Kaveri pode ter novo destino
Motor é muito fraco para o Tejas, mas uma boa opção para USAV
O motor a jato Kaveri, em desenvolvimento na Índia, possivelmente não sirva para o jato de combate indiano LCA Tejas, mas talvez seja útil de outra maneira.
No dia 10 de dezembro do ano passado, o ministro da Defesa da Índia, AK Anthony, disse em resposta a um parlamentar do país que o Kaveri poderia ser empregado no futuro USAV (Unmanned Strike Air Vehicle) nacional, planejado para entrar em serviço em 2020.
Segundo o Business Standard, a Índia não tem opção a não ser empregar uma versão sem pós combustão Kaveri no USAV porque o Regime de Controle Tecnológico de Mísseis internacional não permite a exportação de motores para aeronaves não tripuladas com alcance superior a 300km.
Em desenvolvimento pelo GTRE (Gas Turbine Research Establishment), a potência do Kaveri com pós combustão é menor que o inicialmente projetada e está bem abaixo do necessário para impulsionar o “acima do peso” LCA, mas seu empuxo seco é adequado para mover um USAV de dez toneladas.
O Business Standard informou que os testes realizados na Rússia junto ao Gromov Flight Research Institute, quando um exemplar dele foi montado em um avião Il-76 para testes em voo, mostraram que o empuxo com pós-combustão do Kaveri é de 15.800 libras, contra um valor inicialmente planejado para 18.200 libras. Mas o empuxo seco efetivo (11.100 libras) está próximo do originalmente planejado (11.500 libras).
O GTRE desenvolve o Kaveri desde março de 1989. Anthony, na sua resposta ao parlamentar, disse que as 2.200 horas de teste foram completadas com o emprego de nove motores, além de outros quatro núcleos de protótipo. Na Rússia o motor foi voado com velocidades de Mach 0.7 em altitudes de até 40.000 pés em um total de 27 voos (57 horas de voo).
O desenvolvimento deveria estar completo em dezembro de 1996 a um custo projetado de US$69,5 milhões. Mas devido às falhas técnicas, o programa foi alongado e seu custo foi reavaliado em US$515 milhões, sendo que US$362 milhões já foram gastos até o momento.
Em função das falhas com o Kaveri, o Tejas Mk1 será equipado com um motor GE F404-IN20 de 20 mil libras. Mas a aeronave está “acima do peso” e submotorizada, então haverá uma nova versão, denominada Mk2, com um motor GE F414-INS6 de 22 mil libras.
O USAV indiano possui uma semelhança externa com o demonstrador europeu UCAV Neuron, que voou pela primeira vez na França em dezembro passado. O demonstrador Neuron é impulsionado por um motor Rolls-Royce Turbomeca Adour de nove mil libras.
FONTE: Aviation week
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E tem aloprado que ainda defende uma tal de ToT como a solução mágica…Tecnologia não se transfere, se cria. Não consegue criar? Copie então!
Mas vamos combinar um motor a jato de 11.100 libras seco (Dry Thrust) é muito bom mesmo… Parece que a dificuldade tecnológica indiana está centralizada mesmo é no sistema de pós-combustão que não proporciona o salto de potência necessário… E o regime de “engorda” no Tejas TAMBÉM não ajudou a casar os dois projetos indianos… ALIÁS temos (ao que se sabe) dois projetos de turbina aeronáutica no Brasil… A da Polaris e da Avibrás e nenhuma das duas não chegam nem PERTO da Kavery indiana e nem PENSAM em pós-combustão… As duas brasileiras estão na faixa de 3,4 KN e… Read more »
Giba:
Veja há quanto tempo os indianos estão desenvolvendo o Kaveri e há quanto tempo começamos a desenvolver as nossas.
OFF TOPIC…
…mas nem tanto, afinal tem a ver c/ Índia tb:
O governo indiano define a HAL, como integradora lider do MMRCA!!!
(http://t.co/KeVszkec)
Tomou, Dassault…
Como seria legal, se no Brasil a Embraer tb tomasse um “cala a boca”, desse naipe.
Caro Mauricio R.
Não entendi o comentário.
A HAL foi definida, pelo Mnistério da Defesa, como integradora de uma aeronave que ela nunca viu ants na vida. Parsa mim isto significa apenas uma coias. Os indianos terão que pagar por isso (e não vai sair barato).
Também não entendi a parte do “cala a boca”.
É por essas e outras que creio impossível um projeto de caça inteiramente nacional.