sitestat

O ano de 2013 será bem interessante para a Força Aérea Holandesa e para os políticos daquele país. O motivo: uma decisão sobre o futuro caça que substituirá os atuais F-16 deverá ser tomada, informou a matéria do Een Vandaag.

Em um relatório que apresenta as várias opções, Kimo Demoed do Een Vandaag diz que enquanto o norte-americano F-35 é o candidato dos sonhos dos holandeses, o projeto do JSF enfrenta sérios desafios: “os custos estão subindo muito rapidamente, existem questões técnicas e de performance na aeronave que são desapontadoras.”

A matéria do Een Vandaag cita uma mudança de rumo no projeto de substituição dos F-16 em um ano de decisão, segundo Dick Zandee, ex-auxiliar político do Ministério da Defesa Holandês e da OTAN, agora trabalhando para a Clingendael, que diz também que a substituição do F-16 coloca o governo diante de um dilema: “O JSF custará mais de 100 milhões de euros e eu acredito que este valor aumentará. Sociais Democratas são contra o JSF, mas os Liberais estão a favor. Isto pode se tornar uma grande disputa política.”

O caça sueco Saab Gripen é uma alternativa e Eddy de la Motte, chefe do departamento de exportação, disse “Nós podemos apresentar uma oferta imbatível em termos de capacidade de aeronave, preço e cronograma fixos.”

Segundo Dick Zandee (Clingendael), “a verdadeira pergunta é, o quanto você está disposto a pagar pelas capacidades adicionais do JSF? Existem outras boas alternativas como o Saab Gripen, que é capaz e atende nossas necessidades pela metade do preço. Se optarmos pelo JSF jamais teremos quatro esquadrões e isto significa que nossas missões ao redor do globo ficarão comprometidas.”

Zandee continua: “outros países ocidentais estão voando o Gripen, o Rafale ou o Eurofighter, eu não acredito que estes países estão em perigo porque estão voando produtos europeus. Eu insisto que os políticos deverão responder à seguinte pergunta: o que nós realmente precisamos para fazer o que deve ser feito no céu e não qual é o melhor avião que o dinheiro pode comprar?”

Eddy de la Motte destaca, “nós produzimos este caça para ser o melhor de diversas maneiras: bom para ser comprado, bom para ser mantido. Ele tem uma vida útil de 40 anos, pode ser atualizado, é bastante flexível e nós lhe forneceremos a tecnologia necessária para que você mesmo possa fazer suas modernizações. Acredito que está bem claro que nós temos o caça com a melhor relação custo/benefício.”

Segundo Een Vandaag, “enquanto outros estão fazendo progresso, o JSF está enfrentando diversos problemas. O Pentágono listou uma série de problemas recorrentes: programa de ensaios atrasado, problemas no software, falhas no sistema de segurança, furtividade não operacional, manobrabilidade e aceleração desapontadoras.”

Eddy de la Motte afirma que o Gripen oferece multiplicadores de força. “Você pode operar o Gripen a partir de um trecho de pista de 800 metros em uma estrada reta. Pouso, decolagem e remuniciamento leva menos de 10 minutos. Você pode trocar o motor em menos de uma hora ao relento com apenas cinco homens.”

Segundo Een Vandaag, “Em 2008 a Saab ofereceu para a Holanda 85 caças que representariam algo como 56,4 milhões. O preço do JSF não está definido. Acreditamos que seja ao redor de 100/110 milhões a unidade.

FONTE: the gripenblog, baseado na reportagem produzida pela holandesa www.eenvandaag.nl (assista o vídeo original da matéria em holandês acima).

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asbueno

Enquanto o F35 enfrenta os comuns problemas de desenvolvimento em uma aeronave completamente nova, problemas, porém “robustos”, o Gripen (e Rafale e Typhoon) ganham pontos.

Se a Holanda rumar para o Super JAS sua industrialização está plenamente assegurada. Há ainda, não me lembro bem, a possibilidade de Noruega ou Dinamarca adquirirem o Super JAS pelo mesmo motivo.

De um jeito ou de outro o ritmo é lento. Mas não tanto quanto aqui na Zuzubanânia.

Marcos

Brasil deveria ter contratado a aquisição do Gripen lá atrás, quando estava com a faca e o queijo na mão. E não 36 unidades, mas pelo menos umas 84 unidades. Agora é tarde. Quem dá as cartas agora são os suecos.

Mauricio R.

A Noruega pende p/ o ac da Lockmart, enquanto que a Dinamarca; está oficialmente indecisa.

