Governo Canadense volta atrás, oficialmente, na compra do F-35
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O motivo é conclusão de auditoria de que os custos de todo o ciclo de vida chegarão a 45 bilhões de dólares – Governo Canadense vai analisar outras opções, mas o F-35 continua sendo uma delas
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Segundo o jornal canadense “The Globe and Mail”, o Governo conservador de Stephen Harper do Canadá está se retratando, oficialmente, de sua decisão tomada há dois anos e meio de comprar o caça F-35 de última geração. Mas o Governo Federal ainda resiste a solicitações para abrir uma competição de um novo caça a jato para o Canadá. A notícia foi publicada pelo jornal na quarta-feira, 12 de dezembro, e atualizada nesta quinta.
O anúncio oficial foi feito na quarta-feira, quando o Governo Harper informou que oficialmente estava voltando atrás em seu plano de comprar 65 caças de uma só fonte, como substituto da frota envelhecida de jatos CF-18 Hornet. Foi um caso raro de virada de 180 graus numa administração que com pouca frequência admitiu seus erros, mas que foi julgada necessária pelos conservadores para restaurar suas credenciais de administração com preocupações fiscais.
Uma autoridade do Governo declarou, numa coletiva de imprensa, que “nenhuma decisão foi tomada quanto a um substituto do CF-18”. O fato é que os custos de ciclo de vida do caça F-35 da norte-americana Lockheed Martin foram auditados em cinco vezes o valor que os conservadores haviam divulgado. Segundo o anúncio do Governo na quarta-feira, serão 45 bilhões de dólares no total, o que dividido por aeronave vai superar 600 milhões. A compra havia sido anunciada pelos conservadores originariamente a um valor de 9 bilhões (nota do editor: esse trecho da matéria faz, propositadamente ou não, uma confusão de custo de aquisição divulgado em 9 bilhões com o custo de todo o ciclo de vida, auditado agora em 45 bilhões. Em notícias anteriores, o próprio Governo Canadense estimava perto de 20 bilhões o custo do ciclo de vida – de fato, um valor menor que o auditado, porém não cinco vezes menor)
O ministro da Defesa Peter MacKay e a ministra de Obras Públicas (Public Works) Rona Ambrose fizeram um grande esforço na quarta-feira para se distanciarem do anúncio de julho de 2010 relativo à intenção de comprar os caças, ainda que MacKay, na ocasião, tivesse posado para fotos em frente a uma maquete da aeronave. O ministro da Defesa disse a repórteres: “Estamos apertando a ‘tecla reset’ nessa aquisição de forma a assegurar um equilíbrio entre as necessidades militares e os interesses dos contribuintes. Vou deixar claro: o Governo do Canadá não vai prosseguir com uma decisão para substituir os caças CF-18 até que todos os passos… sejam completados.”
O Governo Canadense, segundo o jornal, anunciou formalmente que agora está buscando alternativas ao F-35 que atendam melhor à necessidade de substituir os velhos CF-18 . Porém, o governo deixou claro que ainda pode ser decidido que o F-35 é o melhor para a tarefa. Ambrose disse: “Estamos realizando uma completa análise das opções e, obviamente, o F-35 é uma dessas opções”. Ainda assim, e apesar da demanda da oposição, o governo está reticente em abrir uma concorrência para isso, dizendo que vai esperar primeiro uma análise da Força Aérea Real Canadense sobre as opções.
A auditoria que concluiu custos de ciclo de vida de 45 bilhões de dólares foi feita pela consultoria KPMG. Ela analisa os custos em um período de 42 anos, levando em conta uma vida útil de 30 anos para cada jato, com 65 exemplares e mais 11 reservas no total, considerando também combustível, manutenção e modernizações. Isso daria perto de 600 milhões de dólares por unidade. Menos de 20% dos custos são de aquisição, enquanto 80% são para manter a frota operando.
