Para Dassault, Rafale tem chances no Canadá
Segundo matéria da Aviation Week (com informações da Reuters e do jornal francês Les Echos), a Dassault francesa vai responder a informações pedidas pelo Canadá sobre seu caça Rafale, e estaria pronta para participar de uma concorrência no contexto dos canadenses deixarem de lado seu apoio à compra do F-35 da norte-americana Lockheed Martin.
Afirmações a esse respeito foram dadas pelo novo diretor executivo (CEO) da Dassault, Eric Trappier: “O Canadá é potencialmente o primeiro país que poderia desafiar o F-35. Estamos prontos para explicar o que poderia ser uma oferta do Rafale, suas capacidades operacionais e uma cooperação industrial” disse o executivo em uma entrevista ao jornal Les Echos em 9 de janeiro, data em que substituiu Charles Edelstenne no comando da empresa.
Autoridades canadenses afirmaram, no mês passado, que o governo poderia reiniciar o processo de busca de um novo caça para o país, devido ao aumento de custos tornar necessária uma revisão dos planos de comprar o F-35. Porém, o Canadá ainda não se decidiu em desistir do caça norte-americano, e poderá, no fim das contas, comprá-lo.
O jornal Les Echos reforça que, para muitos analistas, não está certo se essa pesquisa sobre caças significa o abandono do F-35 por parte do Canadá. Porém, a Dassault acredita que os canadenses vão estudar seriamente o que os competidores têm a oferecer em relação ao caça da Lockheed Martin, diferentemente do que foi o caso no Japão e na Holanda.
Há poucos anos, quando os militares japoneses procuraram o então diretor executivo Charles Edelstenne e perguntaram sobre a possibilidade de participação da Dassault numa concorrência, este educadamente declinou, convencido de que os visitantes tinham apenas uma meta: usar o Rafale como uma isca (lebre) para que a Lockheed Martin baixasse seu preço.
Apesar de bastante cauteloso, o novo CEO Trappier acredita que este não será o caso do Canadá, onde “há um verdadeiro problema político com o preço” do F-35. Convencido de que o Rafale é uma das melhores alternativas, e levando em consideração que a Boeing (com o Super Hornet) é cotada como sério competidor, ele afirmou: “Há quem acredite que seja a Boeing, então por que não nós?” Ele destacou a escolha do Rafale pela Índia para justificar seu argumento.
FONTES: Aviation Week e Les Echos (tradução e edição do Poder Aéreo a partir de originais em inglês e francês)
FOTOS: Dassault
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O Rafale tem chances no Canadá da mesma forma em q qualquer pessoa tem chances de ganhar na mega-sena…
Isso tudo é desespero para vender é? Onde seria possível que o Canadá, que divide a fronteira com os EUA e compartilha com os mesmos a defesa aérea (NORAD) iria adquirir o Rafale? Em consideração com a minoria francófona de Québec? Ademais, na hora que os canadenses colocarem os custos na ponta do lápis e constatarem que o Rafale custará para adquirir e manter quase o mesmo que um F-35, com a desvantagem de ser de uma geração inferior, vão dar para trás rapidinho. Ademais, a geopolítica fala mais alto. Se não for o F-35 será o SH ou então… Read more »
Quero saber em qual concorrência o Rafale não tem chance? Pois, para franceses ele sempre tem o problema é levar, só falta dizerem que a USAF e US Navy também estão interessadas.
Até agora ganharam uma com os indianos e mesmo assim as negociações permanecem velozes como uma tartaruga.
Meio sem nexo pensar que os Canadenses que tem anos de vinculo ou até dependência americana quanto a equipamentos militares, deixarem de comprar um avião americano para um francês, na verdade é esdrúxula ou até prepotente a alegação desse francês.
Se os canadenses não quiserem F-35, certamente adquirirão aviões americanos a exemplo (Super Hornet).
Chega a dar a impressão de que é piada…
Nada mais que a velha arrogância francesa em falar pelos (potenciais) clientes.
O caça do Canadá é um só: F-35.
