Brasil prepara produção de novo míssil para caças A-1 e o futuro F-X2

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A partir de 2015, a Força Aérea Brasileira receberá o A-Darter, um míssil capaz de manobrar até 10 vezes mais rápido que um avião de combate. A nova tecnologia, fruto de um desenvolvimento conjunto do Brasil com a África do Sul, já está no final da fase de testes e próxima do início da produção em larga escala. Na última quinta-feira (6/12), o Comando da Aeronáutica assinou com a empresa Denel do Brasil o contrato de R$ 1,4 milhão para preparar o parque industrial de São José dos Campos (SP) para a construção do míssil, que deve equipar a versão modernizada do caça A-1 e o futuro F-X2.

A produção do novo míssil deve contar com as empresas Mectron, Avibras e Opto Eletrônica, que são beneficiárias dos projetos de transferência de tecnologia em áreas como sistemas óticos, navegação, sensores e processamento de imagens. O Brasil ingressou no desenvolvimento do A-Darter em 2006, e é co-proprietário dos direitos de propriedade intelectual e industrial do míssil.

De acordo com o Gerente Técnico da Denel do Brasil, Everton de Paula, além de fabricar todos os mísseis que a FAB adquirir futuramente, o parque industrial brasileiro também irá fabricar componentes de unidades que venham a ser exportadas pelo Brasil e pela África do sul para outros países. “Este contrato representa mais uma passo no sentido da concretização da transferência de tecnologia. A tecnologia que nós tínhamos ainda era uma tecnologia de terceira geração. Esse é um salto: vamos para mísseis de quinta geração”, afirmou.

Características

Com 2,98 metros de comprimento e 90 kg de peso, o A-Darter é um míssil ar-ar, ou seja, criado para ser lançado de aeronaves contra alvos aéreos. Para isso, conta com um sensor que detecta o calor de aviões e helicópteros para guiagem. A diferença tecnológica é que, ao contrário dos modelos mais antigos, um caça equipado com o A-Darter pode atingir alvos que não estejam só na frente, mas também dos lados e até atrás da aeronave.

Outra tecnologia inédita no Brasil é o empuxo vetorado, que é o direcionamento do jato do motor foguete. Somado ao movimento das quatro pequenas “asas”, o empuxo vetorado confere ao míssil a possibilidade de fazer manobras que alcançam até 100 vezes a força da gravidade (100G), enquanto os aviões de combate não passam de 9 vezes (9G). O míssil também produz menos fumaça que modelos mais antigos, o que dificulta a sua visualização.

O Presidente da Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de Combate (COPAC), Brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Junior, elogiou as características do míssil durante a solenidade de assinatura de contrato com a Denel do Brasil. “Ver o início da produção no Brasil de um míssil de quinta geração é a certeza de que nós estamos dando aos nossos pilotos aquilo de mais moderno”, afirmou.

FONTE: Agência Força Aérea

NOTA DO PODER AÉREO: o míssil nós teremos, agora só faltam os novos aviões!

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andreas

Cara, se a Mectron fizesse umas maquetes como a da última foto, iria querer uma… Jamais imaginei que o Brasil um dia fabricaria uma arma assim. Agora só falta todas as outras!!!! Ah, Galante, brilhante nota ao final do Post. Parabéns!!!!!!

renato.berlim

Finalmente uma boa notícia nessa semana. Ao menos nesse caso o Brasil fez o dever de casa e entrou num projeto promissor sem ficar dependendo de uma incerta ToT.

A pergunta que fica é: E o tal MAA-1B? Ainda vai se investir nele?

joseboscojr

Dizer que um míssil guiado por imagem infravermelha é “guiado por calor” é excesso de simplificação.

joseboscojr

Além de não corresponder à verdade.

Observador

joseboscojr disse:
13 de dezembro de 2012 às 16:15

Bosco, pela primeira ilustração, eu acho que sou eu que vou “pilotar” o míssil. 🙂

aldoghisolfi

Alcance?

aldoghisolfi

O vetor ao fundo do cartaz é um Grifo?

Grifo

O vetor ao fundo do cartaz é um Grifo?

Afirmativo, Gripen da SAAF.

http://www.aereo.jor.br/2012/03/08/completados-os-testes-de-disparo-do-missil-a-darter/

Ricardo Santos

Agora só falta o aeroplano!

Antonio M

E o F5M, não poderá ser armado com ele? Seria uma capacidade a mais bem interessante, a não ser que o futuro vetor venha a substituí-los.