O Governo Canadense ainda assume a possibilidade, conforme documento divulgado, de que os Estados Unidos farão uma grande encomenda dos caças, com os EUA e parceiros adquirindo 3.100 unidades – mas como esse número poderá cair, o custo total subiria 500 milhões de dólares para cada 400 jatos cortados em encomendas internacionais, devido à perda de escala.
Também foram ajustadas as expectativas de benefícios industriais com o negócio para o Canadá. De 12 bilhões de dólares, caiu para 9,8 bilhões. Até o momento, as firmas canadenses, que só puderam competir por trabalho no programa pelo fato do Canadá se juntar ao consórcio de países que planeja comprar os F-35, já garantiram carga de trabalho de 438 milhões. Segundo fontes, os custos crescentes do ciclo de vida do F-35 e a decisão canadense de buscar alternativas está criando pânico nas empresas do país, já que disputam contratos de fornecimento para o jato da Lockheed Martin.
Ainda segundo o jornal, o fato do Governo Harper sair à procura de alternativas para o controverso F-35 é a demonstração mais significativa de que está preparado para deixar de lado sua primeira opção em novos caças. Autoridades canadenses vão coletar informações de outros fabricantes, incluindo a norte-americana Boeing, fabricante do Super Hornet, e o consórcio europeu Eurofighter, que fabrica o Typhoon. Também deverão contactar a sueca Saab, que produz o Gripen, e a francesa Dassault, fabricante do Rafale. A meta do governo é completar essa análise o mais rápido possível em 2013. Uma decisão sobre fazer ou não uma concorrência poderá ser tomada após a análise.
Vale lembrar que o Canadá não assinou nenhum contrato de compra do F-35, apenas sinalizou ao fabricante que deseja adquirir 65 exemplares, não sendo obrigado a comprá-los. Há um Memorando de Entendimento, assinado em 2006, ajustando as cláusulas pela qual cada país parceiro do programa poderia adquirir o caça, permitindo também que suas indústrias competissem por contratos de fornecimento.
FONTE: The Globe and Mail (tradução e edição do Poder Aéreo a partir de original em inglês)
FOTOS: Lockheed Martin
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Apenas adiaram a decisão sobre a compra. Questão de tempo.
Vader,
Não li “apenas adiaram”..isso só no seu entendimento parcial
Aposto no SH….e isso colaboraria com o Brasil pois ajudaria a manter a linha de produção aberta mais tempo.
Caso o cancelamento se confirme,apenas demonstra a incompetência dos políticos canadenses que,em troca de uma economia mesquinha de recursos,comprometem a defesa do país a longo prazo. Quanto à concorrência por alternativas, a escolha é obvia inclusive por questões economicas: SH
Não tem o porque não comprar. É só comprar poucas unidades e fazer um hi-low com SH…
2 esquadrões para a primeira linha de defesa aérea, treinamento de pilotos e manutenção terceirizados e pronto !!! rsrs
Teoricamente é moleza…
Se confirmado, o Brasil bem que podia jogar o FX-∞ definitivamente pra Marte e comprar esses “itens de prateleira”.
