Pesquisador francês diz que França já ‘desrafalizou’ relações com o Brasil
Em uma alusão ao caça francês Rafale, o pesquisador francês e especialista em relações da América Latina, Jean-Jacques Kourliandsky, diz que a França já demonstrou que as relações com o Brasil não se resumem na tentativa de compra dos caças para a Aeronáutica brasileira. A declaração foi feita no primeiro dia da visita oficial da presidente Dilma Rousseff à França.
A visita da comitiva brasileira conta com cinco ministros e tem como objetivo fechar acordos comerciais, estabelecer parcerias no setor da cooperação científica e militar, além de discutir saídas para a crise econômica. Mas, entre os inúmeros assuntos tratados durante os três dias da visita oficial, o Rafale está sendo o centro das atenções.
Segundo o pesquisador, a assinatura de um contrato de venda de 36 caças ( da ordem de 8,2 bilhões de dólares) poderia dar um novo impulso à estagnada economia francesa. Ele também diz que a França tem vantagem sobre os seus concorrentes por causa do histórico de parcerias firmadas no setor de armamento com o Brasil. “Todos os contratos que previam a transferência de tecnologia entre os dois países, funcionaram muito bem. E na hora da decisão, os brasileiros certamente levarão este aspecto em conta”, afirmou Kourliandsky.
O Brasil tem negociado, desde o governo Fernando Henrique Cardoso, a comprar de 36 novos caças para a Força Aérea Brasileira ( FAB). Além do Rafale, os americanos da Boeing, com o aparelho F-18 Super Hornet e os suecos da Gripen continuam tentando atrair as atenções do gigante sulamericano. Depois do claro apoio do governo Lula ao então presidente francês, Nicolas Sarkozy, o anúncio da compra dos caças Rafale parecia uma questão de tempo.
O assunto então, tornou o prato principal de cada jantar e recepção organizados pelos presidentes de cada país. “Este não é o primeiro encontro entre os dois presidentes. Já houve outros encontros este ano, como na reunião do G7 no México ou no Rio, durante a Rio +20. Além disso, eles se encontraram no Chile no fim do mês de janeiro. Será que a visita da presidente Dilma será focada somente nos acordos comerciais e nas parcerias militares?”, questionou o pesquisador francês Jean-Jacques Kourliandsky, que estima que o assunto Rafale já deixou de ser a pauta principal para os dois países.
“Eu acredito que é muito difícil dizer que estes pontos não estarão na pauta da visita. Mas podemos estar seguros de que este assunto Rafale não será o único a ser tratado. Além disso, o ministro da defesa francês foi ao Brasil em novembro e na ocasião ele “desrafalizou” as relações bilaterais entre esses dois países, sobretudo quando se trata da negociação de contratos. Ele fez isso para sair desse ciclo vicioso de contrato Rafale, que se tornou quase que uma obsessão para o governo francês anterior”, concluiu o pesquisador.
Dilma prepara discursos e descansa no hotel em Paris
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A presidente Dilma Rousseff e sua comitiva desembarcaram esta madrugada na capital francesa, por volta de 1h, no horário local. Até quarta-feira, Dilma faz uma visita de Estado à França, cercada de pompa, para tratar de temas econômicos, de defesa e cooperação científica. A presidente está instalada num dos hotéis de luxo do centro de Paris, o Bristol, a dois passos do Palácio do Eliseu. Bandeiras do Brasil estão hasteadas por toda a avenida Champs Elysées, onde Dilma vai desfilar amanhã ao lado do presidente François Hollande.
Dilma está acompanhada de uma grande comitiva que inclui os ministros das Relações Exteriores, Antonio Patriota, da Defesa, Celso Amorim, da Fazenda, Guido Mantega, da Indústria e Comércio, Fernando Pimentel e da Educação, Aloizio Mercadante. Marco Aurélio Garcia, assessor para Relações Internacionais da presidência, Maria das Graças Foster, presidente da Petrobras, e o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, entre outras autoridades, integram a delegação brasileira.
O governo francês preparou uma recepção calorosa. Bandeiras do Brasil estão hasteadas na avenida Champs Elysées, onde Dilma vai desfilar amanhã ao lado do presidente Hollande em carro escoltado pela cavalaria.
Hoje, a agenda da presidente é livre. Dilma fica no hotel descansando e revisa com assessores os discursos que fará durante a estadia, o primeiro deles amanhã, diante dos deputados franceses na Assembleia Nacional.
Rafale e medidas contra a crise na agenda
A parceria estratégica entre a França e o Brasil nas áreas da defesa, ciência, educação e tecnologia estarão em pauta. O governo socialista francês trabalha de maneira discreta para convencer o governo brasileiro a optar pela compra dos aviões de combate Rafale, da fabricante Dassaut, na licitação de 36 caças da Força Aérea Brasileira (FAB) em que concorrem também o F18 Super Hornet, da americana Boeing, e o Gripen, da sueca Saab. O contrato do Rafale teve o valor estimado em US$ 8,2 bilhões; sempre foi a proposta mais cara entre os concorrentes.
No sábado, a revista “Istoé” publicou reportagem afirmando que a FAB se inclina a favor do F-18 Super Hornet americano. A decisão está suspensa há dois anos, devido aos cortes no Orçamento, mas o governo brasileiro promete anunciar sua escolha em 2013.
