Jornal Ottawa Citizen publicou matéria dizendo que Governo Canadense cancelou compra do F-35 – já a CBS News do Canadá diz que acordo não foi cancelado, e que decisão só será tomada na semana que vem – notícia mais recente, da Reuters, diz que processo será reiniciado em comparativo com outros caças, mas que ainda poderá ser escolhido o F-35

Segundo reportagem do jornal Ottawa Citizen publicada na quinta-feira, 6 de dezembro, o programa de aquisição do F-35 no Canadá “está morto”. Devido à iminente publicação de uma auditoria da KPMG, que deverá projetar em mais de 30 bilhões de dólares os custos do ciclo de vida da aeronave, o Comitê de Operações do Gabinete Federal decidiu pelo término do controverso programa e voltar à estaca zero. As informações são de uma fonte próxima ao processo.

O Canadá é um dos 9 membros do consórcio do caça de quinta geração F-35, e a decisão deverá ter impacto entre outros compradores do mundo, já que qualquer redução no total de encomendas vai aumentar o custo unitário da aeronave. A reportagem destaca também que a atual frota de caças CF-18 da Força Aérea Real Canadense está no final de seu ciclo de vida, e não deverá operar muito além de 2020.

Discussões recentes no Comitê de Defesa da “Câmara dos Comuns”, apesar de destacarem as características furtivas do F-35, considerado o mais avançado no mundo nesse sentido, levaram à admissão de que o caça não é o único capaz de cumprir os requisitos de furtividade estabelecidos.

Um ex-ministro da Indústria, na semana passada, também publicou artigo advogando uma maior agressividade do Canadá para conseguir benefícios industriais em novos contratos, e a Lockheed-Martin, fabricante do F-35, estaria reticente em repassar sua tecnologia proprietária a clientes. Ainda segundo o Ottawa Citizen, caso seja realizada uma concorrência para substituir a frota de CF-18, há quatro caças vistos como possíveis competidores: o F/A-18 E/F Super Hornet da norte-americana Boeing, o Rafale da francesa Dassault, o Gripen da sueca Saab e o Typhoon do consórcio europeu Eurofighter.

Já matéria também publicada ontem pela CBS News Canada e atualizada hoje, 7 de dezembro, informa que o Governo Conservador ainda não tomou uma decisão sobre o F-35 como substituto dos caças CF-18 canadenses. Porém, o Governo parece querer considerar outras opções de compras de caças.

O Escritório do Primeiro Ministro negou notícias publicadas na quinta-feira de que a compra do F-35 “estava morta”, dizendo que a reportagem estava “imprecisa em vários pontos”, prometendo também atualizar a Câmara dos Comuns nos planos de sete itens para a compra dos caças, antes que a Casa entre no recesso de Natal, no final da próxima semana.

Espera-se que os planos envolvam uma real competição. Sobre a auditoria da KPMG, o Governo afirmou na quinta-feira que já tem o relatório e está fazendo sua análise. A CBS News apurou que o relatório da KPMG está baseado num ciclo de vida mais longo e mais realista para o caça furtivo de nova geração, que também terá um preço unitário mais alto do que o previsto.

Por muito tempo, o Governo Canadense insistiu que o F-35 era o único caça que atendia às necessidades do Canadá. Mas na semana passada o Chefe do Estado-Maior da Defesa, general Tom Lawson, disse a parlamentares que há outros aviões com capacidades furtivas (conforme também reportado pelo Ottawa Citizen).

Busca de caças será reiniciada e incluirá Super Hornet e Typhoon, segundo reportagem da Reuters desta sexta-feira, mas inclusão de Gripen e Rafale na disputa é uma especulação da mídia

Fonte do Governo Canadense disse à Reuters, nesta sexta-feira, que o Canadá está reiniciando sua procura por novos caças a jato, mas que ainda assim poderia escolher o F-35. Um painel independente, composto por quatro pessoas, vai estudar o F-35 da Lockheed Martin, o F-18 Super Hornet da Boeing e o Typhoon do consórcio Eurofighter e também poderá analisar outros caças.

Especificamente sobre opções como o Gripen da sueca Saab e o Rafale da francesa Dassault, a fonte do Governo disse que sua inclusão no processo de substituição dos CF-18 canadenses é uma “acurada especulação da mídia”. O painel não fará uma recomendação sobre qual aeronave deverá ser adquirida.

Essa decisão de reiniciar o processo marca um esforço do Governo Conservador de pôr fim a uma série de situações embaraçosas após ter anunciado, em julho de 2010, sua intenção de comprar 65 caças F-35 por 9 bilhões de dólares canadenses, sem ter aberto uma competição na medida em que autoridades militares diziam que o jato furtivo de quinta geração era o único que atendia a todas as suas necessidades. Mas o Governo não chegou a assinar um contrato formal com a Lockheed Martin, enquanto críticos da escolha vêm dizendo que o valor da compra não é realista e que o F-35 foi escolhido sem que se avaliasse o suficiente outras alternativas.

A fonte disse à Reuters que “as pessoas disseram que o processo não estava claro e que não sabiam como se chegou à decisão (de comprar o F-35). Desta vez, tudo será mostrado. O processo será transparente.” A fonte disse, porém, que “poderemos no final chegar ao mesmo lugar”, referindo-se à decisão inicial pelo caça da Lockheed Martin, acrescentando que “a escolha não está pré-determinada.”

