Caças Mirage F1 franceses deixam o Chade e se preparam para o Báltico
Em 14 de março foi realizada uma cerimônia na Base Aérea 172 “Adji Kosseï”, em N’Djamena (capital do Chade), celebrando os 30 anos de presença dos caças Mirage F1 na África, inicialmente na versão C, de caça. Mais recentemente, a operação do jato na região está voltada a missões de reconhecimento aéreo, presença dissuasiva e apoio de fogo com canhões ou bombas, com a versão F1CR (a versão mais voltada a missões ataque, F1CT, deixou o serviço no ano passado).
Neste ano, os caças Mirage F1CR foram os primeiros a pousar em Bamako, na Operação Serval, realizando missões de reconhecimento e de apoio de fogo com o uso de canhões (veja mais sobre essa operação no Mali clicando nos lins ao final da matéria).
A despedida das missões no Chade marcam a aproximação do final da vida útil do caça, mas ainda terão uma importante operação internacional para participar: trata-se do revezamento de forças aéreas da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) no policiamento do espaço aéreo dos Países Bálticos (Estônia, Letônia e Lituânia). A partir de maio, os caças Mirage F-1CR da Força Aérea Francesa, estarão incumbidos dessa missão.
FONTE/FOTOS: Força Aérea Francesa (tradução e edição do Poder Aéreo a partir de original em francês – O texto originariamente é bem maior, e traz alguns detalhes sobre os 30 anos de presença do Mirage F1 no Chade. Clique no link para acessá-l0, em francês).
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Nunca entendi porque a Dassault não preparou o Mirage F1 para transportar os tanques de 1.700 litros do Mirage III.
Eu diria, talvez por problemas de centro gravitacional. Esses tanques de 1.700 litros tinham seus pontos de conexão com asa feitos muito atrás, deixando um longo corpo à frente.Isso nos Mirage III e V não era problema, pois o ponto de conexão ficava bem afastado longitudinalmente, já no Mirage F-1, esse tanque quando cheio, o peso avançaria além do cg. Esses tanques de 1.187 litros, ofereciam certas vantagens, eram bem “centralizados”, não eram exclusivos a um só modelo, o Jaguar os usava regularmente, com dois nas asas ou um central (e mesmo com capacidadde teórica de três, nunca usada) e… Read more »
Roberto, bom dia.
Os tanques de 1700 litros (449 USG) já eram utilizados por aqui antes da modernização dos Canard.
Por sinal, essa “modernização” bloqueou o uso desses tanques no F103D, pois a nova configuração alterou o limite traseiro de CG.
Abraço,
Justin
Muito bom dia prezado Justin Case,
Obrigado pela informação, porém creio que o “canard” não tenha impossibilitado o uso do tanque, repare nas seguintes fotos:
http://www.basemilitar.com.br/forum/viewtopic.php?f=3&t=936&start=60
Roberto,
Eu citei F-103D, que era o biplace.
A restrição era somente para esse modelo que, por não possuir radar, tinha naturalmente o CG mais traseiro.
Apesar disso, pode ser que você encontre uma foto dele com o tanque, tirada ainda na França, quando o avião estava sendo ensaiado (já com as cores da FAB).
Abraço,
Justin
Prezado Justin Case,
Eu não havia notado sua menção específica ao modelo biplace.
De qualquer forma, a bem divulgada foto do 4906 em voo de testes na França prova que era possível o voo nessa configuração, entretanto, pode ter sido que a partir desses testes que surgiu a restrição que você tão bem fez lembrar.
