Chefe executivo da Saab reafirma que custos do novo Gripen são previsíveis
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Entrevista do CEO Hakan Buskhe da Saab repercutiu na TV Suíça – segundo Buskhe, os custos são previsíveis porque não se está desenvolvendo a partir de um papel em branco – sobre novas ofertas de concorrentes, executivo disse que quem é derrotado deve aceitar o fato
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Em entrevista divulgada em 22 de setembro, o chefe executivo da fabricante sueca Saab disse que a Suécia não precisa temer pelos custos do novo modelo do caça Gripen, fabricado pela empresa. Como o desenvolvimento não está começando do zero, os custos são previsíveis.
Em entrevista ao Svenska Dgbladet, Buskhe afirmou: “Não estamos começando de uma folha de papel em branco, por isso não há incertezas sobre os custos. Assim, os contribuintes suecos não têm nada a temer”. O executivo discordou de especialistas que teriam calculado a necessidade de produzir pelo menos 400 caças Gripen para ter lucratividade. Para Buskhe, o Gripen tem potencial de venda de 300 unidades, mas já é viável para um número entre 62 e 82 exemplares.
Segundo a SFTV, a declaração surge em meio a uma controvérsia após o anúncio do orçamento de defesa sueco ao parlamento, que inclui a aquisição do Gripen. Contrários à compra, estão os partidos de esquerda, os verdes e os sociais democratas. O Governo Sueco teria afirmado que, se não for concretizada a venda dos 22 caças Gripen para a Suíça (negócio para o qual já há um acordo quadro assinado entre Suíça e Suécia), a compra sueca de40 a 60 novos caças seria interrompida.
Entre os assuntos da entrevista, as tentativas da concorrente Dassault em oferecer novas propostas à Suíça
Perguntado pelo Svenska Dgbladet sobre oferta da Dassault após ter sido derrotada na concorrência suíça, o executivo não falou em nomes especificamente, mas para o jornal ele claramente fez uma referência a essas tentativas, quando afirmou: “Eu acho que você deve aceitar quando é derrotado. Qualquer um se arrisca a não ser convidado, por muito tempo, para futuros processos similares. Mas eu ainda acho que isso não interferiu na nossa relação com a Suíça.”
Gripen está ficando mais barato e não mais caro, segundo o executivo
Sobre custos, o valor total estimado para os aviões de combate da Suécia é de 90 bilhões de coroas suecas (cerca de 13,6 bilhões de dólares) para os próximos 30 anos, o que inclui tanto os atuais quanto novos caças Gripen com todos os custos relacionados.
Segundo Buskhe, os custos de desenvolvimento e produção do Gripen estão sendo reduzidos. A Saab hoje pode produzir 28 caças Gripen pelo mesmo custo que, há cinco anos, produziria dez aeronaves. “Ao mesmo tempo, isso tem ficado mais caro para a maioria de nossos competidores no Ocidente, e provavelmente eles precisam produzir pelo menos 400 aeronaves para ter lucro”, disse o executivo.
Buskhe também afirmou que “há potencial para vender 300 caças Gripen, e isso não é algo irrealista. Dado que nossa nova versão é mais eficiente em consumo de combustível e pode carregar mais carga que nossos competidores bimotores, abriu-se um novo mercado para nós. Os baixos custos operacionais do Gripen são nossa maior vantagem.”
FONTES: SFTV e Svenska Dgbladet (compilação, tradução, adaptação e edição: Poder Aéreo)
IMAGENS: Saab
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Taí um número cabalístico.
Será que as empresas precisam, em média, produzir 400 caças para compensar os investimentos em P&D e ainda sim obter um bom lucro?
E qual seria a cadência mínima anual? A França já informou ser de 11-12 por ano.
Prezado Poggio,
De fora eh dificil responder sua pergunta; mas um caca com grande “soberania” na producao precisa, em tese, ter uma producao bem maior p/ ter escala: eh uma decisao entre ser competitivo comercialmente ou nacionalizar, talvez por questoes estrategicas (ou por interesses de lobbies internos, grande parte da producao;
Jah um caca com grande numero de componentes COTS (Commercial off-the-shelf) pode ter escala com uma producao bem menor pois, produtos COTS sao, em tese, produtos com escala.
Mas somente vendo os numeros p/ internos das empresas p/ sair do terreno das hipoteses.
[]s!
Sendo uma evolução do Gripen C/D, seria errado supor que muito da “aeronave raiz” será aproveitado no E/F? Se não é errado, então muitos componentes e/ou sistemas já tem seu desenvolvimento pago.
A turbina, por exemplo, já é produzida em grande escala para os SH, eliminando um grande problema de prazo/risco de desenvolvimento/custo, algo (entre outras coisas) crítico no programa do F-35.
Se utiliza componentes COTS, a questão de escala também já está equacionada.
Todavia a trilha dos custos reserva situações não imaginadas e que podem aumentar seu valor.
Caro asbueno,
É bem provável que os suecos aproveitarão partes do Gripen C/D e talvez até dos modelos A/B para construírem seus E/F. Por ae já existe uma economia. No caso da Suiça serão totalmente novos.
No mais, acredito que veremos sim saindo de fábrica os Gripen E/F.
[]’s
Mas Nick, mesmo no E/F algo da estrutura e de alguns sistemas talvez sejam “não novos”. Além do motor, que já mencionei.
Asbueno, Nesse caso “talvez” não é a palavra. Algumas partes da estrutura têm que ser novas. A fuselagem central muda e a traseira também. Porém, pelo que sei a fuselagem dianteira pode ser mantida, assim como canards, canopi, leme, pilones e outras partes. O trem de pouso principal irá mudar, mas creio que o dianteiro não. E, evidentemente, a aviônica é nova. Mas são os mesmos fornecedores da versão C/D. Também há quem diga que até as asas dos modelos antigos podem ser reaproveitadas, mantendo as modificações apenas na raiz das asas. Mas creio que o correto seria trocar as… Read more »
É neste ponto que pretendia chegar Nunão. OU seja, o risco dos custo é menor, obviamente, se o projeto começasse do zero.
Se muita coisa poderá ser reaproveitada, menos ensaios serão necessários (< custo) e a existência da cadeia logística mencionada por você (outro componente que reduz o custo).
Asbueno,
Muitos dos ensaios já vêm sendo feitos pelo ex-demonstrador, que se tornou a aeronave principal para ensaios dos novos aviônicos e outros sistemas.
Os demais itens que precisam de mais ensaios são os relativos à nova estrutura, definitiva, o que será papel para o protótipo que tem previsão de iniciar voos no ano que vem, provavelmente.
Roger!
Típico papo de vendedor…
Quando interessa o argumento “técnico” o Gripen NG é um caça absolutamente NOVO, quando o argumento que interessa é econômico ele é uma evolução do antigo JAS 39 sem custos e riscos adicionais….
Não há como ser as duas coisas ao MESMO TEMPO, ou ele é novo de verdade e se tem o risco MAIOR de um novo desenvolvimento ou ele não será TÂO BOM quanto uma aeronave NOVA pois tem compromisso de manter a compatibilidade do projeto de raiz mais antigo…
Gilberto,
Ser ou não ser, eis a questão:
http://www.aereo.jor.br/2010/08/05/f-x2-uma-terapia-de-grupo/
Vantagens e desvantagens de uma aeronave ou outra, crises existenciais ou dúvidas quanto ao futuro, cada um levanta conforme queira defender essa ou aquela opção de que gosta mais.
As munições por aí são abundantes para se falar mal de qualquer caça. Fica a gosto do freguês.