Segundo outras fontes que não foram nominadas, na próxima semana o Governo Canadense vai publicar estudo independente mostrando que o custo de compra e manutenção dos caças (ao longo do ciclo de vida) vai chegar a 40 bilhões de dólares canadenses (aproximadamente 40,4 bilhões de dólares), o que é muito mais alto que a estimativa original de 25 bilhões de dólares. Em abril, quando relatório anterior trouxe críticas ao programa de aquisição, a resposta do Governo foi tirar do Ministério da Defesa a responsabilidade pela compra dos novos caças, repassando-a para o Ministério das Obras Públicas (Public Works Ministry).

FONTES: Ottawa Citizen, CBS News Canada e Reuters via The Star (compilação, tradução e edição do Poder Aéreo a partir de originais em inglês)

FOTOS: USAF, USN, Eurofighter, Dassault e Saab

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HMS TIRELESS

Daqui a pouco vão dizer que o Canadá cancelou o F-35 para comprar todo poderoso Rafale…..rs!

Clésio Luiz

Um tempo atrás eu li em algum lugar que, devido aos atrasos do F-35, o Canadá (ou seria a Austrália?) estava interessado em fazer uma reforma estrutural nos Hornets, para fazer eles aguentarem mais uma década e assim a força aérea poderia assimilar melhor o atraso na entrega de um substituto. Porem foi dito que essa reforma não seria viável, pois a estrutura da fuselagem era uma peça integral, não permitindo trocar simples longarinas. Assim sendo, ao contrário do F-16, quando o F/A-18A chega no fim de sua vida útil, é o fim mesmo. Sendo assim, o Canada não poderia… Read more »

HMS TIRELESS

Problema Clésio é que o Canadá me parece indeciso. Acho que esse “cancelamento” é mais uma forma de pressionar a LM

DrCockroach

A pouco mais de um mes a Court of Audit da Holanda publicou um estudo sobre os custos de abondonarem o F-35; se vcs lerem o relatorio (link abaixo) verao que eles especificamente avaliam o custo de continuarem com os F16: a conclusao eh que sairia muito cara esta opcao. Tres alternativas sao sugeridas, a mais provavel eh nao abandonar o F35 por causa dos investimentos jah realizados (mas nao impossivel, pois o tema ainda nao foi decidido), mas diminuir as compras de 85 p/ 56, o que demandaria uma revisao da missao da Forca Aerea Holandesa. Mas posso esperar… Read more »

Nick

Se os canadenses querem outras opções de aeronaves furtivas, pode esperar pelo término do desenvolvimento do Sukhoi SU-50, do J-20, o J-31 ou se puder esperar mais um pouco, a versão definitiva do caça furtivo japonês.

Fora esses, restaria os caças de 4,5ª geração que seria um retrocesso em relação ao selecionado F-35, fora que são parceiros e estão entrando com $$$ no desenvolvimento do caça.

[]’s

Nick

Caro Nunão, Se os requerimentos aceitam menos furtividade, podem fazer um Mix Hi-Lo. Mas é importante observar que um caça de 4.5ª nunca será tão furtivo quanto um caça de 5ª desenhado desde o começo. (parece propaganda da LM :)) O problema é que o Canadá já deve ter feito inversões no programa JSF, além de ter empresas canadenses participando na fabricação de componentes para o F-35. Ou seja sair agora seria assinar atestado de incopetência e burrice. Que diminuam a quantidade de vetores para níveis que caibam naqueles US$25 bilhões, ou um mix Hi-Lo com o F-18E (que é… Read more »

Guilherme Poggio

O Canadá possui um estoque considerável de caças CF-18 com poucas horas de voo e que não foram modernizados. Esse seria um plano B pouco comentado.

Mas na verdade o Canadá deveria olhar com mais carinho (e pressa) para a obsolência em massa de sua Marinha. O Ártico assume cada vez mais um papel estratégico nas rotas marítimas comerciais e na exploração comercial.

HMS TIRELESS

Nunão,Vamos aos fatos: 1) Não seria a primeira vez. Cabe lembrar que os canadenses abandonaram o magnífico projeto do Avro Arrow e em troca compraram SAMs Bomarc e caças F-101B. E dez anos depois abandonaram o programa MRCA(que originou o Tornado). E não foi isso que impediu o Tornado de ser bem sucedido; 2) Os próprios canadenses precisam repensar sua defesa. Se querem forças de defesa ou se preferem delegar aos EUA. Agora o que não podem é permanecer nessa eterna indecisão, inclusive tendo em vista seus compromissos com a OTAN; 3) Resta impressão de que está rolando um forte… Read more »

Marcos

O que pesa, por enquanto, são as restrições que o F-35 poderia encontrar em operações no Norte do Canadá.

Quanto a Marinha Canadense, de fato, talvez esteja pior que a nossa. É só ver seus submarinos que não conseguem disparar torpedos.

Optimus

Caro, Tireless…

Abandonar o magnífico Avro Arrow foi um verdadeiro crime!!!

Está no hall daqueles extraordinário projetos que acabaram não saindo disso – como por exemplo: Mirage-4000, Lavi, Valkyrie, entre outros…

Sds.