Instituto de Pesquisa e Ensaios em Voo utiliza Xavante durante curso
Quem mora perto do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), em São José dos Campos (SP), provavelmente percebeu um ruído diferente na manhã desta quinta-feira (28/02). Nas próximas três semanas, alunos e instrutores do Instituto de Pesquisa em Voo (IPEV), subordinado ao DCTA, estarão envolvidos na calibração anemométrica, atividade que inclui voos rasantes com a aeronave Xavante. A atividade faz parte da grade curricular do Curso de Ensaios em Voo do IPEV.
Nessa etapa do curso, é realizado um conjunto de testes nos sensores da aeronave para verificar se estão em pleno funcionamento. Assim, os pilotos fazem passagens com variadas velocidades e altitudes. Neste momento, os instrutores da própria aeronave verificam fatores como angulagem, pressão, temperatura, velocidade e altura. Em solo, estão engenheiros e instrumentadores fazendo as mesmas medições e comparando, em tempo real, os dados obtidos a partir da aeronave. Quando há discrepância, é sinal de que os equipamentos da aeronave precisam ser calibrados.
Durante o teste foram realizadas 12 passagens, sem pouso, entre 7h30 e 9h. De acordo com o Capitão Diogo Castilho, copiloto da aeronave, estes testes precisam ser realizados sempre no início da manhã, devido às condições climáticas. Nesta hora há menos turbulência e ventos fortes. “As aulas do Curso de Ensaios em Voo iniciaram há três semanas, mas a calibração é que vai fornecer os pilares de conhecimento que serão utilizados até o final do curso”, explica o aviador.
Curso de Ensaios em Voo
O Curso tem duração de, aproximadamente, onze meses, e as modalidades de asa rotativa (helicóptero) e asa fixa (avião) são intercaladas a cada ano. Neste ano o curso é de asa fixa, e é por isso que está sendo utilizado o Xavante – o IPEV, inclusive, é a única organização da FAB que voa com esta aeronave. Os profissionais especialistas em ensaios em voo estão envolvidos nas aquisições e modernizações de aeronaves, além de serem responsáveis pelos sistemas embarcados – que podem ser desde um instrumento de navegação até um armamento. Apenas seis instituições, no mundo, formam este tipo de mão de obra e a única que está no hemisfério sul é o IPEV.
FONTE: FAB (ACS/DCTA)
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Eu vi esse Xavante passando aqui perto de casa em SJCampos. O barulho dele é inconfundível.
Parabens Nunão por difundir a matéria. Infraestrutura – quer de ensino, quer no desenvolvimento de materiais – é o pilar para chegar onde chegamos. Precisa-se dar mais enfase para esse tipo de informação.