F-X2: prefeito de São Bernardo / SP deixa claro que torce pelo Gripen
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Petista condiciona polo industrial de defesa à compra de caças suecos
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O prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho, condicionou a continuidade do projeto de construção de um polo aeronáutico na cidade à compra, por parte do governo federal, dos caças suecos Gripen, produzidos pela Saab.
Para Marinho, a aquisição das aeronaves suecas “facilitaria o parque aeronáutico” porque os modelos estão em fase de desenvolvimento. O que, segundo ele, traz mais garantia de transferência de tecnologia para deixar o projeto mais viável.
Desde o início da discussão para compra de caças pelo governo brasileiro Marinho mostra predileção pela empresa sueca. Ele chegou a viajar para a Suécia para conhecer in loco o processo de construção do avião. Em seu primeiro mandato, articulou diversas visitas dos executivos da Saab a interlocutores da União para tentar emplacar os modelos suecos.
O petista afirmou que as vantagens trazidas pelos caças Gripen não são observadas nas propostas da norte-americana Boeing, fabricante do F-18, e da francesa Dassault, desenvolvedora do modelo Rafale.
“Os suecos estão em desenvolvimento e é a melhor maneira de fazer transferência de tecnologia exatamente num desenvolvimento que o Brasil está convidado a partilhar. Se o Gripen for escolhido facilita mais nosso parque aeronáutico. Se for os norte-americanos, vamos ver o que dá para salvar. Se for os franceses a mesma coisa. Por isso é a minha torcida pelo Gripen, porque cria maior possibilidade do parque aqui”, explicitou o prefeito. “Nunca falei tão claro como falei desse assunto.”
Em março, Marinho almoçou com diretores da Saab e reforçou o favoritismo da empresa sueca na licitação para compra de 36 caças para a União por meio do projeto F-X2.
“Se comprar (o governo federal) o norte-americano, a Embraer (Empresa Brasileira de Aeronáutica) terá uma ilusão de ganhar com isso. Acho que é ilusão. Os norte-americanos estão oferecendo em tese o mercado para os produtos da Embraer. Eles dizem que transferem tecnologia, mas tenho muita dúvida. A manutenção dos franceses é muito cara e não confio em transferência de tecnologia”, justificou o prefeito de São Bernardo.
Projeto
A sinalização para aquisição dos modelos foi feita ainda no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2006, e desde então se arrasta, principalmente pelo preço: as propostas variam de US$ 4 bilhões a US$ 5 bilhões.
A FAB (Força Aérea Brasileira), em 2010, emitiu documento em que também inclina favoritismo para a Saab. A empresa começou a produzir os caças Gripen em julho e diretores garantem que ainda há tempo para inclusão do Brasil no processo de desenvolvimento da aeronave.
FONTE: Diário do Grande ABC (reportagem de Raphael Rocha)
COLABOROU: Sandro
NOTA DO EDITOR: o título original da matéria do Diário do Grande ABC é o subtítulo
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Ah jura? Kkkkk…. Deve ter um outdoor do Gripen na entrada da cidade!
Do jeito em que as coisas estão, o Gripen E é sem dúvidas a aquisição mais adequada para os cofres públicos e para a indústria nacional. Acredito que só teríamos ToT se pudermos participar do desenvolvimento do caça, como ocorreria se escolhêssemos o Gripen E. Acredito que nenhum dos outros dois concorrentes, apesar das promessas, fariam uma ToT satisfatória. Resumindo, acredito que eles não cumpririam as promessas feitas.
Já no caso do Gripen, a nossa participação seria interessante para eles pois assumiríamos parte dos custos do desenvolvimento do caça.
Como é que ficariam os custos de aquisição e operação do Rafale, caso a Índia assine o contrato de aquisição do mesmo?
Estes custos provavelmente iriam baixar.
Se assim fosse, como ficariam se comparados aos custos do S. Hornet?
Vão continuar muiiito mais caros em função da escala de produção, dos custos de produção europeus(mão de obra mais cara) e o apoio do FMS Americano, até agora imbatível.
Grande abraço
Gilmar,
Complementando o Juarez, somados todos os Rafales da França e da Índia juntos não daria metade da produção do Super Hornet.
Então não vai o aumento previsto na escala que vai resolver o caso de Le Jaquê.