É uma sina de canadense…jogar fora tempo e dinheiro…pra quem jogou no limbo da histório o Arrow e sua industria aeroespacial, isso é fichinha…
O processo natural seria o SH…
phacsantos disse: 13 de dezembro de 2012 às 10:18 Meu caro, o Canadá é INVESTIDOR e PARTICIPANTE do Programa JSF. Não adquirir tais aeronaves seria desprestigiar e gerar prejuízos à sua própria indústria o que, lá como cá, tem suas consequências de âmbito político (empresas normalmente financiam campanhas eleitorais). E o fato de o F-35 estar garantido em um eventual certame indica que ele não está descartado. Se a eventual concorrência se fiar mais em qualquer outro quesito que não pura e simplesmente o preço, o F-35 leva. Concorrência sempre é boa. Mas na hora em que o Canadá começar… Read more »
MiLord Vader, “Questão de tempo.” Sem dúvida, mas também há uma questão política e orçamentária a ser respondida. O programa Joint Strike Fighter tem seus custos majorados constatementes, em parte em face das novíssimas tecnologias adotadas mas também fortemente pela gestão do mesmo pela Lockheed Martin, que de posse de um contrato tipo ‘cost-plus” fica ‘confortável’ para aumentar custos de pesquisa na certeza que passará os mesmo, com mais lucros, para os contribuintes dos países consorciados. Sem questionar as qualidades do Lightning II, os governos dos países envolvidos no JSF (inclusive Washington) estão com seus orçamentos de defesa cada vez… Read more »
O preço em si do programa JSF assusta. Mas o grande problema é na verdade o custo a longo prazo. A opção de adquirir F-35 hoje significa abdicar da já provada doutrina Hi-Lo. Significa uma estrategia mais agressive de depender de uma menor quantidade de caças muito capazes, à uma medida mais conservadora e segura, que privilegia uma maior quantidade de aviões, divididos em duas categorias. Sem falar que optar pelos F-35 significa disponibilizar muito menos recursos para P&D e outras areas de desenvolvimento tecnologico e militar. Nem todos tem um PIB ou uma gastança trilhonaria(divida) como a americana e… Read more »
Ivan disse:
13 de dezembro de 2012 às 13:45
Ivan, concordo.
Blind Man’s Bluff disse:
13 de dezembro de 2012 às 14:15
Prezado, dizer que o Programa JSF tem falhas é uma coisa; dizer que fracassou é outra bem diferente.
Até porque ao longo do projeto o JSF foi sendo readequado para não mais oferecer uma alternativa stealth apenas ao F-16, como originalmente pensado pela USAF, mas substituir diversas aeronaves dos arsenais americanos e de seus aliados mundo afora.
Com todos seus perrengues, tanto para uns quanto para outros o JSF ainda compensará.
Pelo texto, fica claro que os canadenses NUNCA se comprometeram formalmente com a compra. Assinaram em 2006 apenas um memorando de intenções. No momento eles SE ARREPENDERAM da intenção quando procederam uma análise mais séria e menos otimística do custo do ciclo de vida operacional do F-35. Neste cenário o máximo a se esperar seria uma compra reduzida de 10 a 15 F-35 no futuro e uma aquisição imediata de 40/50 aeronaves de 4,5 geração. Para um governo conservador de direita aliado dos EUA é quase um milagre a admissão do “engano” em relação ao custo do F-35… O “investimento”… Read more »
Phacsantos, “Aposto no SH…” E eu aposto no… F-35A Lightning II !!! Poderia começar e terminar afirmando que o Joint Strike Fighter é o único consórcio ocidental que oferece comercialmente um caça de 5ª geração e todos os outros eventuais concorrentes são de geração inferior. Poderia lembrar que a aeronave a ser substituída é um CF-188 Hornet, um caça excelente e que fica relativamente próximo do desempenho dos eventuais substitutos de geração 4,5 (ou 4,5 plus, ou ainda com aqueles +++). Mas o que acho interessante é mostrar o mapa do Canadá e sua fronteira norte, com o Ártico: Na… Read more »
Gilberto Rezende disse:
13 de dezembro de 2012 às 15:03
“terão direito de receber uma versão genérica cuidadosamente degradada”
Ah claro, a LM penando pra estabelecer UMA linha de montagem pulverizada em diversos países e ela vai se preocupar em montar linhas redundantes para piorar seu produto…
Fora que seria uma tarefa “fácil” convencer os turcos, os britânicos, os israelenses, entre outros que também produzem partes do F-35, a aceitar fazer uma linha de peças “plano B” para degradar seus próprios caças…
Ora cidadão, sua afirmação não tem o menor cabimento.