Creio, prezado, ainda assim, no que falei, veja:
http://www.xairforces.net/gallery2d.asp?id=42&galleryid=500&gallery2id=1663&shf=1&shf3=
Roberto, pelo que vejo nesse link de fotos, o “delta” com tanques maiores é um biposto de Mirage 50 venezuelano. O motor tem praticamente 1.000kg a mais de empuxo do que os bipostos que voaram na FAB, o que poderia resolver alguns dos problemas em carregar o tanque maior, talvez, pela força bruta (não que o modelo de motor menos potente não pudesse voá-los, pois os voou em testes, mas a potência superior por si só poderia garantir melhor controle em certas condições, eventualmente diminuindo outros problemas). Mas vale lembrar que o Atar 9K 50, por si só, já necessitou… Read more »
Falando no 4906, lembro bem da foto de que vcs estão falando, com o jato em pintura impecável voando sobre uma praia na França. Abaixo, uma imagem dele já no final da vida útil, em 2004. Está com os costumeiros tanques externos supersônicos de 600 litros: Tanques que, aliás, ficavam muito elegantes no monoposto: Justin e Clésio (vocês que conhecem bem os dados do Mirage IIIE, pois têm também aquele belo manual do Clésio), umas perguntas: Quando no alerta, era mais comum os jatos usarem esses dois tanques de 600l ou eventualmente cumpriam o alerta com tanques maiores subsônicos para… Read more »
Prezado Justin Case, Apesar de sua informação, ainda permanece minha dúvida sobre a época da aquisição pela FAB dos grandes tanques de 1.700 litros. Como disse, é desconhecida a exitência de fotos do Mirage da FAB com esses tanques, por exemplo, à época do padrão de pintura em esmalte cinza metálico, na forma original. O surgimento desses tanques em nosso país, assim como os pouco famosos centrais de 1.300 litros, se deu logo depois dessas modernizações, junto inclusive com os testes em que a sonda REVO não foi aceita, talvez até isso mesmo justificaria a adoção desses tanques. Ainda assim,… Read more »
Bem notado prezado Nunão.
Porém, é extramamente duvidoso que tenha havido Mirages biplaces com motores Atar traço 50.
Veja o caso do Chile, para citar um, apesar de terem até mesmo a pequena entrada de ar próxino ao bocal de saída do motor (que resfriava o pós-combustor), seus Mirage 50DC usavam motores 09C-3.
Pois é, Roberto, mas no caso da Venezuela já li que todos haviam sido convertidos para a nova motorização e, entre os Mirage 50 adquiridos novos pelos venezuelanos (e que também teriam sido os últimos caças da família Mirage III a sair da linha de produção), havia um biposto novo de fábrica.
Acho que, à época em que esse suposto exemplar biposto teria sido fabricado, nem haveria mais produção do velho Atar 9-C, apenas do 9-K (que equipava os Mirage F1)
É correta sua informação, acabei de consultar aqui no World Air Power Journal, a Venezuela padronizou todos os motores para o traço 50.
Bastaria então verificar se os Mirages belgas do Chile, com os canard, voaram com esses tanques.
Aqui:
Biplace, canard, tanque de 1,700 litros, Atar 9-C e … voando.
http://www.airliners.net/photo/Chile—Air/Dassault-%28SABCA%29-Mirage/1158521/L/&sid=72f785090d6cd28a83a0a074b506e417
Esse não é o de 1.300 litros não?
Já li também que um dos chilenos tinha motor Atar 9K, mas não considerei a fonte das masi confiáveis.
P,S. Os tanques supersônicos tinham capacidade de 500 litros.
Prezado Nunão,
Clique em: “More: Dassault (SABCA) Mirage” abaixo da foto, poderá ver mais fotos, e acima da foto clique em large, poderá ver com detalhes o tanque de 1.700 litros.
Nunão, o exemplar chileno está com os tanques de 1.700 L. Notar que as aletas traseiras características desse modelo, além do nariz pontudo, diferente do tanque menor.
Existe uma certa confusão sobre a capacidade dos tanques supersônicos empregados pela FAB. Muitas fontes nacionais falam em 600 litros, enquanto lá fora eu vejo muito os 500 litros citados pelo Roberto.