O ministro francês da Defesa, Jean-Yves Le Drian, esteve com o ministro Celso Amorim em Brasília, em novembro. Na ocasião, Le Drian tentou tirar o Rafale do centro das atenções, lembrando que a França mantém uma cooperação estreita com o Brasil envolvendo vários tipos de armamentos. Em 2009, o grupo francês de construção naval DCNS assinou um contrato de US$ 8,6 bilhões para a construção de cinco submarinos, incluindo um submarino nuclear.
A agenda oficial de Dilma em Paris começa amanhã com cerimônia de boas-vindas do presidente Hollande no monumento dos Inválidos (Invalides), seguida de desfile oficial em carro escoltado pela cavalaria na avenida dos Champs Elysées. Depois, Dilma vai discusar na Assembleia Nacional, participar do Fórum pelo Progresso Social, cujo tema é o crescimento como saída da crise, e é co-organizado pelo Instituto Lula e pela Fundação Jean-Jaurès. Em seguida, ela será recebida pelo presidente Hollande no Palácio do Eliseu para reunião de trabalho e assinatura de acordos de cooperação. Na noite de terça, Dilma e a delegação brasileira serão homenageados com um jantar de gala no Eliseu.
Na quarta-feira, a presidente participa de um seminário de parcerias estratégicas no Medef, a maior entidade empresarial francesa. Faz reuniões com o prefeito de Paris, Bertrand Delanoé, e com o presidente do Senado, Jean Pierre-Bel. Depois segue para a Rússia, onde ficará dois dias.
FONTE: RFI em português (o link dá acesso a uma de três reportagens publicadas pela RFI sobre a visita, duas das quais reproduzimos aqui)
FOTOS: Força Aérea Francesa (Armée de l’air)
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Madame, com crescimento menor que 1%, quer ensinar os europeus de como navegar por águas turvas.
É vero…em matéria de crescimento do PIB perderemos feio para o Haití… que vai crescer quase 6%…. rssss.
Mas…sobre a matéria….. que comitiva heim !!
O que diabos o governador do RS tá fazendo lá ?? Fugindo do calor ??
Haja mala diplomática….
Sds.
“Dilma está acompanhada de uma grande comitiva que inclui os ministros das Relações Exteriores, Antonio Patriota, da Defesa, Celso Amorim, da Fazenda, Guido Mantega, da Indústria e Comércio, Fernando Pimentel e da Educação, Aloizio Mercadante. Marco Aurélio Garcia, assessor para Relações Internacionais da presidência, Maria das Graças Foster, presidente da Petrobras, e o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, entre outras autoridades, integram a delegação brasileira.”
O que eu realmente quero saber é: Quanto esses sem vergonhas estão gastando de dinheiro publico por dia em Paris?
Imagina só o que esse bando de sacoleiro não trará de perfumes e outras cositas mas?? É, passaporte diplomático dá direito a vários benefícios, dentre eles não ter sua bagagem verificada no embarque e desembarque. Que beleza!!
Senhores,
O triste é ouvir um francês, o tal de Kourliandsky, dizendo que a parceria Brasil-França funciona muito bem.
Funciona muito bem. Para o lado DELES.
De resto, é só mais uma excursão turística destes deslumbrados paga com nosso dinheiro.
Até porque se e quando houver anúncio, será feito no Brasil, óbvio. Anunciar a compra de armas para defender nossa soberania em terras estrangeiras não pega bem.
Além do mais, se dependesse de viagem para a França para fazer anúncio, já tinham comprado o Rafale vinte vezes.
Além de tudo que já foi dito, cadê o Ministro da Agricultura daqui para tentar negociar nossos produtos agropecuários no mercado europeu? háaaaa este não interessa ……… obviamente!!!!!!
Chamar delegações oficiais de sacoleiro acho exagero…como se nos governos anteriores ninguém viajasse. Além disso, querendo ou não a França é um pareceiro econômico-tecnológico-industrial importante do Brasil, e não só na área militar.
Abraços.
Aerolulla –> US$ 70 milhões;
Combustível de aviação –> US$ 500 mil;
Hospedagem e alimentação –> € 150 mil;
Mala diplomática com €25 milhões –> €25 milhões, mais o “trocado” pro carro forte;
Levar a cumpanherada toda pra curtir Paris no fim de ano às custas do povão: NÃO TEM PREÇO!
Tem coisas que só o governo cumpanheiro faz por você… 😉
Daqui a pouco bem a baila aqui mesmo neste blog o tema de que o avião presidencial é pequeno demais e que precisa se trocado.
Os mais deslumbrados irão argumentar de que até mesmo um 747 é uma escolha factível, porque afinal somos a sexta economia do mundo, segundo o Mantega seremos a quinta e bla bla bla bla blu……
Marcelo disse: 11 de dezembro de 2012 às 7:41 Sim, realmente comitivas imensas caras e inúteis não foram invenção do PT. Lembro de uma viagem de três dias do “Marimbondos de Fogo” (Sarney) em 1989 na qual ele levou 150 pessoas para Paris, sem nenhum resultado prático. O problema amigo, é que o PT se elegeu dizendo que ia fazer diferente de tudo isto aí. E realmente assim o fez. “Nunca antes neste paif” se roubou com tal cara-de-pau, ou se mostrou tanta desfaçatez e incompetência na condução da coisa pública como a cumpanherada faz nesta última década. Sabe o… Read more »
Observador disse:
“Sabe o que virá de concreto desta viagem? NADA. De novo.”
Ainda bem. Pelo menos não teremos o Rafale!
Abs