Líder é o primeiro grande cliente do EC225 ‘made in Brazil’

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Fábrica da Helibras em Itajubá - out 2012 - linha do EC725 com linha Esquilo à esquerda - foto Nunão - Forças de Defesa

vinheta-clipping-aereoA Helibras vai iniciar, em 2015, a produção da versão civil do helicóptero militar EC725, que está sendo produzido, desde o ano passado, para as Forças Armadas do país (ver foto acima). O primeiro grande cliente da nova aeronave é a Líder Aviação que, em outubro de 2012, assinou uma carta de intenção de compra de 14 helicópteros do modelo.

No mês passado, a Helibras recebeu o sinal verde da Direção Geral de Aviação Civil (DGAC) da França, autoridade que regula a fabricação de helicópteros civis, para produzir o modelo no Brasil. A produção, segundo Eduardo Marson, presidente da companhia, vai exigir uma nova expansão da fábrica em Itajubá (MG).

Nos últimos três anos, a empresa investiu R$ 430 milhões na construção de uma nova linha de montagem em Itajubá, para atender ao programa de nacionalização desses helicópteros, que prevê 50% de conteúdo nacional agregado. O processo de nacionalização, de acordo com Marson, é gradual e para este ano, por exemplo, o índice previsto é de 15%. ” O nosso objetivo para o EC225 [a versão civil] é atingir um valor agregado brasileiro próximo dos 50%.”

Atualmente, a fábrica de Itajubá está com 17 helicópteros militares em produção. As Forças Armadas já receberam sete aeronaves, que foram produzidos na França. As entregas estão previstas para terminar em 2017.

“O nosso grande desafio a partir daí será garantir a sustentabilidade da empresa para o futuro. Por isso decidimos investir também em programas civis e no desenvolvimento de um helicóptero 100% nacional”, ressaltou. A definição das características desse helicóptero, segundo ele, está sendo discutida em conjunto com o governo brasileiro. “No primeiro trimestre de 2014 já devemos ter essa definição”, disse.

Com receita anual de R$ 300 milhões, o presidente da Helibras disse que prevê mais que triplicar o seu faturamento a partir de 2015, principalmente em função da entrega da maior parte dos 50 helicópteros encomendados pelas Forças Armadas e também o início da produção do modelo civil, que tem como principal mercado o transporte de passageiros para as plataformas de petróleo em alto-mar.

Operadores contratados pela Petrobras adquiriram 13 unidades do modelo, mas as operações foram paralisadas desde novembro, após dois acidentes no Mar do Norte. Uma falha no sistema de lubrificação da caixa de transmissão principal teria provocado uma trinca no componente. Em julho, a Eurocopter, fabricante do modelo, retomou integralmente as operações com o helicóptero em todo o mundo, depois que a Agência Europeia para a Segurança da Aviação (Easa) aprovou as medidas de prevenção e detecção desenvolvidas pelo grupo.

No Brasil, o modelo operado pela Força Aérea Brasileira também ficou sujeito às restrições, reduzindo o número de horas voadas, mas sem paralisar as operações. “Por precaução, as aeronaves civis deixaram de operar, mas 50% da frota mundial, estimada em 100 aeronaves, continuou voando”, disse Marson.

A Helibras é uma empresa do grupo Eurocopter, controlado pela EADS, que no fim de julho anunciou a mudança no nome e passou a se chamar grupo Airbus. A Eurocopter, por sua vez, maior fabricante de helicópteros do mundo e controladora da Helibras, mudou o nome para Airbus Helicópteros.

No Brasil, segundo Marson, o nome da Helibras, a princípio, não será alterado. “No dia seguinte à divulgação das mudanças no grupo participei de uma conferência com executivos da companhia e fomos informados de que apenas a Helibras e a Vector, empresa de manutenção com sede no Canadá, teriam seus nomes mantidos”, comentou.

O Brasil é considerado um dos principais mercados para a Helibras, que já entregou cerca de 650 helicópteros, sendo 70% do modelo Esquilo, que tem entre 48% e 54% de valor agregado brasileiro. A Helibras prevê vendas de 38 helicópteros em 2013, cinco a mais que em 2012. Desse total, segundo Marson, 60% foi para o segmento de aviação executiva e 40% para o setor governamental.

FONTE: Valor Econômico, via resenha do EB

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Vader

Carta de intenção agora virou compra?????

Ou muito me engano ou a tal carta de intenção foi assinada ANTES da Kombi-Voadora ser groundeada no mundo todo.

Se a Líder, que de boba não tem nada, comprar essa joça sem uma solução definitiva e a contento para os problemas na caixa de transmissão (entre outros), mudo meu nickname.

Marcos

Pergunta 1: vão pagar o mesmo preço que o GF está pagando?

Pergunta 2: qual é mesmo a solução definitiva para o problema? Na minha opinião não há solução definitiva, pois esta seria a substituição da caixa de transmissão nova, que simplesmente não cabe no espaço existente para a atual caixa.

