Cargueiro acidentado bloqueia única pista desde as 20h de sábado – companhia, com 95% dos voos, diz que 25 mil passageiros foram afetados

A Azul Linhas Aéreas, empresa mais prejudicada pela interdição do Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, no interior de São Paulo, tentou fazer decolagens usando apenas metade da pista, mas foi desautorizada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e pela Infraero pouco depois de chamar os passageiros para o embarque. A negativa foi dada enquanto o diretor de Comunicação e Marca da companhia, Gianfranco Beting, dava uma coletiva de imprensa no aeroporto, por volta das 12h.

O aeroporto está com sua única pista bloqueada desde as 20h de sábado, quando um cargueiro vindo de Miami interditou a passagem depois de um pouso mal sucedido – o pneu estourou e a aeronave ficou presa na via. A operação para a remoção do avião, delicada, ocorre desde a noite de domingo e, enquanto não termina, as empresas aéreas acumulam prejuízos.

A Azul, responsável por 95% dos voos de Viracopos, cancelou 450 viagens até as 15h – segundo balanço oficial da Infraero, foram 400 cancelamentos no total até as 11h. Segundo Beting, mais de 25 mil passageiros foram afetados e a empresa já soma “dezenas de milhões de reais por dia” em perdas. A companhia, que está com 15 aeronaves presas nos terminais – um terço de todos os seus jatos -, chegou a chamar 300 passageiros de três voos – Fortaleza, Recife e Curitiba – para o embarque. Embora desse garantia da segurança do procedimento, foi proibida pelos órgãos competentes, quando as pessoas já tinham despachado as malas.

A Azul afirmou que os atrasos só devem ser eliminados entre quarta e quinta-feira e que suspendeu todos novos voos desta semana para normalizar a situação. “Não é um problema da Azul, é um problema do aeroporto. Temos mais de 25 mil pessoas afetadas e isso aumenta a cada hora. Nossa prioridade neste momento é acomodar as pessoas (em hotéis), mas é praticamente impossível acomodar todos no retorno do feriado. Não há estrutura para Isso”, disse Beting. “Continuamos com sobrecarga nos próximos dias, porque toda a malha está totalmente desordenada”. A companhia realiza 840 voos por dia nos aeroportos do Brasil, em parceria com Trip.

Remoção

A operação para retirar o cargueiro MD-11, da Centurion Cargo, é acompanhada por cerca de 70 pessoas. A aeronave, que carregava 67 toneladas de carga, começou a ser removida na noite de domingo, mas o equipamento utilizado no transporte, uma espécie de guincho de aviação, apresentou problemas e teve de ser trocado. Chamado de Recovery Kit, ele é composto de três carretas e um colchão de ar, usado para levantar aeronaves sem danificar a fuselagem.

Uma nova máquina, alugada da TAM Linhas Aéreas, saiu de São Paulo e chegou em Viracopos na manhã desta segunda-feira, 15. No começo da tarde, a aeronave já estava erguida, mas ainda não tinha sido movida de lugar. Parte das ranhuras deixadas na pista durante a aterrissagem do avião já foram reparadas a custo da própria Centurion. Parte do pavimento que está sob o avião será reformada quando ele for retirado.

Problemas

Para o professor de Gestão de Aviação Civil Marcus Reis, o fechamento tão prolongado de Viracopos expõe a falta de infraestrutura dos aeroportos. “Não é um problema só de Viracopos”, afirma.

Ele defende que aeroportos com volume tão elevado de voos como o de Campinas tenham equipamentos a postos para esse tipo de emergência. “O número de voos em Viracopos cresceu muito mais do que sua infraestrutura permite”, diz. “Se tem acidente no Santos Dumont (no Rio), com risco de contaminação do mar ou algum problema ambiental, tudo bem haver demora para liberar pistas. Mas em Viracopos não foi o caso.”

ATUALIZAÇÃO (G1 – 15-10-2012 – 18h)

Avião que fechou Viracopos é retirado, mas pista segue fechada

A remoção teve a duração de 1h40, após 44h do incidente no sábado.

O avião cargueiro que teve problema no trem de pouso e interditou a única pista de Viracopos, em Campinas (SP), desde a noite de sábado (13) foi retirado da pista na tarde desta segunda-feira (15). A remoção teve a duração de 1h40, após 44h do incidente. Segundo a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), a liberação da pista depende da limpeza, manutenção do asfalto e perícia de segurança. Até as 16h, o número de voos cancelados chega a 442, de acordo com a empresa estatal.

O processo de reboque para o deslocamento foi lento e complexo por conta do peso médio da aeronave, de 130 toneladas. O avião está sem as rodas de um dos lados para o suporte da turbina e da asa. Para conseguir estabilizar a aeronave foi preciso utilizar um material inflável semelhante a um colchão sustentado por um guincho. Além disso, outros três guinchos operam no reboque. Cinco veículos do Corpo de Bombeiros prestam apoio na operação e pelo menos 70 pessoas estão envolvidas na retirada do avião.