Se tudo der errado, se o governo quebrar, se a Bombardier falir, se o país sofrer uma catástrofe natural, o Canadá comprará o Boeing F/A-18 E/F Super Hornet.
Com ctza o Canadá fez esse RFI, mas eh só “joguinho” pra dar um “gelo ” na LM.
próximo
É o desespero. Estão tentando entrar em todas as concorrências para tentar emplacar algo.
Infelizmente para a Dassault, no caso do Canadá, ou é F-35 ou SH. Na minha opinião, só existem essas duas opções, onde as demais empresas que concorrerem estarão apenas fazendo pressão nos preços dos vetores que mencionei.
Muito difícil o Canadá emplacar aviões que não sejam americanos, a defesa do país é praticamente integrada á dos EUA. O problema é que o Rafale foi uma aposta arriscada de governos da França (só não lembro se Miterrand ou Chirac), que romperam com o consorcio Eurofighter em prol do avião próprio. Virou um ENORME problema político, na medida em que sua não-exportação transfere ao contribuinte francês a conta total do desenvolvimento, que não é barata. E um caça dessas características precisa vender, porque o desenvolvimento não pára. Quem sou eu para escrever isto, vocês aqui do blog sabem melhor… Read more »
Aliás, vou repetir uma opinião que quando o blog era aberto a não assinantes eu já expressava aqui. Sou favorável ao caça mais barato de operar, o Gripen NG. Porém, se o Brasil participasse, sim, do programa de desenvolvimento do Rafale e, claro, recebesse as melhorias que ele gera para a frota já existente, não seria um negócio assim tão ruim e até justificaria o preço astronômico do avião. O problema é que não sabemos: a) Se o Brasil tem massa crítica para receber essa transferência; b) Se seria economicamente viável para 36 caças que ninguém dá certeza que podem… Read more »
O povo[leia-se todos sites especializados] insiste nessa teoria de que o projeto do Rafale foi/é muito caro e de que se nao for exportado em qtdade suficiente a FATURA vai para o CONTRIBUINTE frances…olha…sei lá, jah faz tanto tempo que o projeto existe que talvez o valor jah tenha sido “diluido” pelos anos/décadas que passaram desde o protótipo, acho eu que o maior gasto foi durante a década de 90, e jah deu tpo pro governo diluir essa diferença no lombo do povo na forma de impostos…nunca saberemos ao certo, sao conjecturas.
Space Jockey disse:
10 de janeiro de 2013 às 11:54
Com certeza uma boa parte do Projeto Rafale já foi pago. Esse rombo a França já engoliu.
O problema consiste em que uma outra boa parte do que foi feito foi financiada por bancos privados. Essa parte precisa de vendas para ser paga, senão a conta estoura no contribuinte.
Mas o pior é o que ainda precisa ser feito no Rafale: não há mais dinheiro, o caça é deficitário, e se não encontrarem comprador, não tem como atualizá-lo sem impingir novo rombo no contribuinte.
Sds.
Se a questão é preço eles podem simplesmente trocar o F35 por F16, como já estão em contato com a LM seria uma saida politica onde continuariam com um vetor americano.
Não acredito nas chances do Rafale no Canadá.
Se o F-35 não vingar, será o F-18 E SH.
[]’s
Sou francês e não desisto nunca.
É mais facil El chavito sair do freezer andando e hablando besteiras que o Rafale emplacar no Canadá.
Que coisa…. a Dassault está atirando para todos os lados! Quem sabe “pega” em algum lugar além da Índia…. a esperança é a ultima que morre.
Creio que o Rafale tem boas chances no Canada, afinal além de um excelente vetor, os canadenses tem bala na agulha para bancar seu custo operacional. Não é nenhum país pobrezinho.
Duvido muito que o Canadá compre essa jaca ai. Ate o Silent Hornet seria um canditato mais provavel.
As chances do Rafale com o Canadá são as mesmas do Su-35…
No final vai acontecer a mesma coisa que ocorreu com o Rafale-M junto a USN. Vai lá, vai se exibir, vai receber aplausos, sorrisos e no final um tapinha nas costas e bye-bye…
Uma coisa ninguém pode negar, como são otimistas esses franceses!!!!