Aliás, cadê a fonte? 😉
Blind Man’s Bluff, A opção de adquirir F-35 hoje significa abdicar da já provada doutrina Hi-Lo” Sou um pesado (mais de 100 kg… he he he) defensor do High & Low Mix como melhor doutrina para uma força aérea que necessite lutar nas suas fronteiras, apoiando o exército ou em desgastantes patrulhas aéreas de combate sobre estas linhas. Mas acredito que há excessões. O Canadá me parece ser uma destas. Sua fronteira quente é extremamente gelada e inóspita, o Polo Norte. Não haverá uma lilnha de frente clara, mas espaços imensos a ser patrulhados e/ou defendidos, normamelmente contra o que… Read more »
Em tempo, outro mapa do Canadá e suas fronteiras:
Senhores, mais um país voltando atrás em relação ao F-35, que caminha a passos largos para se tornar o mais desastroso projeto já feito pela indústria americana de defesa.
Duvido que os canadenses não escolham um caça americano, e para mim o Super Hornet sempre me parece uma opção natural para o Canadá.
Amigo Vader: Coerência nunca foi o forte de alguém tão impregnado com a nefanda ideologia do Foro de SP como é o caso do nosso amigo Giba. E ao ver um programa da magnitude do JSF,que dará aos EUA e aliados um vetor no estado da arte, o cidadão surta e começa a proferir estultices tais como a da versão genérica e degradada. Tudo isso esquecendo de fatos como a versão customizada israelense,com aviônicos próprios e capaz de disparar o AAM Stunner, e a variante norueguesa que terá integrado o NSM. Pior ainda é ver o cidadão falando de parceria… Read more »
Já foi dito que a versão adquirida pelos outros países não será 100% igual à americana. O que muda geralmente é a retirada de alguns equipamentos “classificados”, como certos modos de datalink, comunicação, antenas, modos de radar, equipamentos de guerra eletrônica, etc. Isso não é novidade, já aconteceu antes com outros caças, como o F-14 e o F-15. Isso não quer dizer que a aeronave virá “pelada”, ou “capada”. Mas é comum os americanos reterem certos equipamentos e capacidades só para si. Aconteceu antes e continuará acontecendo. Então, “nothing to see here, move along…” @Ivan Na teoria o F-35 teria… Read more »
Para um caça interceptador na pratica nao vale a pena ter muita capacidade de combustivel interna. Vejam o exemplo dos Sukhois que foram desenhados para carregar todo o combustivel internamente, porem raramente o fazem pois isso compromete gravemente a sua caracteristica de dogfighter.
Ja um F-15C, carrega externamente 2 ou 3 tanques de combustiveis que podem ser instantaneamente ejetados caso seja necessario uma perfomance de alto-G.
Clésio, A Air Force Association publicou um PDF indicando uma capacidade para combustível interno de 18.840 libras para o F-35A e 18.300 libras para o F-22. O site da Lockheed Martin aponta 18.000 libras para o Raptor. Acredito que o Lightning tenha uma capacidade ligeiramente maior de combustível interno e até mesmo um alcance ligeiramente maior, mas em menor (muito menor) velocidade que o Raptor, tendo em vistas as missões principais para que foram criados, ataque e superioridade aérea respectivamente. Mas concordo com vc que o JSF entregou uma aeronave ‘gordinha’ (curta e com grande área frontal), em face das… Read more »
Blind Man’s Bluff, “Para um caça interceptador na pratica nao vale a pena ter muita capacidade de combustivel interna.” Depende! Os ‘eurocanards’ e a série ‘ten’ americana Ten, por exemplo, foram projetados para uma guerra na europa, que graças a Deus não ocorreu. Portanto sua capacidade de combustível interna entre 4 e 5 toneladas era suficiente para decolar e patrulha a pouco tempo de vôo da base. Mesmo o Typhoon, que acredito ser o melhor caça de superioridade aérea da Europa Ocidental, contaria com 3 (três) tanques externos e REVO para manter patrulhas aérea de combate sobre a falha GIUK.… Read more »
Clésio Luiz disse: 13 de dezembro de 2012 às 18:01 “Já foi dito que a versão adquirida pelos outros países não será 100% igual à americana” E a LM já afirmou mais de uma vez que a versão americana sairá da montagem IDÊNTICA às de outros países, por uma questão de logística: para ela, LM, é impossível coordenar linhas redundantes, nos EUA ou em outros países, para produzir as mesmas peças e componentes, só que “downgraded´s”. Já disse e reafirmo: certamente a USAF, o USMC e a US Navy, aliás como a RAF, a IDF, a RAAF, etc., irão meter… Read more »
Clésio Luiz disse:
13 de dezembro de 2012 às 18:01
Aliás, seria interessante o amigo mostrar-nos a fonte de quem afirmou essa tolice. Não tenho dúvidas de que no final esbarrará em Carlo Kopp…
Sds.