Na noite de domingo, os trabalhos feitos por uma empresa terceirizada, contratada pela Centurion Cargo, responsável pela aeronave, não tiveram o sucesso esperado. Uma falha sobrecarregou a estrutura do equipamento e não foi possível levantá-lo. O G1 tentou contato com a Centurion, mas até a publicação da reportagem ninguém havia sido encontrado para falar sobre o assunto.

ATUALIZAÇÃO (Estadão – 15-10-2012 – 18h37)

Aeroporto de Viracopos, em Campinas, é reaberto

Companhia aérea Azul foi a mais prejudicada – pista foi fechada no sábado após avião cargueiro apresentar problemas durante o pouso

O aeroporto de Viracopos, em Campinas, no interior paulista, foi oficialmente reaberto às 17h35 desta segunda-feira, 15. A pista estava fechada desde às 19h55 do último sábado, 13, após um avião cargueiro apresentar problemas durante o pouso. A remoção da aeronave foi feita entre as 16h e 16h30. De acordo com a Infraero, no período em que o aeroporto ficou fechado foram canceladas 235 partidas e 260 chegadas.

A companhia aérea Azul foi a mais prejudicada com o incidente, já que é a empresa que mais opera voos no aeroporto de Campinas. Em nota, a Azul informou que “embora as operações em Viracopos tenham sido liberadas, atrasos e cancelamentos ainda poderão ocorrer como consequência do processo de regularização da malha.”

FONTES: Estadão e G1

FOTOS DE BAIXO: Estadão (com Futura Press)

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Marcos

Se me recordo, a pista de taxi de Viracopos é homologada para, pousos não dou certeza, mas para decolagens o é, portanto a Infraero não autorizar essas operações não tem sentido.

aldoghisolfi

INCOMPETÊNCIA.

Giordani

Eu imagino o inferno que está sendo lá, pois quem conhece o aeroporto sabe do que estou falando…

Infelizmente isso tinha de acontecer durante a copa do mundo, para expor o verdadeiro brazil putênfia pro mundo! Infelizmente!

Guilherme Poggio

Toda a reportagem acima pode ser resumida em uma única frase (que também está no texto acima).

“Não há estrutura para Isso”

Marcos

Viracopos já tinha deficiências no pátio: quatro aeronaves grandes já lotavam. Não sei como foi resolvido isso, pois tem muito anos que não piso por lá. Depois, apesar de ter uma pista longa, já merecia ter recebido uma segunda. Mas volto a ressaltar, a pista de taxi é homologada para POUSOS E DECOLAGENS.

Marcos

“O número de voos em Viracopos cresceu muito mais do que sua infraestrutura permite”

Podemos ler a noticia assim:

O número de vôos em Viracopos cresceu muito, mas sua infraestrutura não acompanhou esse crescimento.

Vader

O que acontece desde sábado em Viracopos é uma vergonha. E essa história está muuuuito mal contada. Está pra lá de estranha. Escrevam o que digo: tem “alguém” tentando “quebrar” a Azul Linhas Aéreas, cujo hub é em Viracopos e/ou, acabar com as pretensões de Campinas de ser a ponta de lança da expansão do sistema aeroviário da Terminal São Paulo. O Marcos está correto: a pista de táxi de Viracopos é homologada, não me recordo agora se para pouso e decolagem ou apenas para decolagem. De qualquer maneira, é mais que suficiente para se decolar aeronaves de médio porte,… Read more »

HRotor

E o país dos telebobos cada vez mais se destaca pela incompetência…

Marcos

A pista de taxi é HOMOLOGADA para pousos e decolagens.
Mas o que poderia e deveria ter sido feito:
1) Já na manhã seguinte terem autorizado somente as decolagens;
2) Os pousos poderiam ter sido feitos em Guarulhos, na prática transferindo temporariamente a base da Azul para Guarulhos;
3) Passageiros com destino à Campinas poderiam utilizar os ônibus que a Azul já utiliza para levar passageiros de Campinas para São Paulo.
Tudo poderia ter sido resolvido no dia seguinte, mas…

Vader

Marcos disse:
16 de outubro de 2012 às 12:04

“A pista de taxi é HOMOLOGADA para pousos e decolagens.”

Então Marcos, confirmado está, pois, que houve alguma palhaçada. Que alguém ganhou dinheiro com essa bagunça.

Sds.

Marcos

Procon de Campinas solicitou explicações das companhias aéreas sobre o cancelamento de vôos. Vai também cobrar informações quanto ao atendimento dos passageiros que ficaram retidos.

É a cara do Brasil isso ai!
E a Azul já informou que Campinas não estrutura hoteleira para comportar todo mundo.