França bombardeia jihadistas do Mali
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Ataque aéreo ocorreu em resposta ao avanço de grupos rebeldes aliados à rede terrorista Al-Qaeda, que controlam o norte do país
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Aviões da França bombardearam ontem o Mali, ex-colônia francesa, em uma tentativa de conter o avanço de rebeldes islâmicos aliados à Al-Qaeda. O presidente malinês interino, Dioncounda Traoré, havia solicitado às Nações Unidas e a Paris ajuda militar na quinta-feira, depois que insurgentes tomaram uma cidade no centro do país.
Nações ocidentais e da região temem que o Mali se converta em um “Afeganistão africano”: um território onde grupos que operam sob a bandeira da Al-Qaeda têm liberdade para impor uma versão ultrarradical da sharia (lei islâmica) e planejar ataques a alvos no exterior.
Em Paris, o presidente François Hollande disse que a ofensiva levará “o tempo que for preciso” e está amparada nas decisões do Conselho de Segurança das Nações Unidas. “O uso da força é necessário”, justificou Hollande. “A própria existência do Mali está em perigo.”
De acordo com a revista alemã Der Spiegel, forças especiais francesas teriam desembarcado no país. O número total de soldados que Paris pretende enviar não foi divulgado. Uma fonte diplomática ocidental no vizinho Níger disse ao jornal New York Times que os insurgentes têm entre 800 e 900 homens. Seis franceses foram sequestrados pelos rebeldes nos últimos meses.
Depois de semanas sem confrontos diretos com o Exército, os rebeldes tomaram, na quinta-feira, a cidade de Konna, avançando sobre o centro do país. Grande parte da população abandonou o local e as forças leais ao governo de Bamako viram-se obrigadas a recuar.
O Mali entrou em colapso em março, quando militares derrubaram o presidente Amadou Toumani Touré. Os generais alegavam que ele havia fracassado na luta contra a rebelião de grupos da etnia tuaregue, no norte do país, mas as potências ocidentais e nações da região recusaram-se a aceitar a ruptura na ordem constitucional.
O caos que se instalou favoreceu a aliança insurgente entre os tuaregues e radicais jihadistas, a qual assumiu, no mês seguinte, o controle do norte do Mali, incluindo a cidade histórica de Timbuctu, declarada patrimônio da humanidade pela Unesco. Hoje, os insurgentes dominam uma extensa faixa no Deserto do Saara, entre a Argélia, Mauritânia e o Níger.
Aval da ONU. Países vizinhos, organizados no bloco regional da Comunidade de Estados da África Ocidental (Ecowas, na sigla em inglês), a França e o governo americano conseguiram aprovar na ONU, em dezembro, uma resolução autorizando o uso da força contra os rebeldes malineses. O texto, entretanto, condiciona a intervenção internacional ao treinamento dos militares do Mali – medida que busca evitar novos golpes de Estado no país.
O objetivo inicial era aguardar até setembro para lançar a operação contra os radicais – espaço de tempo necessário para treinar as forças locais. Com o avanço rebelde de quinta-feira, no entanto, Hollande decidiu agir o mais rápido possível.
A diplomacia francesa pretende colocar em curso uma intervenção na qual as tropas terrestres sejam fornecidas pelo próprio Mali e por países do Ecowas, enquanto Paris fornece apoio aéreo, de inteligência e treinamento.
Outros países europeus, como a Alemanha, além dos EUA, também devem cooperar no esforço multinacional. Ontem à noite, o presidente Traoré decretou estado de emergência em todo país. A medida terá duração de dez dias.
FONTE: Estadão, com informações da AP
FOTO: Força Aérea Francesa (Armée de l’air)
Sei que o pessoal nao gosta de escrever de politica, mas as vezes e dificil, o terceiro poder, o poder marginal esta tomando seu espaco, seja la com jihadistas ou aqui com o nosso crime organizado e ai se vai, este eh um caminho sem volta.
Agora a Franca deve ter interesses grandes la, para chegar assim primeiro.
Galeão Cumbica, Pelo que foi dito na coletiva de imprensa do MD Francês (nova matéria que acabo de colocar no ar), o que não querem é a tomada de poder num país do Norte da África por grupos tidos como terroristas, o que geraria um “estado terrorista”. Já tinham aparentemente “domesticado” o Kadhafi, quando o caldo entornou na Líbia com os rebeldes na esteira da Primavera Árabe e meteram bomba nele. Agora, com tudo um pouquinho mais controlado por lá, surge essa nova crise, e a França historicamente marca presença militar num estado próximo, o Chade (mais ao centro), e… Read more »
Depois da fracassada tentativa de resgatar um sequestrado e terem perdido o próprio e mais dois soldados, os franceses vão para cima com tudo. E vão para cima porque tem com o que fazer. Se alguém quer ser potência tem de bancar os custos disso também. Não é como aqui que acham que basta arrotar bastante para ser grande. E acham que tem alguma moral. E mais uma observação importante: o livro “Brasil Maravilha”, escrito por L.I. Rowling da Silva é meramente uma obra de ficção e não uma análise da história contemporânea brasileira. Falo isso porque muitas crianças ingênuas… Read more »