Caças Rafale operam em pista de desdobramento no Chade
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É a primeira vez que caças Rafale se exercitam em Abéché, no Chade, em missões que a Força Aérea Francesa utilizava, até março, o Mirage F1
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Na semana passada, em 8 de maio, dois caças Rafale da Força Aérea Francesa, assim como um avião de transporte C-130 Hercules, foram desdobrados para a pista de Abéché, no Chade, a mais de 800km da base habitual de N’Djamena. Foi a primeira vez que o Rafale realizou esse tipo de missão de desdobramento, que durante muitos anos foi identificada com os jatos Mirage F1, que deixaram o Chade no último mês de março.
Esse desdobramento faz parte da manutenção operacional dos pilotos. Quatro tripulações de Rafale participaram, além de uma dúzia de mecânicos. Essa operação regular permite que pilotos e pessoal de terra se familiarizem com as diversas pistas, ou “plataformas aeroportuárias” (plateformes aéroportuaires – PFA) da região.
A pista de Abéché, em particular, é a alternativa em caso de não ser possível o pouso em N’Djamena, o que dá mais importância para as novas aeronaves praticarem na mesma. Foi uma oportunidade, também, para o caça Rafale mostrar sua capacidade de operar em pistas mais simples, nas condições climáticas do rústico ambiente africano.
Na ocasião, foram realizados exercícios de apoio aéreo aproximado, envolvendo pilotos e paraquedistas, em missões como as executadas diariamente na Operação Serval, no Mali. Foram simulados passes a baixa altura para disparo de canhões e diversas outras armas empregadas para “mostrar força”.
A França mantém a Força Épervier no Chade, com 950 homens, que constitui o EFT (éléments français au Tchad), cumprindo duas missões permanentes. Uma é garantir a segurança de cidadãos franceses morando no Chade, conforme acordo de cooperação técnica entre os dois países. A outra é prover logística (suprimentos, transporte, combustível, treinamento) para as Forças Armadas e de Segurança do Chade.
FONTE / FOTOS: Força Aérea Francesa (tradução e edição do Poder Aéreo a partir de original em francês)
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3a foto: fumacinha hein?
Amigos, bom dia.
Algumas observações sobre o local da operação:
http://www.ourairports.com/airports/FTTC/pilot-info.html
Na aba “main” da página tem o mapa também.
Abraços,
Justin
Justin, Legal o mapa do ‘ourairports’, inclusive com dados importantes. Mas, se me permite, gostaria de indicar também o mapa do Chad apresentado pela UN.org abaixo linkado, que apresenta uma visão das principais cidades, rios e lagos, bem como as fronteiras deste país que fica entre norte e centro africano. https://www.un.org/Depts/Cartographic/map/profile/chad.pdf A França ao manter uma presença viva no Chad, o país mais ao norte da África Central, consegue ter uma rápida penetração em todas as direções, atingindo pelo interior tanto a Central, como a África Setentrional, parte leste da Ocidental e pequena parte do noroeste da Oriental. Basta observar… Read more »
Outro mapa, apenas político, do Chad:
http://www.mapsofworld.com/chad/chad-political-map.html
Ivan, Além das questões geopolíticas levando em conta projetar poder, eventualmente, sobre os vizinhos do Chade (ou seja, para fora das fronteiras), não devemos esquecer também do próprio Chade e da necessidade da França apoiar suas forças de defesa e segurança (dentro das fronteiras), como é dito no trecho que traduzimos em ” prover logística (suprimentos, transporte, combustível, treinamento) para as Forças Armadas e de Segurança do Chade.” Afinal, nem tudo é sólido ou estável e, em tempos de primaveras árabes e distúrbios nos vizinhos, o próprio Chade precisa lidar com sua oposição interna. http://noticias.terra.com.br/mundo/republica-do-chade-denuncia-tentativa-de-golpe-de-estado,36cf10ac7bc5e310VgnCLD2000000ec6eb0aRCRD.html Para isso, contar com forças… Read more »
Nunão,
Bem lembrado!
Primeiro assegurar a base, para depois projetar poder.
A pouco tempo no Mali (bem pertinho) outras forças tentaram criar uma base (ou um hub) para projetar poder de uma forma assimétrica, mas potencialmente perigosa.
Nesta horas lembro os joguinhos de WAR no final de semana…
Sds.,
Ivan.
Com a Franca abandonando as outras aeronaves e so ficando com o Rafale, fica ainda mais dificil de manter a frota pelo preco da hora de voo.
E sera que entendi o texto direito, se ele nao pousa na primeira pista ele so encontraria uma outra pista pra pousar depois de 800km?
sds
GC
Galeão, De fato, é o que está escrito no texto original em francês: “Abéché,situé à plus de 800 kilomètres de N’Djamena.” Mas não é a única alternativa para pouso em relação à base principal. Porém, é como no caso da nossa Amazônia. As distâncias são consideráveis (embora também tenha me surpreendido com a alternativa ser tão longe). Quanto à França abandonar outras aeronaves, trata-se de um planejamento de longo prazo. O Mirage F1 até que durou mais do que se esperava, na minha opinião. O Mirage 2000D deverá durar pelo menos mais uma década, talvez até mais, se devidamente modernizado.… Read more »
“Abéché,situé à plus de 800 kilomètres de N’Djamena.” Como Nunão alertou, N’Djamena não é a única alternativa à Abéché. Observando o mapa que postei acima da UN.org vamos encontrar entre estas bases de desdobramento do Armée de L’Air um aeroporto em Mongo. Deve ser rústico, mas tem uma pista com 4,600 pés, aproximadamente 1.400 metros (pode ter sido ampliado), o que permitiria ao Rafale aterrisar e decolar, mas possivelmente não para o Boeing KC-135R. Pesquisando um pouco mais encontramos mais alternativas. Other nearby airports: Oum Hadjer Airport, Oum Hadjer (OUM), 150km (94mi); Geneina Airport, Geneina, Sudan (EGN), 181km (113mi); Ati… Read more »
“Como Nunão alertou, N’Djamena não é a única alternativa à Abéché.”
Ótima análise “mapenta”, Ivan, mas vai aqui um pequeno reparo: a lógica é dizer que Abéché é alternativa a N’Djamena (por esta última ser a base principal e não a de desdobramento) e não ao contrário. Embora, evidentemente, para uma aeronave que tenha marcado em sua missão um pouso em Abéché, no caso deste aeródromo ter restrições no momento terá como alternativa N’Djamena… Ora pois!
Saudações!
Nunão,
É verdade ó pá!
Afinal a base em N’Dajamena é mais antiga que Abéché e, provavelmente, maior e com mais recursos.
Entretanto se os gauleses pretendem intervir na direção oriental a base principal será leste – Abéché, se na ocidental a base principal será oeste – N’Djamena…
…Ora pois!
Sds.,
Ivan. 🙂