Para maiores detalhes sobre o Mirage V belga e chileno, recomendo Lock On No.11 Mirage V, Verlindem Publications.Lá existe farto material sobre a aeronave, seu motor, assim como os três tipos de tanques externos mais conhecidos na série, o ferry de 1.700, o supersônico de 500, e o central de 1300.
De fato, Roberto e Clésio, o de 1.300 litros tem aquelas duas aletas a mais nas pontas das aletas que saem do tanque, fazendo uma perpendicular. Quanto aos Mirage F1, que são o tema da matéria, creio que veremos em breve (a partir de maio) fotos do mesmo em alerta no Báltico. E nessas missões normalmente os primos mais novos eram vistos com tanques externos: http://www.aereo.jor.br/2011/07/04/mirages-franceses-e-gripens-suecos-interceptam-aviao-russo/ http://www.aereo.jor.br/2010/03/24/deltas-falcoes-e-albatrozes-interceptam-sobre-os-paises-balticos/ (PS – quanto aos tanques supersônicos, tenho fontes em inglês falando em 600 litros – já o manual do fabricante fala em “réservoir de 500 l supersonique non largable” , mostrando também no… Read more »
Aparentemente, o Mirage IIIC só transportava nas asas o de 600 L subsônico ou o de 500 super. Só a partir do IIIE/V que os tanques das asas aumentaram para 1.300 e posteriormente o de 1.700L. Até onde pude notar, os israelenses nunca utilizaram esse último, assim como o curioso tanque com lança foguetes e o com porta bombas.
Amigos, boa noite. Os tanques que foram usados na nossa frota de Mirage III, antes e depois da “modernização”: – 132 USGal (500 l), supersônico (limite do avião), subalar; – 132 USGal (500 l), supersônico (limite do avião?), subalar (com 4 cabides para armas); – 220 USGal (832 l). supersônico (limite do avião), ventral, israelense; – 343 USGal (1300 l), supersônico (Mach 1.3), ventral ou subalar; – 449 USGal (1700 l), subsônico (Mach 0,95), subalar. A configuração normal de alerta era com tanques subalares, pois a estação ventral era usada para os mísseis Matra R-530. O padrão era utilizar sempre… Read more »
Amigos,
Um adendo:
– Os tanques externos de 220, 343 e 449 USGal podiam ser ejetados; os subalares de 132 USGal, não.
– Os tanques de 449 USGal e de 343 USGal, além de ejetáveis, tinham válvulas para alijamento de combustível (Fuel Damp).
Justin
Ainda:
Era comum ainda usar a configuração (2 x 132 USGal) + (1 x 343 USGal), também suficiente para a etapa Anápolis – Salvador.
Justin
Oops,
Onde eu escrevi “fuel damp”, leia-se “fuel dump”, Sorry!
Justin
Justin,
Excelente esclarecimento.
Aprendi muito.
Grato,
Ivan.
Amigos, bom dia.
Grato, Ivan.
Hoje é o Dia do Especialista na FAB.
Já que falamos do Mirage III, podemos homenagear nossos especialistas e todo o pessoal de apoio com esse vídeo do link que segue, filmado em 2005 e relativo à despedida dos nossos F-103.
http://www.youtube.com/watch?v=bYzCgwu2PC8#!
Abraços,
Justin
[…] Caças Mirage F1 franceses deixam o Chade e se preparam para o Báltico […]
Roberto, boa tarde.
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Eu vi essa interessante matéria também (na época, comprei a revista). Acho que nas aquisições posteriores de aviões usados da Força Aérea Francesa, em especial os do tipo biposto, vieram mais tanques de grande capacidade, pois passou a ser mais comum ver ao menos os modelos de dois lugares com esses tanques maiores.
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Vale acrescentar, apenas a título de curiosidade, que para os atuais caças F-5M da FAB não deve faltar tanque externo. Uma vez, em visita detalhada ao PAMA-SP, cheguei a ver pilhas deles.