@Vader Eu leio muita coisa e nem sempre lembro com certeza de onde elas vieram. Provavelmente Koppinho deve ter falado isso, mas ele não é a única fonte sobre o F-35 que eu leio. Se eu lembrar de outro local que seja mais aceitável para você eu responderei em outro tópico. Mas não entendi essa sua fixação em linhas de montagem diferentes para justificar modelos diferentes do F-35. Uma mesma linha de montagem pode fazer vários modelos diferentes, afinal, é assim na indústria automobilística e é assim também na construção de aeronaves. Por exemplo, a Grummam não abriu uma linha… Read more »
@Ivan Para mim, o F-35 foi sacrificado no altar sagrado do VTOL dos Marines. Não fosse por isso, acho que o programa dele teria percorrido um caminho bem diferente. Uma fuselagem mais longa faria maravilhas à ele, reduzindo consideravelmente o arrasto. Já sobre os dados de combustível e alcance sobre o F-22 que encontrei no site da Lockheed, contradizem todas as outras fontes que li até agora sobre o mesmo, com relação ao combustível interno e alcance. Por exemplo, lá diz que o alcance do F-22, com dois enormes tanques externos de 2.200 litros, é de apenas 2.880 km. http://www.lockheedmartin.com/us/products/f22/f-22-specifications.html… Read more »
Eu vou me retratar aqui 🙂 De acordo com a último teste tornado público, o raio de ação do F-35A é de 1.080km. http://www.flightglobal.com/news/articles/f-35a-may-need-mods-to-fix-range-shortfall-356581/ Na AFA, uma comparativo entre os dois, o raio de ação atribuído ao F-22 é de 540 mn (1.000 km), contra 600 mn do F-35 (1.111 km, rebaixado para 1.080 km conforme testes da USAF). Eu estou procurando dados sobre o combustível interno do F-22, mas parece que só uma das fontes diz que ele é maior no F-22 do que no F-35. Em todas as outras que encontrei, batem com o valor que o Ivan… Read more »
Clésio, Sempre muito bom trocar idéias com vc. Por favor não ponha a culpa no US Marines. Eles pediram apenas um substituto para o Harrier. Gosto muito do Joint Strike Fighter, mas temos que observar a origem do programa, onde a prioridade era uma aeronave de ataque e caça tático para ser produzido em grande quantidade. Seria multirole, como é hoje, mas com ênfase nas missões de ataque, como podemos observar ao comparar com o Raptor, um caça de superioridade aérea, na sua maior capacidade de armas ar-solo e menor de armas ar-ar. Depois criaram esse negócio de ‘multitudo’, possivelmente… Read more »
Sim eu tinha visto o artigo, foi dele que tirei o raio de ação do F-22.
Eu acompanho aviação militar a uns 20 anos, e os dados que tinha na cabeça eram da época que a USAF não tinha liberado essas informações. Então os jornalistas/escritores fizeram projeções sobre o desempenho da aeronave e algumas delas se mostraram otimistas demais. Foram esses dados que eu tinha na cabeça quando escrevi o outro post.