Renato Oliveira

Aldo, o alcance é o esperado para um míssil de dogfight, cerca de 20 km segundo a Wikipedia. Bosco, se a notícia é para leigos, dizer que o míssil é guiado ‘pelo calor’, apesar de ser uma simplificação muito grosseira, faz sentido. Dizer que é IIR faz sentido para os iniciados, não para os leigos. Galante, sempre galante, com um pequeno mas excepcional comentário. Quanto ao FX-n, me reservo ao direito de só voltar a falar do assunto quando o último dos caças previstos no contrato começar a voar pela FAB. Até lá, não vejo mais motivo para prestar atenção… Read more »

sergiocintra

Os Snrs que projetaram essa belezura (Snrs de cabelos brancos, hoje) não ficaram na Africa do Sul, devido as condições impostas para compartilhamento de desenvolvimento junto a jovens não interessados. Os nossos contatos (leia-se milicos – no bom sentido) que lá estavam absorvendo a parceria, se entusiasmaram em convida-los. As condições ofertadas, que receberam para repasse aos Snrs. não foram satisfatórias. Alguns até visitaram instalações em S.José e não agradou-os. A maioria se deslocou para o Canada. O que possui a Denel matriz é um acervo dos Snrs. que não mais estão na Africa do Sul. Há uma grande preocupação… Read more »

Diegolatm

Sergio, não só para versão naval mas tambem para versão SAM como alguns aqui no blog já comentaram, seria uma mão na roda colocar o A-DATER versão AA.

nunes neto

Muito bom! Renato, o MAA-1B ficará como uma opção de segunda linha, e pelo que li até hoje seria o míssil de defesa do A-1M, agora se o mesmo vai usar também o A-Darter melhor ainda!Abçs

Nick

Uma ToT de verdade: Desenvolvimento conjunto, participação nas exportações. E acredito que existe mercado para um míssil dessa categoria, especialmente no oriente médio e sudeste asiático.

Como o Galante disse, agora o míssil precisa de um vetor de pelo menos 4ª geração, porque só falta dizer que os AMX são caças de superioridade aérea.

[]’s

joseboscojr

Antônio, Os F-5 já possuem o Python IV que já é um SRAAM de 4ªG (e provavelmente o Python V que é de 5ª G), além de um MRAAM de 2ª G (Derby). Ou seja, no caso do F-5, operar ou não o A-Darter, é trocar 6 por meia dúzia. Aldo, Como o Renato falou, o alcance nominal é de 20 km, mas que no caso de um míssil WVR (alcance visual) na prática é muito menor já que de modo geral o míssil é lançado por designação visual do piloto. Levando-se em conta um alvo do tamanho de um… Read more »

Guilherme Poggio

Umas das interpretações do título pode ser esta: o míssil vai demorar tanto para entrar em atividade que até lá nós não teremos mais F-5 e o F-X2 já será escolhido

Lyw

O míssil Piranha 1-B, acredito eu, será utilizado nos F-5M junto ao Python IV, já que a FAB conta com uma certa quantidade de misseis Python III e Piranha 1-A. Lembrando que o Paquistão ao comprar os mísseis Piranha 1-A e MAR-1 assinou uma carta de intenção de compra do Piranha 1-B e só não o comprou naquele momento porque o mesmo só estará disponível para compra a partir do próximo ano.

Baschera

O Bosco tem toda razão…quando muito se pode pensar em tentar acertar um alvo aéreo a 10 Km…. Este míssil não será integrado aos F-5 E/F modernizados…. a FAB diz !operacional” em 2015… mas todos sabemos que esta data vai para além de 2018…. e até lá muitos dos F-5 já terão ido para o vinagre…. ou terão ido para a fábrica de panelas. Além do mais, integrar um míssil a determinada plataforma, além de tempo…. custa uma baba…. se já tivessemos escolhido o F-X a alguns anos aí sim se poderia já estar trabalhando na integração… é o caso… Read more »

joseboscojr

É tão raro o uso de mísseis WVR contra alvos a grandes distâncias que, a rigor, o termo NEZ nem se aplica a esses mísseis e só aos BVR. Praticamente é regra desses mísseis de curto alcance serem lançados contra alvos dentro da NEZ e nunca contra alvos que estejam além dela. Somente agora com o uso de caças stealths é que essa capacidade parece começará a ser explorada e inclusive já se tem uma nova família de mísseis ar-ar à vista, que são os NBVR (quase fora do alcance visual). Na verdade são mísseis SRAAM com recursos que permitem… Read more »

Baschera

Bosco,

Vou apelidar os NBVR: WVR and Half…… KKKK…

Sds.

G-LOC

os mísseis de combate aéreo não foram projetados para ter alcance. A grande potência do motor tem como objetivo permitir que o piloto veja e dispare sem se preocupar com a NEZ ou envelope.