Otimistas? desesperados isso sim.
Prezado Fabio Mayer acima às 11:26 e 11:31… sem ser pró ninguém mas… Segundo o pessoal da FAB é uma tremenda incomodação os negócios feitos com equipamento aéreo francês. Para comparação, entre os mirages e os f5 por ocasião de suas entregas, os primeiros foram entregues com pífios manuais, enquanto que os segundos com manuais detalhados. Enquanto que os americanos cumpriram na íntegra no pouco que prometeram em contrato, os franceses nada cumpriram no muito prometido também em contrato. Tá certo que isso foi na década de 70, contudo gato escaldado sabe como é?!! Numa decisão política até pode ser,… Read more »
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EDITADO
Sinceramente acho que em TODOS os casos de prováveis “desistentes” do F-35 teremos o seguinte cenário ESQUIZOFRÊNICO: Países como Japão, Holanda e Canadá até bem pouco tempo tão bem dispostos a pagar QUALQUER preço estimativo e IRRACIONAL da Lockheed Martin pela futura 7ª maravilha da aviação militar do século 21… (mesmo sem qualquer garantia tecnológica ou de PRAZO e SABENDO por antemão que estão investindo numa maravilha americana com a CERTEZA que receberão uma 2ª versão DEGRADADA de acordo com a visão americana SUBJETIVA E IRRECORRÍVEL do seu “status aliado”) … QUANDO E SE decidirem a não adquiri-lo mudarão a… Read more »
Gilberto Rezende disse:
11 de janeiro de 2013 às 1:17
Prezado, não ecxiste isso de “F-35 degradado”: os caças, em suas três versões, sairão da montagem iguaizinhos; o que cada um customizará nele depois é que determinará se será mais ou menos capaz.
E o Japão NÃO pertence ao Programa JSF; no entanto a JSDAF já COMPROU o F-35. Como HaAvir (Israel), aliás.
Mas claro, são duas Forças Aéreas pífias, sem história de combate e que não entendem nada de avião… 🙂
Vader: Nosso amigo Giba precisa loucamente torcer pelo fiasco do F-35. Caso você não tenha observado no último LRIP o preço flyaway do F-35A está em US$ 105 milhões. Em comparação, o caça de boneca custa 64 milhões de Euros, o que dá 83,2 milhões de dólares. Ou seja, o preço do F-35 está caindo e se aproximando perigosamente do preço que a Dassault cobra pelo seu vetor. Como resultado é uma questão de tempo para o F-35 ficar mais barato que o Rafale. E quando isso acontecer ninguém vai querer saber de comprar Le jaque, para desespero dos Le… Read more »
Infelizmente o F 35 é “demais” para nós, não é Sr. Jobim?
Aliás aquela frase é emblemática. Deixando de lado os valores de aquisição e de manutenção, uma vez que o “demais” não se referia a isso, o ex-ministro mostrou o desinteresse do GF por aquilo que é melhor, restando um interesse relativo a “sabe-se lá o que”. Aliás, sabemos.
É absolutamente improvável que o Canadá compre o Rafale. É mais uma das barrigadas da Dassault semelhante aquela do suposto interesse da Royal Navy pelo Rafale. Se não comprarem o F-35 os canadenses vão de Super Hornet,que cumpre os requisitos e custa o preço de um aparelho de 4.5 geração e não o de um de 5 geração,como é o caso do Rafale.
Eu sei, estou cansado de saber, que é quase um absurdo o Canadá desistir do F-35, ainda mais por Le Jaca. Mas mto cuidado nessa hora, em se tratando desse mesmo Canadá, há um precedente real e bem caro. Anos atrás o DND selecionou o helicóptero “Merlin” p/ substituir aos “Sea King” nas missões ASW e “Labrador” (versão do CH-46) nas missões SAR. E não é que os franceses, preteridos na concorrência, meteram a colher, c/ amplo respaldo do próprio 1º ministro da época diga-se e o negócio foi cancelado!!! Somente p/ anos depois o governo canadense, quase ser chamado… Read more »