Helibras está pronta para concorrência
Eduardo Marson diz que empresa conta com 35 anos de história produzindo no Brasil
Cláudia Bredarioli
A possibilidade de a Embraer tornar-se fabricante de helicópteros brasileira pode ser uma pulga atrás da orelha, mas não afeta os planos da Helibras — até agora a única indústria da América Latina nesse mercado (*) — de manter sua estratégia de conseguir projetar o primeiro helicóptero no Brasil e comemorar 35 anos de atuação no país com grande expectativa de crescimento de produção e de novas contratações. “Nós já fabricamos 700 helicópteros e temos desenvolvido tecnologia para ampliar cada vez mais a participação do produto nacional em nossas aeronaves. Não se consegue isso de uma hora para outra”, comemora Eduardo Marson Ferreira, presidente da Helibras, em entrevista exclusiva ao BRASIL ECONÔMICO. Caso seja consolidado, o acordo da Embraer com a Agusta traz para dentro do Brasil uma concorrência global, já que as quatro maiores fabricantes mundiais de helicópteros são justamente a franco-alemã Eurocopter (dona de 75% da Helibras), a italiana Agusta, a Sikorsky (EUA) e a Bell (EUA). “Acho que seria o caso de perguntar-mos: qual outro país tem duas grandes fabricantes de helicópteros em um mesmo local?”, questiona Marson, ponderando que um cenário assim deve trazer aumento de concorrência por mão-de-obra, fornecedores e tecnologia — e não apenas de produção e venda —, algo que, até então, só tem sido viável no mercado americano, o maior do mundo, especialmente na área militar. Considerando a alta expectativa de crescimento da demanda brasileira (leia mais no texto ao lado), porém, alguns especialistas acreditam que haja espaço para esse tipo de concorrência, caso ela realmente se concretize. Não é a primeira vez que a Agusta sugere investir em uma linha de fabricação brasileira, mas só agora passa a contar com uma parceria de peso como esta da Embraer.
No entender do presidente da Helibras, contudo, talvez seja preciso olhar com mais atenção o comunicado distribuído pela fabricante brasileira de aviões. “O texto fala especialmente em um acordo de marketing. Penso que essa seria a prioridade da parceria”, diz. Com uma nova fábrica inaugurada em Itajubá (MG) em outubro — que envolveu o investimento de US$ 430 milhões —, a Helibras começa a cumprir um grande acordo para fornecer 50 aeronaves para as Forças Armadas Brasileiras. A previsão de Marson é de que, a partir do ano que vem, grande parte dessa encomenda seja entregue, num processo que deve terminar em 2017. Por enquanto, ele conta, já saíram da fábrica cinco helicópteros. Foi justamente a criação da Estratégia Nacional de Defesa pelo governo brasileiro, em 2008, um dos principais fatores que impulsionaram a parceria entre a Helibras e a Eurocopter. Atualmente, 11% do valor agregado nos modelos entregues às Forças Armadas são nacionais, ou seja, composto por peças e componentes fabricados por indústrias brasileiras. Mas, até 2017, as aeronaves militares estarão sendo entregues com 50% de índice de nacionalização, segundo Marson. A Helibras também produz um dos modelos de maior comercialização, o Esquilo, hoje com 48% de peças e componentes brasileiros. “Na versão policial do Esquilo já alcançamos mais de 50% de nacionalização”, diz. Todo esse crescimento já permitiu que a empresa ampliasse de 260 para 750 o número de seus funcionários. Até o ano que vem, eles devem somar 950.
FONTE: Brasil econômico, via Notimp
NOTA DO EDITOR: (*) já existe um programa de linha de produção de helicópteros chineses (mas de projeto europeu) em atividade na Argentina. O primeiro protótipo, uma versão do Esquilo (aeronave também produzida pela Helibras) denominada Z11, fez o seu voo inaugural em outubro do ano passado. Veja link abaixo.
VEJA TAMBÉM:
Sentiram o baque hein? Hehehe…
Melhor a Apertaparafusobrás começar a se mexer. Os tempos de reserva de mercado podem estar chegando ao fim.
Vamos aguardar.
– Nós já fabricamos 700 helicópteros = Nos já desencaixotamos 700 helicópteros.
“Acho que seria o caso de perguntar-mos: qual outro país tem duas grandes fabricantes de helicópteros em um mesmo local?”
kkkk piada.
A Helibras é fruto das benesses governamentais, lastreada em ligações políticas. Foi assim desde a localização de sua “planta industrial”, nas montanhas “aurelianas” de MG, longe da expertise aeronáutica, da matéria prima, do mercado consumidor, das vias logísticas, sem nem mesmo um campo de pouso próximo. Após 30 anos montando os kits que vinham da Europa, com meia dúzia de engenheiros em seus quadros só para assinar papel, “conquistou”, mais uma vez pelas ligações políticas, um projeto zero-risco em que o GF se compromete a comprar 50 helicópteros dos anos 60 atualizados, por 4 vezes o preço que vale e… Read more »
A Aperta…Brás e a matriz ainda não deram solução para o problema da MGB dos EC-725 / 225 …. a previsão era para fevereiro… mas informações dizem que será mais adiante…..
