FAB substituirá caças mais potentes por modelo inferior, diz comandante

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Mirage 2000 será aposentado 2 anos após fim do prazo; F-5 será provisório.Substituição ocorre devido à indefinição sobre novas aquisições para FAB

 

Domingo Aereo - AFA 2013 - Mirage 2000B 2

Felipe Néri 

vinheta-clipping-aereoO comandante da Força Aérea Brasileira (FAB), tenente-brigadeiro-do-ar Juniti Saito, afirmou nesta terça-feira (13) em audiência pública no Senado que o governo brasileiro irá substituir as aeronaves Mirage 2000, as mais potentes das Forças Armadas, pelo modelo F-5, de menor potência, a partir do próximo ano.

Os 12 caças Mirage 2000 que pertencem ao Brasil serão aposentados em 31 de dezembro de 2013. Os jatos, que ficam na base aeronáutica de Anápolis (GO), são responsáveis, principalmente, pela defesa do espaço aéreo da capital federal. O modelo F-5, mais antigo, já pertence à FAB e hoje tem como base Canoas (RS), Santa Cruz (RJ) e Manaus (AM).

“Com a desativação do Mirage nesse ano, vamos trazer para cá os F-5 modernizados – com míssil compatível com a defesa aérea – e fazer a defesa área da melhor maneira possível. […] Claro que não é o ideal, mas vamos fazer da melhor forma possível”, disse o comandante da FAB.

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A medida tomada para substituir os Mirage estava indefinida, motivo pelo qual o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, decidiu convocar audiência pública para esclarecer o tema. Os Mirage foram comprados em 2006 e a validade inicial prevista era de cinco anos.

Desde o ano passado, apenas metade dos Mirage estava em operação. Com o fim do prazo de validade, em 2012 seis dos caças passaram a servir apenas de suprimento para os modelos que estavam funcionando, sendo usados por exemplo quando havia necessidade de substituição de peças.

O Mirage 2000 é o mesmo que em julho de 2012 quebrou vidraças do Supremo Tribunal Federal durante voo rasante na cerimônia de troca da bandeira na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Segundo a Força Aérea, o Mirage F2000 pode atingir 2,2 vezes a velocidade do som, que é de mais de 330 metros por segundo.

Substituição provisória

A substituição provisória dos Mirage permanecerá pelo menos até que haja uma definição da compra de 36 aeronaves pela FAB com o intuito de modernizar a Aeronáutica. A compra é parte do programa FX-2 (sic), reequipamento e modernização da FAB. Apesar de ter sido lançado em 2008, o programa ainda não saiu do papel e não há um prazo determinado para as novas aquisições.

Juniti Saito negou que o governo federal esteja deixando de cumprir com a sua tarefa no projeto. “Não acredito que governo esteja prevaricando quando há extensão do prazo [das aquisições]. O Brasil é um país em desenvolvimento e precisa aplicação de recursos em educação, por exemplo. É questão orçamentária, de prioridade”, disse o comandante.

O Brasil analisa três diferentes propostas para a compra dos novos caças. A norte-americana Boeing é uma das fábricas concorrentes que quer vender caças para o programa brasileiro FX-2. As outras empresas que estão na disputa são a francesa Dassault e a sueca SAAB.

FONTE / INFOGRÁFICO: G1

COLABOROU: Henrique CO

NOTA DO EDITOR: na audiência que a equipe do Poder Aéreo assistiu, o brigadeiro Saito deixou claro que os caças Mirage 2000 foram adquiridos como solução provisória para operação durante cinco anos (1.000 horas de voo por aeronave), prazo esse que foi cumprido e depois esticado por mais dois anos, terminando agora, ao final de 2013. O comandante da Aeronáutica procurou demonstrar que o poder de um caça não é representado apenas pela aeronave, mas também pelos seus armamentos, e que os mísseis adquiridos para o Mirage 2000 também estão vencendo neste final de ano. Assim, não faria sentido operar com os jatos sem ter armamentos efetivos disponíveis, servindo tão somente para voar e não para combater.

Sobre o destino dos caças Mirage 2000 (F-2000 na FAB) após a desativação, o comandante Saito disse que uma eventual revenda a outro país dependeria de exigências constantes em contrato assinado com a França, quando da aquisição das aeronaves, referentes a cláusulas de “end-user” (usuário final).

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