Kkkkkkkkkk que apelação!
Esse prefeito entende tanto de caça quanto eu entendo de lançamento de foguete espacial.
Ele está apenas defendendo o que é do interesse dele, mas foi tão longe que está chamando a Embraer de iludida. Vejam bem: um prefeito querendo ensinar a Embraer e sua equipe de engenharia qual o melhor caça para a empresa obter ganhos tecnológicos. Faça-me rir.
Isso tudo porque a Boeing já está promovendo e estreitando parcerias concretas com a UFMG. Olha o medo de os recursos do FX-2 irem para Minas.
“…suecas “facilitaria o parque aeronáutico” porque os modelos estão em fase de desenvolvimento.” A qual “parque aeronáutico”, o prefeito da cidade que nem aeroporto tem, se refere??? São José dos Campos, São Carlos, Sorocaba ou Ribeirão Preto??? “…terá uma ilusão de ganhar com isso.” Qual é o real nível tecnológico da Embraer??? O de jatos regionais e executivos, somente. O SH é um produto pronto e acabado, não há nada alí que justifique honestamente, a participação da Embraer. A não ser a megalomania da própria, temos que de uma vez por tdas aprender c/ os erros: upgrade dos F-5, Sisfron… Read more »
O Gripen seria uma furada para o Brasil. Não temos competência para isso e nossa aeronave seria um segundo AMX.
Projeto é coisa de país sério.
A que ponto chegamos: nós, brasileiros, que não conseguimos nem produzir direito 30% de um AMX, chamando o Rafale de “jaca”. Não é o “país” que não é sério, é o nosso povo mesmo.
Discordo do Lord Vader. 🙂
O Gripen E/F não seria uma furada para o Brasil. A Embraer hoje evoluiu muito em relação aos anos 80, e tem capacidade de absorver os conceitos de fabricação e desenvolvimento de um caça na classe do Gripen E/F.
Além do que as empresas envolvidas como a Akaer, Imbra e Mectron são brasileiras, se falarmos de ToTs. E não como uma Airbus de Itajubá ou a Thales de São Bernardo.
[]’s
Nick disse:
22 de agosto de 2013 às 10:15
Caro Nick , não discordo de você e nem do caro Vader !!! rsrsrsrs ..
Mas o que ele quer dizer é, que projeto envolve vontade política pois tem a ver com parcerias estratégicas etc e nesse ponto nossa classe política, governantes são mesmo temerosos . Tanto que são mais de 15 anos e não conseguimos escolher o novo caça, e não são por causa de ofertas e tecnologia.
Jackal975 disse: 22 de agosto de 2013 às 9:47 “A que ponto chegamos: nós, brasileiros, que não conseguimos nem produzir direito 30% de um AMX, chamando o Rafale de ‘jaca’. Não é o ‘país’ que não é sério, é o nosso povo mesmo.” A coisa vai por aí, meu amigo. Há uma turma aqui que tem horror aos franceses bobos/desonestos/feios/chatos/incompetentes/careiros/ultrapassados porque não conseguem enfiar na cabeça que a França é uma país menor que o estado de Minas Gerais que tem capacidade de desenvolver sozinha um dos melhores aviões-caça da atualidade e que é dona de grande parte da maior… Read more »
Senhores Se perguntarmos a engenheiros e profissionais da área aeronáutica, não comprometidos com alguns lobies, estes dirão que o Brasil é perfeitamente capaz que projetar e construir um caça supersônico para substituir o F5 partindo do pressuposto que a produção local será a estrutura principal, sendo motores, eletrônica e todo o recheio importado (COTS), assim como os armamentos. Resumindo, o Brasil terá propriedade tecnológica da fuselagem, das estruturas móveis (trem de pouso, dispositivos de controle aerodinâmico, etc) e da integração disto com o motor e o recheio eletrônico. O resto, como acontece nos aviões comerciais que a Embraer faz e… Read more »
Control disse:
22 de agosto de 2013 às 14:56
Sua análise está perfeita.
Só não acredito é que nosso problema seja dinheiro para aquisição ou operação em nenhum dos casos.
O único problema, na minha opinião, é que construindo um caça, as chances dos políticos e lobistas levarem “algum” seriam nulas ou quase isso.