Rafale na Índia: queda da rúpia pode deixar contrato para o próximo ano fiscal
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Entre outros programas que poderão ser afetados pela perda de mais de 20% do valor da moeda indiana estão o C-130J, A330 de reabastecimento aéreo e a remotorização do jato de ataque Jaguar
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Reportagem do site Defense News colocou o contrato do Rafale entre vários dos programas indianos que poderão ser adiados devido à grande queda do valor cambial da rúpia frente ao dólar. Isso porque compras no exterior são feitas com base no dólar e outras moedas estrangeiras que se valorizaram bastante, nos últimos meses, frente à moeda indiana.
Desde fevereiro, a rúpia perdeu mais de 20% de seu valor em relação ao dólar. Com isso, perto de 7,5 bilhões de dólares desapareceram da alocação prevista de 37,7 bilhões em gastos de defesa, no atual ano fiscal. Apesar de nenhuma autoridade do Ministério da Defesa Indiano dizer quanto já foi gasto da atual alocação (e nem mesmo quantificar a diminuição), fontes do Ministério disseram que, devido ao orçamento ter sofrido uma erosão com a depreciação da rúpia, seria necessário requisitar fundos adicionais ao Ministério das Finanças para comprar novas armas e equipamentos.
Diversos projetos de defesa deverão ser “rolados” para o próximo ano fiscal, já que compromissos dos programas já contratados nos últimos cinco a sete anos precisam ser atendidos com prioridade, segundo fonte do Ministério da Defesa. Já uma fonte da Comissão de Planejamento da Índia disse que diversos projetos da categoria chamada “Plan Head” poderão ser colocados em suspenso. Isso serviria para manter o deficit fiscal abaixo do limite de 4,8%.
Neste ano fiscal, 16,06 bilhões foram alocados sob o “Plan Head” para compras de armas e equipamentos. A queda da rúpia significa que as verbas disponíveis para armas foi reduzida em 3,2 bilhões.
Entre os programas a serem afetados, estão compras de aviões de transporte C-130J da Lockheed Martin, aviões de reabastecimento aéreo A330 da Airbus Military, fuzis de assalto, obuseiros, torpedos e a remotorização dos jatos Jaguar com motores Honeywell.
Há uma grande chance de que o programa do avião de combate multipropósito de porte médio (MMRCA), cujo contrato vem sendo negociado com a empresa francesa Dassault, só seja assinado no próximo ano fiscal. O custo da aquisição de 126 caças Rafale, nesse programa, é estimado em 12 bilhões de dólares.
FONTE: Defense News (tradução e edição do Poder Aéreo a partir de original em inglês)
FOTOS: Dassault
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Off
Número de acidentes aéreos triplica em dez anos no Brasil
http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2013/09/1338423-numero-de-acidentes-aereos-triplica-em-dez-anos-no-brasil.shtml
A desvalorização do Real está bem próximo ao da Rúpia. Má notícia para a compra de equipamentos militares importados.
Se não compraram quando o dólar era cotado a R$1,60, agora, com R$2,40, tá é mais difícil.
Quanta besteira,
A compra destas aeronaves de combate será feita através de um financiamento, a assinatura de um contrato neste momento não será afetada pelo câmbio atual, afinal de contas a primeira parcela não é paga já na assinatura do contrato, pelo menos não deveria ser…
Cada parcela será paga em um período em que se haverá uma taxa de cãmbio diferente, às vezes poderá ser favorável, às vezes não…
Quanta besteira.
Dizer que uma compra de um material importado não é afetado pelo câmbio atual é a mesma coisa que dizer que a compra não é afetada pelo preço inicial.
Groo disse:
7 de setembro de 2013 às 16:00
Eu não disse que “a compra de um material importado não é afetado pelo câmbio atual”;
Eu falei que “a assinatura de um contrato neste momento não será afetada pelo câmbio atual”!
Quando eles vierem pagar a primeira parcela, que provavelmente ocorrerá próximo à entrega do primeiro lote, aí sim o câmbio determinará quantas rúpias serão usadas para cada Euro.
Caro Lyw
Não sabemos as condições que estão sendo colocadas no contrato indiano neste exato momento.
Pode ser que sejam exigidos pagamentos iniciais.
Lembrando que o Brasil fechou alguns contratos via FMS recentemente onde houve a necessidade de pagamento adiantado. Eu sei que a situação da Índia não nada com FMS, mas é só para ilustrar que existem contratos e contratos.
Lyw:
O orçamento em dólares (ou outra moeda) não se altera, mas o orçamento da moeda local se altera e mesmo financiado a longo prazo precisa ser alocado no orçamento.
Marcos disse:
7 de setembro de 2013 às 21:03
Exatamente! Por isto que adiar para o outro ano à espera de um câmbio favorável pode ser simplesmente inútil, a menos que você esteja pretendendo fazer isto em cada parcela do financiamento! Cada parcela do pagamento ocorrerá em condições fiscais diferentes.
Nada garante que no próximo ano o câmbio estará mais favorável, ou no ano após este…
Guilherme Poggio disse:
7 de setembro de 2013 às 18:09
É Poggio, realmente, é que diante de uma concorrência em que foi escolhida (em teoria) a proposta mais interessante sod diversos ou alguns pontos de vista, achei que os franceses ao menos teriam feito uma boa proposta de financiamento, frente às propostas dos concorrentes.
Lyw disse:
7 de setembro de 2013 às 21:48
Correção,
Onde se lê “sod” lêia-se “sob”.
“Exatamente! Por isto que adiar para o outro ano à espera de um câmbio favorável pode ser simplesmente inútil…” Lyw, Pelo que entendi do problema apresentado pela matéria (conforme as fontes na qual a mesma se apoia), não é questão de aguardar o câmbio melhorar em outro ano. O problema é que, com a perda do valor da rúpia devido ao câmbio, o que levou a uma erosão do orçamento quando convertido em moeda estrangeira, os pagamentos já assumidos teriam esgotado o máximo de comprometimento do orçamento deste ano fiscal. Assim, não se poderia assumir outros compromissos neste ano fiscal,… Read more »
Fernando “Nunão” De Martini disse:
7 de setembro de 2013 às 21:54
Pois é Nunão,
Pra mim das duas uma, ou é uma desculpa esfarrapada para justificar atrasos por outros motivos… Ou é mais uma estória que surgiu na mídia a respeito do MMRCA…
Mas é só minha opinião.
Caramba,
Está dificil sair o contrato do Rafale.
Não sou muito fã dele, mas tem que desencantar.