Observador

Senhores, Quanto mais o tempo passa, mais fica evidente que o Brasil (mais uma vez) perdeu uma oportunidade com o Gripen. Barato de comprar, manter e operar; é a cara da FAB, que só tem dinheiro para voar com o seu decano F-5. Claro que se tivesse sido escolhido o F-18, estaríamos muito bem, com uma ToT sincera e excelente e uma parceria com a Boeing, sem falar que teríamos um dos mais capazes e confiáveis caças do mundo, com muito caminho para modernizações e possibilidade de termos alguns Growlers. E, na rabeira, vem o Rafale. O favorito do Lula,… Read more »

andreas

Parece-me que o F-35 sofre de um problema semelhante ao do Eurofighter: ter de atender a requisitos demais! Ao invés de baratear o desenvolvimento em consórcio como foi o caso deles, fez é subir, e muito, o preço!!! Ainda que o EF foi uma versão só (só mudando o bloco ou o tranche), o F-35 foram 3 versões, para ainda depois disso atender a requisitos dos mais diversos. No fim, talvez o Tio Sam esteja vendo que só deveria era ter ficado com o F-22, e ter vendido para os aliados uma versão mais simples em termos de aviônica…

Vader

Jamais vou entender porque um país minúsculo, sem inimigos naturais, recheado de pacifistas e cercado por potências amigas como a Holanda precisaria do JSF. O JSF é um caça para nações que vão se preparar para a GUERRA. Para a Holanda, que outro dia mesmo estava desativando sua cavalaria blindada por não ser mais necessária, dois ou três esquadrões de Gripen estão de bom tamanho. E nem precisa ser o Gripen NG; o C/D já estaria muito bom. Ora, no caso dos jutos o JSF ainda se justificaria por causa da Groenlândia. Eles precisarão do F-35 para patrulhar as imensidões… Read more »

asbueno

Guilherme Poggio disse:
6 de fevereiro de 2013 às 7:07

Certamente Poggio, todos os que citou estariam de olho.

Mauricio R.

O que encarece o Typhoon são as 4 linhas de montagem nacionais, fosse um esquema similar ao da Airbus, parte de EADS aliás, e os custos seriam bem diferentes.

Ivan

MiLord Vader, A Holanda nunca foi tão pacífica assim e o holandês sempre esteve disposto a lutar para defender seus interesses. Tomando como parâmetro apenas a defesa do território dos Países Baixos um caça como o Gripen ou mesmo as novas versões do F-16 Fighter Falcon, agora Viper, estaria de bom tamanho. Mas eles assumiram responsabilidade dentro da Otan que levam a sério, tendo que dispor de forças adequadas para operar dentro e fora da Europa. Assim sendo, precisam ter uma capacidade aérea de combate dissuasória, capaz de integrar pacotes de ataque ou contribuir para uma campanha aéra ar-superfície (principalmente… Read more »

Nick

O problema do F-35 é que LM foi muito otimista quando projetou os preços e custos do mesmo. Ou então, foi mentirosa mesmo. Com a cláusula(?) Cost Plus, a LM pode aumentar o budget do desenvolvimento do caça quanto ela quiser que não toma prejuízo. E a USAF só pode chorar, já que apostou TODAS as fichas nesse caça. Ou seja, se não é tu, vai tu mesmo. O caça vai ser fantástico? SIM. Mas o custo não será affordable. 🙂 Portanto a solução para as Forças Aéreas menos abastadas e mais modestas, exigem repensar reequipar e padronizar apenas com… Read more »

Ivan

Nick,

Mix é sempre uma alternativa.
Mas seria válido para uma força aérea com apenas e 3 (três) ou 4 (quatro) esquadrões de caça como a RNLAF?

Abç,
Ivan.

Ivan

“Affordable” for whom? … 🙂

Ivan

Poggio,

Este é um problema sério para a Otan européia.
Deixar o “primeiro dia” para o “Tio Sam”;
deixar a guerra eletrônica para o “Tio Sam”;
deixar o o airlift estratégico para o “Tio Sam”;
deixar os satélites de vigilância e links para o “Tio Sam”;
deixar tudo que é complicado para o “Tio Sam”.

Será que “Tio Sam” vai aceitar isso para sempre?
Será que isso é bom para a Europa Ocidental?

Quem observou a campanha da Líbia percebeu claramente a incapacidade européia de lutar sem os yankees.

Abç,
Ivan, o gripeiro.

Nick

Caro Ivan,

Se a Holanda tem 4 esquadrões, 2 deles com um caça de 4.5ªgeração e 2 com F-35 deve diminuir bem os custos operacionais e de aquisição. E claro ainda mantendo uma capacidade de ponta com os novos F-35.