Amigos, vcs arriscariam um F-35 em missões de CAS, orbitando areas de alta intesidade a baixa altitude? Não foi para isso que foram projetados A-10s, Su-25s, e outras aeronaves de baixo custo, baixa velocidade, alto tempo de patrulha, sistemas redundantes, verdadeiros tanques voadores e mais importante, literalmente descartaveis? É só fazer as contas, para cada F-35 abatido em missões de CAS e SEAD, haverá 1 F-35 a menos para superioridade aérea e missões de “cirurgical bombing”! Em um mês de Desert Storm foram abatidos 4 A-10s. Dos 39 caças americanos perdidos durante essa campanha, 23 foram derrubados, apenas 1 foi… Read more »
Clésio Luiz disse: 14 de dezembro de 2012 às 7:21 Amigo, não é fixação, é a lógica quem me diz ser inviável o F-35 dos aliados vir “downgraded” em relação aos dos americanos, já que a palavra da Lockheed Martin, segunda ou terceira maior fabricante de aeronaves de combate do mundo, aparentemente aqui em Banânia não vale nada… O F-35 não terá uma cadeia produtora centralizada nos EUA, como a dos F-14 e F-15 citados pelo amigo, mas sim espalhada pelo mundo, em locais tão díspares quanto Canadá, Noruega, GB, Turquia, Israel, Japão e Austrália. Tente convencer turcos, holandeses e… Read more »
Blind Man’s Bluff disse:
14 de dezembro de 2012 às 13:51
Segundo o Bosco o F-35 não irá realizar CAS da mesma forma que o A-10, mas sim a muito maior altitude. Até onde entendi isso se dá por conta dos armamentos que o F-35 levará.
Mas de fato, querer substituir uma aeronave dedicadíssima como o A-10 pelo F-35 me parece uma temeridade. Essa é uma das poucas críticas que eu pessoalmente tenho ao JSF.
Isso só se explica pelo ódio que a USAF tem do A-10, sabe-se lá porque.
De acordo com William Smallwood, autor do livro A-10 in the Gulf War, existem 3 motivos: É lento (economia e redundancia) É um alvo grande e feio (muita area de asas) E os pilotos são a “sobra” que não conseguiram seleção em um jato supersonico e, muitas vezes, são até mesmo pilotos reservistas que trabalham na aviação civil! Mas depois da guerra do golfo, os “jocks” da USAF tiveram que os engulir e bancar seu upgrade para a versão A-10C. Fizeram tanto sucesso naquela guerra que sua aposentadoria foi postergada por mais 30 anos! Os sucessores no caso seriam os… Read more »
Blind Man’s Bluff, Os A-10 Thunderbolt II, bem como os Sukhoi Su-25, no melhor estilo ‘Shturmovik’, pretendem sobreviver pela resistência aos danos de combate, agilidade a baixa altitude e capacidade de responder ao fogo de forma devastadora, particularmente o americano com o monstruoso canhão GAU-8/A Avenger de 30mm. Será visto, aguenta o tranco e responde o fogo. Os F-35 ‘qualquer letra’ Lightning II, com sua furtividade, sensores de última geração e fusão de dados, pretendem sobreviver evitando o contato próximo com o inimigo, atacando de longe com armas guiadas (laser e/ou GPS). O canhão GAU-22/A de 25mm seria peça decorativa.… Read more »
Disse tudo Ivan! Eu não vou discordar, mas vou fazer um porém no conceito de CAS. Como vc mesmo disse, o F-35 não vai fazer apoio aproximado, e sim, apoio distante a tropas em terra. CAS é justamente isso, Apoio Aproximado. O que alguns gostam de dizer é até mesmo, literalmente, `na lama`! Vc como marine em solo, prefere a ajuda de um A-10, que permanece ´munido´ durante o tempo que for preciso, ou um valioso e caro F-35, 1 par de JDAMs e uma pequena autonomia sobre alvo, não arriscando a aeronave, de dia, contra defesa anti-aerea? Vale lembrar… Read more »
Pessoal, Numa guerra de alta intensidade não tem mais lugar para CAS a baixa altura. Tor e Pantsir que o digam. No caso, o “aproximado” se dá por conta da aproximação que existe na linha de frente entre os amigos e os inimigos e não em relação à situação da aeronave que está realizando o ataque, que estará efetuando apoio aproximado, distante. rsrssss Em relação à quantidade de bombas disponíveis, o F-35 A e C poderá levar 8 (e futuramente,12) bombas SDBs internamente. O que não é nada mal. Mesmo o A-10 hoje não faz mais CAS a baixa altitude.… Read more »
O A-10, na sua modernização para a configuração C, obteve alguns itens, e todos relacionados com operação a média e grande altitude.