Sds.
A empresa tem 35 anos anos de mercado que foram denegridos pelo simples fato de ter contratado para ser “diretor” um ex governador de um certo partido.
Acordo entre AgustaWestland/Embraer vai tirar o sono da Helibrás rs..rs…
Ainda tem a fábrica dos Russos a ser implantada no Brasil com arceria coma Odebrecht.
É meu povo a coisa vai ficar preta pro lado da Helibrás !!!
kkkkkkkkkkkk
Abs.
A política não suporta vácuo, é impossível uma teta com tanto leite jorrar sem atrair a atenção de outros “mamadores”. O resumo é o seguinte. Antes tínhamos uma montadora de kits de helicópteros que por meio de influencia política conseguia vender helicópteros de qualidade duvidosa a preços irreais. Agora teremos duas montadoras de kits de helicópteros. O que muda é que talvez, e digo novamente talvez, haja alguma concorrência técnica e econômica. Mas ainda serão duas simples montadoras de kits de helicópteros. O que particularmente acho positivo, mas sem ilusões de que esta nova empresa sera muito diferente. Nada contra… Read more »
O desespero óbvio de quem sabe que não fabrica, a rigor, absolutamente nada, e que qualquer empresa, com o mínimo de recursos, consegue montar kits, seja vindo da França, da Itália ou dos EUA. Quiçá a Embraer, que conta ainda com todo o cluster de SJC, bem como a enorme participação do GF em suas ações (leia-se decisões), sendo um fornecedor preferencial.
Acho curioso como que a Embraer ocupa um outro “lugar”nos corações e mentes. Quando se fala de Petróleo, é unânime que a Petrobrás deve ser a responsável pela exploração, ou pelo menos a parceira ou sócia nos projetos. Não vejo ninguém dizer: – Reserva de mercado, benece, etc.. ou, deixem isso com a Exxon, BP, empresas do mercado internacional. No caso da mineração o mesmo, com a participação enorme que o governo tem na Vale, ainda assim é a queridinha de todos. Daí vem a Embraer, um caso parecido (não é controlada pelo governo como a Petrobrás nem tem tanta… Read more »
Corsario137 disse:
Quando se fala de Petróleo, é unânime que a Petrobrás deve ser a responsável pela exploração, ou pelo menos a parceira ou sócia nos projetos.
Não é não. Mas isso é assunto para outro blog.
Soyuz,
Delta, Camargo e Correia e Queiroz Galvão vem bem na frente da Embraer.
Estou tentando achar a nota da VEJA que falava sobre isto, sem sucesso.
Tá aqui a nota da VEJA
Se depender dos cofres federais, o Natal da Odebrecht promete ser gordo. A empreiteira é a primeira empresa privada a bater a marca de 1 bilhão de reais recebidos do governo Dilma Rousseff este ano. Atrás dela, vem a Embraer, com 500 milhões de reais no período
Por Lauro Jardim
http://veja.abril.com.br/blog/radar-on-line/brasil/odebrecht-a-empresa-preferida-do-governo-dilma/
Cala boca entendido. Cambio, desligo.
Alguém dê de presente um bom dicinário da língua portuguesa, p/ esse desinfeliz!!! O maledeto ainda não aprendeu o significado de FABRICAR!!! Pensa(sic), que nós somos assim burros. A realidade da “Apertaparafusobrás”, vugo “Helibrás”, é que sem a matriz por detrás, ela não passa de um saco vazio. E saco vazio, não para em pé. No mais não há nada que não esteja ruim o suficiente, que não possa piorar ainda mais. Antes era o monopólio da Eurocopter, daqui prá frente será o duopólio da Eurocopter mais a Embraer, brincando de fazerem concorrência uma p/ a outra. Como aliás ocorre… Read more »
Lembram-se daqueles 4200 demitidos??? Vem mais uma leva aí!!!
(http://www.defesanet.com.br/bid/noticia/9364/Financas-da-Embraer-preocupam-cadeia-produtiva)
Empresa metida a besta foi peitar a Lockheed, mas conseguiu somente abrir seu próprio flanco a concorrência, no mercado de aviação regional.
Não acredito que a Agusta Westland venha ganhar alguma coisa no meio militar.
Acredito que o foco será o meio civil mesmo.
HRotor, faltou dizer que a compra dos EC-725 foi a revelia das Forças (des)Armadas, que não tinham nenhum requisito para helicópteros de médio porte à época. Resolveram comprar 50 unidades e dividí-las, por igual, entre as três forças! Que estudo foi esse?! A FAB estava feliz com seus Blackhawk e queria mais unidades deste, que inclusive encomendou. O EB já tinha pego o irmão mais velho do EC-725, mas queria mesmo era mais Blackhawks também, uns 8, e um helicóptero de ataque puro sangue. E a MB queria substituir seus SH-1, cujo sucessor escolhido foi o Seahawk, que teve somente… Read more »