Mauricio R.

Este helicóptero e tb os demais modelos da dona da Apertaparafusobrás, não podem ser chamados de “made in Brasil”, pois não são integralmente MANUFATURADOS no Brasil.
Boa parte dos mesmos, depende de partes e peças, importadas da França.
Isto após 35 anos de Brasil.
Qnto aos ditos 50 EC-725, cabe aqui uma correção pois serão somente 34, já que16 virão montadinhos da França; em uma configuração totalmente diferente.

Joner

Alguem sabe dizer por qual valor estes helis poderiam ter saido se fossem comprados de prateleira?
Apenas com treinamento para manutenção no Brasil?
Ou seja, qual valor nós estamos pagando para aprender a apertar parafusos em um projeto diferente?

Não estou entrando no mérito de (o heli ser bom ou não), mas o quanto vai agregar ao conhecimento brasileiro sobre esse tipo de aeronave pelo preço pago!

Marcos

Joner:

O preço de tabela do EC-225 é de US$ 27 milhões.

E ai você vai perguntar: e 50 unidades sairia quanto?

Faz o seguinte: vai lá na concessionária e pede quanto custa, sei lá, uma SW4. Depois da resposta você diz que você quer cinquenta unidades. Você vai ver que o preço vai cair. Dai então você diz que você está consultando com outras montadoras também. Notará você que o preço vai cair mais um pouco.

Marcos

E, tirando o fato dos problemas, mais o preço pago pelo GF, eu também não tenho nada contra essa aeronave.

Marcos

Estão a trinta e cinco anos por aqui, sozinhos, no segundo maior mercado de helicópteros do Mundo.

Galeão Cumbica

Hoje voei de S-92, pra que trocar time que ta ganhando de lavada???

Ha tempos que nao vejo um destes patos la no aeroporto Jacarepagua!

sds
GC

Baschera

Fora os fatos de termos pagado o BOBRO do valor normal, fora o fato de ter sido entubado nas FFAAs e fora o fato recente de ter sérios problemas de projeto…. nada tenho contra a aeronave e o fabricante ! Fora isto, a coisa está “pegando” nas tentativas de recolocar a frota em uso no Brasil….. tanto nas empresas privadas…quanto nas FFAAs…. Disto eles não falam….. que as soluções temporárias (até a troca do conjunto eixo/MGB) não estão funcionando…e estão gerando mais problema do que solução. A propósito, mais dois EC-225 tiveram o alarme soando em voo no Mar do… Read more »

Joner

Marcos, então esses U$$ 27 milhões poderiam chegar talvez a uns U$$ 20 milhões se fossem comprados de prateleira!
Pois ai seriam 50 e não apenas 16 fabricados e montados “por la”, então montar 34 desses helis é aprender a faze-los?
Se tivesse comprado de prateleira poderia-mos ter gasto U$$ 1 Bilhão, mas optou-se pela TOT a la francesa!

Nick

Já era esperado que as operadoras de Offshore encomendassem esses EC-225 “Made in Brazil de 15%” , por livre e espontânea pressão. 🙂

Agora chega a ser um insulto afirmarem que a EADS vulgo Airbus, gastou R$ 430 milhões na modernização e expansão da planta em Itajubá. Quem gastou isso foi o GF, que praticamente doou o dindin para essa multinacional européia.

No mais, quero ver quem vai ser culpado caso aconteça uma tragédia em uma dessas viagens da Líder com esse EC-225.

[]’s

Edgar

O que será que a empresa, famosa pelo alto nível de R&D em Tecnologias Parafusais, quis dizer com “O nosso objetivo para o EC225 [a versão civil] é atingir um valor agregado brasileiro próximo dos 50%”?? A minha interpretação é que o “valor agregado” da origem da receita de todo o projeto terá participação Brasileira próxima de 50%. Se botar o [des]Gúvernu na conta, o “valor agregado” que nós contribuintes estaremos enviando pra França sobe pra mais de 75% da receita de todo o projeto [725-225]. E não me venham com estórias de offsets ou a já cansativa e muito… Read more »

Marcos

Joner

No mercado privado a estimativa seria essa: US$ 20 milhões.
E mesmo se tratando de compra de prateleira, poderíamos
ter pedido compensações comerciais plenas dentro do programa,
ou dentro de um programa de helicópteros, o que resultaria
efetivamente em alguma transferência de tecnologia.

juarezmartinez

A Bristow pagou menos do que isto comprando da matriz Lixocopter na França, nós os espertos comas famigeradas Tots nunca antes vista neste “paif” estamos pagando algo em torno de US$ 45.000.000,00, mais um negócio Ptabajara………

Grande abraço

juarezmartinez

E como disse um Cap Av. da FAB: “só vai parar quando morrer gente”.

Grande abraço

Joner

Como disse, “é um bom heli”, mas por U$$ 20 milhões, e não U$$ 45 milhões.

Esses problemas vão ser resolvidos, os franceses tem experiência!!!