IAI entra no capital de brasileiras para disputar projetos estratégicos
Escolhida para fornecer dois aviões cargueiros e de reabastecimento em voo para a Força Aérea Brasileira (FAB), a empresa IAI (Israel Aerospace Industries) está pronta para dar mais um passo no sentido de consolidar a sua presença no mercado brasileiro de defesa. Na próxima semana, anunciará a compra de participação no capital de duas empresas brasileiras que atuam nos segmentos de Aeronáutica, eletrônica e tecnologia.
“O investimento da IAI nessas duas aquisições será superior a US$ 50 milhões”, disse o presidente da IAI do Brasil, Henrique Gomes. Os detalhes finais dos novos negócios estão sendo definidos esta semana. “Vamos adquirir até o percentual máximo de 40% previsto pela em lei, de forma que o controle continue sendo da empresa brasileira”, disse. A partir da publicação da lei 12.598, de março de 2012, as licitações de projetos e serviços estratégicos passaram a ser restritos a companhias credenciadas como empresa estratégica de defesa (EED), onde o controle deve ser de companhia brasileira.
A IAI, afirma Gomes, tem interesse em participar dos principais programas das Forças Armadas Brasileiras, com destaque para o Sisfron (Sistema de Monitoramento de Fronteiras), SisGAAz (Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul), Proteger (Sistema Integrado de Proteção das Estruturas Estratégicas Terrestres), além do programa espacial brasileiro e de projetos de comando e controle para grandes eventos.
Com 100% de participação do governo de Israel e 17 mil funcionários em todo o mundo, a IAI obteve receita superior a US$ 4 bilhões em 2012. Seus produtos, envolvendo sistemas aeroespaciais e de defesa, comerciais e militares, são exportados para mais de 50 países. A companhia, considerada a maior indústria aeroespacial e de defesa de Israel, está presente em 30 países por meio de subsidiárias.
A empresa já desenvolve projetos de radares e motores com a Marinha brasileira, além da manutenção de motores para o mercado de aviação civil. Também forneceu dois veículos aéreos não tripulados para a Política Federal. “Este mês devemos formalizar um novo contrato de manutenção desses equipamentos com a PF”, disse.
No Brasil a IAI possui um escritório em Brasília mas, de acordo com seu presidente, para apoiar a construção dos dois aviões da FAB, pretende instalar no país um centro de suporte tecnológico e formação de mão de obra. O centro ficará no Estado de São Paulo.
A IAI foi a vencedora do processo de seleção da FAB para substituir os atuais KC-137, conhecidos como Sucatões. Além da IAI, participaram da disputa as empresas Airbus Military e a Boeing Military. A oferta da IAI não contemplava a opção de uma versão para transporte da Presidência da República. “Isso dependerá de requerimentos futuros da FAB”, comentou.
O primeiro avião será produzido em Israel e o segundo no Brasil, pela Tap Manutenção e Engenharia Brasil, em Porto Alegre. O valor do contrato não foi revelado, pois será negociado a partir de agora.
As empresas brasileiras, de acordo com o presidente da IAI, terão a oportunidade de participar do desenvolvimento e produção dos dois aviões que serão entregues à FAB. “O contrato com a FAB inclui transferência de tecnologia para a fabricação local de vários elementos, num grande pacote que beneficiará empresas brasileiras.”
Os aviões comprados pela FAB são do modelo Boeing 767-300 usados. “A IAI primeiro realiza a conversão da aeronave para cargueiro para depois transformá-la em aeronave de abastecimento”. As aeronaves serão utilizadas em missões de reabastecimento em voo, transporte estratégico de carga e tropa e evacuação aeromédica.
A IAI não é fabricante de aeronaves de grande porte, mas faz a customização de aviões usados, sobretudo o Boeing 767, conforme especificações do cliente. Segundo o presidente da IAI, uma das principais vantagens desse trabalho de conversão feito pela empresa é o tempo rápido de entrega e o preço da aeronave, que sai pela metade do valor de uma nova, que custa em torno de US$ 200 milhões.
FONTE: Valor Econômico (reportagem de Virgínia Silveira), via Notimp
IMAGEM (meramente ilustrativa): IAI
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Mais uma empresa que irá fornecer ToT para ela mesma.
O primeiro avião será convertido em Israel e o segundo
será convertido no Brasil pela… TAP.
A vantagens desse trabalho de conversão feito pela empresa é o tempo rápido de entrega e o preço da aeronave, que sai pela metade do valor de uma nova, que custa em torno de US$ 200 milhões.
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Era só o que faltava, uma aeronave velha sair mais cara que uma nova.
“No Brasil a IAI possui um escritório em Brasília”
Só! Aliás, bastaria que tivesse só isso mesmo para ganhar todos os contratos.
“Só! Aliás, bastaria que tivesse só isso mesmo para ganhar todos os contratos.”
Marcos,
Todos os contratos? Quantos contratos a empresa já ganhou?
Esta empresa me dá uma inveja.
Por que não podemos ter uma IAI (privada de preferência) desenvolvendo tecnologia militar de ponta?
Resposta: nossa elite política e a sua visão de defesa nacional. Se não der voto nada feito.
Abs,
Ricardo
Nunão
“Os aviões comprados pela FAB são do modelo Boeing 767-300 usados.”
Não acompanhei mais, foi batido o martelo com os da TAM?
Sergio, resposta do próprio Brigadeiro Baptista Jr (que em outro post aqui da página se despediu da COPAC) dá conta de que as aeronaves usadas Boeing 767-300 precisam ter até 10 anos de uso, conforme as exigências do programa. Os da TAM tem quase 20 anos, então não seria o caso de bater qualquer martelo a respeito.
Para ver a resposta que o brigadeiro nos mandou, dê uma olhada nos links ao final da matéria.
Só tenho uma coisa a dizer : Pobre Brasil. Que pais é esse que deixa suas empresas mais sensíveis(tecnologia Aeroespacial etc.) serem vendida ao mercado estrangeiro?. tudo o que nossos cérebros desenvolverem vai para Israel e de lá vira o que? Refugo? Na minha opinião eu sou contra o envolvimento de nossa industria Aeroespacial ou estratégico com Israel e os EUA. Os EUA não tem interesse que o Brasil obtenha tecnologia nessa areá e nem que seja independente. E Israel só esta interessados nos nossos Gênios, visando sua própria capacidade de defesa tirando o que se tem de melhor de… Read more »
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