Se está no visual então automaticamente está no alcance. O alcance máximo não é o objetivo e não serve para medir a capacidade.

Os mísseis antigos tinham estes problemas de parametros de disparo como alcance, angulo de aquisição, g do alvo ou aeronave disparando etc.

juarezmartinez

Este assunto não está tão lindo e mravilhoso conforme a “reportagem”, tem muito coelho neste mato ainda, infelizmente……..

Grande abraço

Mauricio R.

O que em se tratando de “defesa” no Brasil, não há verdadeiras infestações de coelhos; no mato???

aldoghisolfi

Grifo, Renato Oliveira, joséboscojr, obrigado pelas informações. Resta esperar que o míssil não esteja atrelado ao FXn porque senão será mais uma frustração; mesmo porque, se o míssil for o que prometeser, existe mercado para ele.

Vader

Boa notícia.

Antonio M

joseboscojr disse:
13 de dezembro de 2012 às 20:47

Obrigado Bosco.

É que eu pensei que no caso de serem da mesma classe, poderíamos ficar com o A-darter por ,talvez, ser custo mais baixo por causa da nacionalizaçãp e padronizando seu uso na frota. Apesar que a diversidade dentro de critérios corretos também seja bom.

joseboscojr

Antônio,
Mas você está certo. Quando digo que é “trocar 6 por meia dúzia” é do ponto de vista da letalidade/eficiência. Claro que o fato de ser brasileiro, de colaborar com a padronização, etc, são pontos a favor.
Quanto ao custo, eu duvido muito que o A-Darter seja mais barato que um Python V, mesmo porque o segundo já está integrado aos bicudos.
E nesse mundo maluco em que milhões de dólares não significa mais nada, não duvido que o custo de aquisição desse míssil será altíssimo e só se justificará se for para uso no F-X2.
Um abraço.

Renato Oliveira

Grande Bosco! Suas informações sobre o alcance, como de costume, são perfeitas. Mas como a pergunta foi genérica, a resposta foi também. Claro que o alcance normalmente informado é o alcance cinemático, ou seja, considera-se alcance máximo a maior distância entre o lançador e o alvo, considerando-se ambos à mesma altitude, aspecto frontal (ou seja, um ‘de cara’ para o outro), e velocidade Mach 0,9, sem manobras nem contramedidas. Ou seja, condições mais que ideais. Em combate, dependendo das RoE (regras de enfrentamento), o piloto é obrigado a reconhecer o alvo visualmente e/ou com pelo menos dois sensores ortogonais (isto… Read more »

Mayuan

Por favor não me inventem idéia de colocar esse míssil no F5. Já li gente dizendo que o que importa são as armas e não o vetor. Como se um Stearman pudesse ser um caça com Sidewinders e Sparrows ou um B17 pudesse ser um bombardeiro estratégico carregando um Brahmos…

Mauricio R.

Se a fonte secou, lá na Denel, então como Mectron e Avibrás vão terminar esse míssil???
O precedente existe, pois foram os sul-africanos que assessoraram a conclusão do MAA-1 Piranha.
A Mectron estava por assim dizer, um tanto perdida, debaixo de tanta tecnologia.

Antonio M

Mayuan disse: 14 de dezembro de 2012 às 21:04 Caro Mayuan, Vale a recíproca. Se operarmos um avião fabuloso mas, sem armas e pilotos a altura, será um caça “desdentado”. Seria válido no caso do F5M se sua vida operacional fosse mais longa como já explicado mas, nada absurdo, se por exemplo os últimos F5 jordanianos entregues recentemente para modernização que possivelmente poderão operar por mais tempo, não fossem meia dúzia, mas uns 50 !! rsrsr!! Uma excelente frota para 2a linha, patrulha aérea de caça e treinamento. E mesmo com um avião mais limitado porém bem armado e muitíssimo… Read more »

Mayuan

Antonio, concordo com o que você disse mas acho preocupante que nossos comentários aqui possam ajudar a disseminar o conceito de que o F5 ainda pode prover adequadamente nossa defesa, caso armado com armas maravilhosas e tripulado por pilotos estupendamente bem treinados. Isso ocorrendo, correríamos o risco de alguém ainda inventar de mandar a Embraer adquirir as licenças para fabricar F5 novos para mobiliar a FAB…. Minha opinião é que o F5 só serve como treinador Lift e mesmo assim apenas até acabar sua vida útil. Depois disso, nosso governo deveria ter a dignidade de dar o descanso que ele… Read more »

jacubao

Eu até imagino a quantidade de mísseis a serem adquiridos…
Uns 26 de combate, mais uns 8 de manejo e 3 de exercícios de dogfighth