Capacidade de lançar a WCMD e a JDAM, inclusive a versão laser LJDAM, compatibilidade com os pods Sniper e Litening, novos displays, novo sistema de CME, etc.
O kit JDAM foi um divisor de águas. Ele consegue dar a uma bomba burra quando lançada de grande altitude a mesma precisão que antes só era possível com ataque a baixa altitude, vôo nivelado e uso de recursos como CCRP/CCIP. Outra arma disponível no arsenal do A-10C que diz bem sobre suas novas atribuições é a WCMD, que também na forma de um kit, consegue dar a uma bomba de fragmentação clássica uma grande precisão quando lançada de média e grande altitude. A USAF faria um bem danado ao A-10 se removesse aquele horroroso canhão do nariz do coitado… Read more »
Coloco abaixo link p/ vcs obterem o relatorio da KPMG; eh interessante notar que eles consideraram os ganhos potenciais futuros com escala e aprendizado na producao do F-35, mesmo assim revisaram as estimativas de custo p/ cima do original do governo Canadense; Tb interessante que eles consideram os crescentes custos de manutencao dos CF18 (semelhante ao relatorio Holandes que considerava os custos do F-16). https://dl.dropbox.com/u/64888485/annual_update-eng.pdf Agora eh aguardar Janeiro e ver o acordo entre o Obama e os Republicanos sobre o Orcamento (e F-35 por consequencia): atualmente 23% vai p/ medicare & medicaid, 20% Social Security, e 19% Defense. O… Read more »
E sobre a metodologia do life-cycle costs (belo trabalho) aqui:
https://dl.dropbox.com/u/64888485/kpmg-report-f-35-life-cycle-cost-framework%20-%20Copy.pdf
Existe algo semelhante calculado p/ os F-5? Apenas perguntando…
[]s!
DrCockroach disse:
E sobre a metodologia do life-cycle costs (belo trabalho) aqui:
https://dl.dropbox.com/u/64888485/kpmg-report-f-35-life-cycle-cost-framework%20-%20Copy.pdf
Existe algo semelhante calculado p/ os F-5? Apenas perguntando…
Caro DrCockroach, foi a Northrop quem primeiro introduziu o Life cycle cost em caças. Já ouviu falar do N-106? Foi projetado com isso em mente.
Bosco,
Deixa o GAU-8/A Avenger com seus 7 (sete) canos de 30mm no Warthog.
Você nunca sabe quando vai precisar de uma boa boca de fogo para manter o inimigo com a cabeça abaixada enquanto seus soldados cumprem a missão.
Abç.,
Ivan.
Valeu Poggio,
Mas ainda estou curioso p/ saber se alguem tem conhecimento de estudos semelhantes aplicados aos nossos F-5 (ou ST, ou AMX, …)?
Eh curioso como se obtem informacoes no exterior (transparencia), mas no Brasil…
off-topic: “O Rafale nao eh p/ o Natal”
http://veja.abril.com.br/blog/de-paris/diplomacia/o-rafale-nao-e-para-o-natal/
[]s!