suas muitas histórias, ele estrou em posição para atacar um Lancaster. O ponto escolhido geralmente era entre os dois motores, onde havia um tanque já vazio, mas cheio de vapor de gasolina, o que garantiria belas chamas. Mas no momento em que ele puxou o gatilho, o bombardeiro repentinamente muda de posição e os tiros acertam o bomb-bay – ainda cheio. Segundo suas próprias palavras, “ficou tudo claro de repente”. Um dos estilhaços atingiu o relógio do navegador e congelou para sempre a hora do ataque: 01:19 am. Um ás de 52… Read more »

Vovódka Snowdenvisky

‘O cara era tão odiado pelos russos que os mesmos ofereceram uma recompensa de 100.000 rublos para quem o abatesse.’ E a veia aqui ainda tento ganha essa recompensa porque a vovo veia luto na Grande Guerra Patriotica e voei P-39 americano que era muito bom por causa do canhaozao no nariz mais que ficava com valta de ar quando subia mais e nao adiantava joga vodka no tanque que nao era que nem Sukhoooooi e nao subia direito de jeito nenhum e o chato desse Hartmann acabo pegando a veia de jeito e me acerto antes da vovo acerta… Read more »

geobosco

Uma lenda da Segunda Guerra…… Que descanse em paz no céu !!!!!!!Não como Hitler, que arde no inferno!!!!!!!!!!!

Observador

Senhores, Segundo Martin Drewes, o maior às que ele conheceu não foi Adolf Galand, Heinz-Wolfgang Schnaufer ou Erich Alfred Hartmann. O maior às alemão na opinião dele (pombas, tem mais peso do que a opinião de todos nós juntos) foi Hans-Ulrich Rudel. Ele não é tão conhecido porque ao invés de pilotar um garboso caça, ele pilotou um bombardeiro de mergulho, o “Stuka”. Porém, nas palavras de Martin Drewes, “quando Rudel mergulhava ele levava a morte, porque ele não errava uma (vez)”. Ah, e quem tinha cabeça a prêmio por 100.000 rublos era ele. A lista de alvos abatida por… Read more »

Fernando "Nunão" De Martini

De fato, Observador. E pode colocar na conta do Rudel também 9 aeronaves, abatidas com ele nos comandos de um Ju-87 (fora as que seus artilheiros abateram).

Apesar de alguns exageros muitas vezes comuns a livros de memórias, considero o livro dele, “Piloto de Stuka” como leitura obrigatória.

Rafael M. F.

Observador
14 de outubro de 2013 at 19:07

Muitíssimo bem lembrado. O cara sobreviveu à guerra e voando uma aeronave extremamente vulnerável.

Fernando "Nunão" De Martini

Continuando, desconhecia essa opinião do Drewes, mas ao ver a lista de meios destruídos pelo Hans-Ulrich Rudel pilotando várias versões do Ju-87 (e especialmente o modelo “caça-tanques” Ju-87G a partir de 1943), não dá pra negar, mesmo que cortemos pela metade ou em um terço o alegado / creditado: 2.530 surtidas de combate 519 tanques soviéticos encouraçado Marat um cruzador soviético um contratorpedeiro 70 barcaças de desembarque quatro trens blindados nove vitórias aéreas Foi abatido nada menos do que 30 vezes, mas sempre por artilharia antiaérea, e nunca por um caça. Um desses abates custou-lhe uma perna. As narrativas de… Read more »

Fernando "Nunão" De Martini

Verdade, Poggio, assim como o livro do Galland. O livro de Heinz Knoke, outro ás alemão (mas bem longe de ser top) também é muito interessante, por estar em boa parte dedicado à luta contra as fortalezas voadoras. Entre as ideias surgidas para atacar as B-17, estava o lançamento de bombas sobre elas, o que chegou a dar certo algumas vezes. Na primeira, a narrativa de Knoke sobre um superior que queria espinafrá-lo por ter feito isso sem autorização, pouco depois do próprio Goering ter ligado pra Knoke dando as congratulações, é bem engraçada. Esse também sobreviveu à guerra, mas… Read more »

Observador

Senhores, Pelo que me lembro, Rudel chegou a prestar consultoria no desenvolvimento do A-10 Thunderbolt. Mas vamos voltar a falar do Martin, afinal foi o falecimento dele! Ele sempre falava que, todo ano, há um jantar em que velhos aviadores que lutaram na segunda guerra se reúnem. Gente de toda a nacionalidade: ingleses, americanos, alemães, poloneses… Ele dizia que os últimos jantares em que foi já havia um certo clima de despedida entre eles. Ele dizia, um pouco triste, que olhava o pessoal e imaginava quais deles estavam “deitando na mesa a colher de sobremesa pela última vez”. E isto… Read more »

Vassili

Nunão e Poggio, O livro que narra as aventuras de Peter Henn chama A Última rajada. Editora Flamboyant, coleção Aventuras Vividas. A capa narra bem como foi a vida do sr. Peter no curso da guerra: Ele saltando de um ME-109 em chamas enquanto que por baixo um P-47 passa às 03 horas dele em curva descendente. Tb tenho na minha modesta coleção adquirida em um sebo daqui de Americana: Fogo no Céu………………………… Pierre Clostermann; Piloto de Stuka……………………… Hans Ulrich Rudel; Os Príncipes do Céu……………… Georges Blond O Grande Circo…………………….. Pierre Clostermann A Agonia da Alemanha…………… Georges Blond O Sobrevivente… Read more »

Henrique Santos

Fantástico logo após ter assistido a um vídeo no YouTube onde Martin contou por 45min parte de suas histórias.. poder ler a matéria e todos os comentários e a riqueza de conteúdos e detalhes citados. Porém creio que os amigos esqueceram-se de citar “Egon Friedrich Kurt Albrecht” nascido em Curitiba-PR, em 19 de maio de 1918. Filho de Frederico Albrecht e Hedwig Elditt Albrecht, ambos imigrantes Alemães. Foi o único brasileiro a ser condecorado com a Cruz de Cavaleiro da Cruz de Ferro. Havia abatido um total de 25 aeronaves inimigas, sendo 15 na frente russa e o restante na… Read more »

abrahao

Honrou ate o fim o exército alemão ! descanse em paz guerreiro

Antonio Torres

De acordo com tudo. Apenas para somar, Hans Ulrich Rudel teve sua perna direita amputada abaixo do joelho e, mesmo com o fim iminente da guerra, continuou voando e combatendo. Após a guerra, escalou o Aconcágua (mais de uma vez).