Affordable for anyone???? 🙂

[]’s

Ivan

‘Believe it or not!’ 😉

Vader

Ivan, como bem dito pelo Poggio, o F-35 é caça para primeiro dia de guerra; ou para missões expedicionárias de longo alcance.

A Holanda não invade ninguém há uns 500 anos. E muito, mas muito, mas muuuuuuito dificilmente entraria em guerra com alguém a longuíssima distância de seu território continental. E como eu disse, e aí eu te falo, OLHA O MAPA (rsrsrs), está cercada por potências bélicas amigas.

Cada um sabe onde lhe aperta o calo, mas a Holanda não precisa do F-35 para fazer patrulha para a OTAN. O Gripen já é mais que suficiente.

Saudações.

Ivan

MiLord Vader, Que coisa curiosa. Eu, ‘gripeiro de carteirinha’, defendendo o Lightning II para a Holanda. Vc, advogado probono do JSF, defendendo o Gripen E para a Holanda. Desconfio que vc está ½ Sith e ½ Jedi… rsrs! Mas vamos ao mapa, sempre o mapa. 🙂 A Holanda realmente não precisa fazer grandes patrulhas aéreas de combate, se muito deixar um esquadrão em ‘quick reaction alert’ (QRA) para defender seu território. Entretanto precisa ser capaz de participar de uma campanha de interdição em longas distâncias, como por exemplo na atual fronteira da OTAN, lá pelos lados da Polônia. Obs.: Esta… Read more »

Vader

Já entendi, nobre Ivan:

O senhor como bom habitante da terra do “mar quebrado” ou “mar furado” está a defender as pretensões imperialistas e expansionistas daqueles que poderiam ter sido vossos antepassados, os batavos/neerlandeses invasores, expulsos pelo proto-Exército Brasileiro, comandado pelo meu xará índio Felipe Camarão, o negro Henrique Dias (patrono do meu glorioso batalhão) e os brancos João Fernandes Vieira e André Vidal de Negreiros, aí do ladinho, na nossa bela Jaboatão.

Tudo tem explicação nesse mundo, hehehehe… 🙂

Abraço.

Ivan

Ka ka ka ka… 🙂 …é o lado Sith voltando!

Mas estou muito, mas muito muito longe mesmo de ser
um novo Domingos Fernandes Calabar.

Apenas reconheço a força dos outros.

Abraço.

DrCockroach

caso a Holanda opte por continuar no programa do F-35, o TCU deles jah emitiu um relatorio, em consulta ao minsitro da defesa:

– O numero de F-35, aos valores de hoje, deveriam ser reduzidos de 84 p/ 56 unidades;

– Com esta reducao do numero eh necessario que a Forca Aerea holandesa estabeleca novos objetivos (missao) e mude sua contribuicao a OTAN;

Relatorio aqui:

https://dl.dropbox.com/u/64888485/Report%20JSF%20met%20cover%20%282%29.pdf

[]s!

Ivan

Dr. Barata, O que ocorre com a Holanda em relação ao JSF é o mesmo que ocorre com todos os outros associados: elevação do custo de aquisição sem limite claro de onde vai parar esta espiral crescente. Sozinhos os batavos pouco podem fazer, a não ser abrir mão de ter uma força aérea com caças de 5ª geração. Entretanto em conjundo, os associados do JSF podem fazer uma séria pressão sobre Washington e o Pentágono para tomar medidas sérias e concretas quanto a espiral de custo crescente e sem limites do programa. Affordable or Profitable? That’s the Question. Abç, Ivan,… Read more »

ivanildotavares

Adorei essa conversa do Ivan com o Vader sobre os holandeses, Pernambuco, origem do Exército Brasileiro, Montes Guararapes, Felipe Camarão, Henrque Dias, André Vidal de Negreiros, Jaboatão, Companhia Holandesa das Índias Ocidentais, Mar Quebrado, Império Colonial Holandês (aqui eu lembrei do Arquipélago Holandês de Sonda, a atual Indonésia e que antes de tudo isso eram as Ilhas Molucas) e o ataque nipônico imediatamente após Pearl Harbor na II Guerra Mundial… Viajei! O engraçado foi o Vader lembrar o Mapa ao Ivan. Quanto ao post, penso que a Holanda deve procurar ter o melhor equipamento possível, no caso estou falando do… Read more »

DrCockroach

Prezado Ivanildo, realmente a conversa do Ivan com o Vader estava muito interessante, divertida tb.

[]s!