A Base Aérea de Natal (BANT) completa 70 anos de ativação. Foi criada pelo Decreto Lei nº 4.142 de 2 de março de 1942, porém só iniciou suas atividades em 7 de agosto do mesmo ano.

Atualmente a BANT é comandada pelo Coronel-Aviador João Campos Ferreira Filho, e tem a missão de apoiar as unidades sediadas, onde são formados e especializados os pilotos de Caça e de Helicóptero da Força Aérea Brasileira (FAB).

Programação

Dia 03/08 – 19 horas
Festival da Canção da BANT – “Festival Luiz Gonzaga”. Servidores civis e militares da Base Aérea interpretam músicas de outros autores ou de composição própria. Será realizado no Cine Teatro campal Trampolim da Vitória, local onde eram exibidos filmes, shows e espetáculos para os militares brasileiros e americanos no período da Segunda Guerra Mundial. Serviu também de cenário para o filme “For All”.

Dia 05/08 – 09 horas
Portões Abertos – O evento proporciona ao público em geral a visitação às instalações da Base, onde haverá exposição de aeronaves, saltos de paraquedistas, exibição de rapel, exposição de carros antigos, e outras atrações.

No local haverá também bares e praça de alimentação.

Dia 07/08 – 16 horas
Solenidade militar do 70º aniversário da Base Aérea de Natal, no pátio do Comando.

História da BANT

A Base Aérea de Natal (BANT) ganhou um espaço na história durante a Segunda Guerra Mundial. A partir de 1942 com a construção de uma base americana vizinha a BANT os dois comandos passaram a compartilhar o mesmo aeródromo.

A BANT foi criada no dia 2 de março de 1942, e ativada em 7 de agosto do mesmo ano, pelo Decreto Lei nº 4.142, assinado pelo então ministro da Aeronáutica do governo do presidente Getúlio Vargas, Salgado Filho. Em novembro do mesmo ano, passaram a conviver no mesmo aeródromo, em “Parnamirim Field”, duas bases aéreas. A brasileira, localizada no Setor Oeste do aeródromo, e a americana no Setor Leste, conhecida como “Trampolim da Vitória”, assim chamado por ser ponto obrigatório de passagem das aeronaves aliadas que se destinavam ao Teatro de Operações da África e da Europa.

No período da 2ª Guerra, a Força Aérea Brasileira e a Marinha atuavam nas missões de patrulhamento e de cobertura a navios ou comboios, em cooperação com as forças navais e aéreas norte-americanas.

Em 1946, com o término do conflito, a BANT passou a ocupar as instalações da base americana e, no decurso do tempo, a Organização teve diferentes finalidades: Centro de Instrução Militar e Centro de Formação de Pilotos Militares (CFPM), Centro de Aplicações Táticas e Recompletamento de Equipagens (CATRE), e Comando Aéreo de Treinamento que, em 2001, foi desativado e em seu lugar foi reativada a Base Aérea de Natal, com a missão de promover o apoio necessário às unidades aéreas sediadas e apoiar todas as unidades de Aeronáutica que nela operem.

Subordinada ao Segundo Comando Aéreo Regional (COMAR II), em Recife, órgão coordenador de todas as unidades da FAB na região Nordeste, a Base Aérea de Natal tem hoje a missão de apoiar as unidades de aeronáutica que nela operem permanentemente, temporariamente ou estejam sediadas. Atualmente a BANT conta com sete Unidades que desempenham tarefas operacionais de formação de pilotos de caça e de helicóptero, treinamentos de militares e segurança do espaço aéreo nacional. São elas: o 2°/5° Grupo de Aviação (Esquadrão Joker), o 1°/11° Grupo de Aviação (Esquadrão Gavião), o 3°/1° Grupo de Comunicações e Controle (Esquadrão Morcego), o Grupo de Instrução Tática e Especializada (GITE), o Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Natal (DTCEA-NT), Prefeitura de Aeronáutica de Natal (PANT) e a Primeira Força Aérea (FAE I).

A BANT tem sido escolhida com freqüência para sediar grandes operações internacionais pela sua boa infra-estrutura e reconhecida capacidade operacional, como a Reunião da Aviação de Transporte (RAT) e a CRUZEX, realizada nos anos de 2004, 2008, 2010 e com uma nova edição em 2012.

O Trampolim da Vitória

Com o início da Segunda Guerra Mundial, formaram-se dois pólos mundiais: de um lado, França, Inglaterra e Estados Unidos – os Aliados. De outro, Itália, Alemanha e Japão – as Forças do Eixo. No Brasil, o Presidente Getúlio Vargas mantinha-se neutro.

A guerra já tomava conta da Europa, Norte da África e Ásia, quando o Departamento de Guerra dos Estados Unidos preparou um sistema de defesa, que incluía a instalação e melhora de bases aéreas no Nordeste brasileiro, em especial na cidade do Natal, pois estava entre os quatro pontos mais estratégico do mundo, juntamente com o Estreito de Gibraltar (entre a Espanha e Marrocos), Estreito de Bósforo (entre a Europa e a Ásia) e o Canal de Suez (entre o Mar Mediterrâneo e o Vermelho).

A principal estratégia adotada foi a construção de Parnamirim Field, para servir de base para as tropas americanas durante o período da Segunda Grande Guerra. No local funcionava, desde 1927, um modesto campo de pouso usado para pousos de aeroplanos de pequeno porte.

Com a chegada das tropas americanas o local ganhou uma estrutura com a mais moderna tecnologia bélica da época. Máquinas alargaram e duplicaram as pistas para que pudessem comportar os aviões de médio e grande porte. Natal se desenvolveu de maneira rápida e a cidade de Parnamirim surgiu do dia para noite. No auge do conflito, Parnamirim era o mais congestionado aeroporto do planeta, com aviões pousando e decolando de três em três minutos. Devido à fundamental importância para a vitória dos aliados, tornou-se conhecido como o “Trampolim da Vitória”.

Além de milhares de aviões de caça, de bombardeio e de transporte destinados às frentes de batalha, esta Base foi rota de muitas personalidades de renome internacional. O desembarque mais famoso foi o do presidente americano Franklin Roosevelt para o encontro com o presidente brasileiro Getúlio Vargas, no dia 28 de janeiro de 1943. De atores de Hollywood ao presidente da maior potência mundial, Natal recebeu, na época da Segunda Grande Guerra, inúmeras celebridades, como os atores Humphrey Bogart, Bette Davis, Tyronne Power e as orquestras de Glenn Miller e de Tommy Dorsey. A presença deles servia para divertir, alegrar e elevar o moral dos combatentes em meio à tristeza da guerra. Os espetáculos eram realizados no Teatro ao Ar livre Trampolim da Vitória ou Cine Drive In (como chamavam os americanos). Esses artistas também faziam apresentações no centro da cidade, para os civis, no antigo Cine Rex.

As bases americana e brasileira compartilhavam o mesmo aeroporto, que era ponto obrigatório de passagem das aeronaves aliadas com destino ao teatro de operação do Norte da África e da Europa, em função da autonomia limitada dos aviões da época. A base brasileira situava-se no Setor Oeste da pista e tinha como principal objetivo apoiar a Marinha do Brasil no monitoramento à ameaça submarina do Eixo e executar missões de salvamento de aviões no mar, ao longo da costa do Nordeste. A Marinha e a FAB realizavam também o patrulhamento de todo o litoral brasileiro.

As bases possuíam prédios, galpões, parques de manutenção de aeronaves, pistas de pouso e decolagem. Contava ainda com cinemas, pousadas, hospital, grandes áreas de esporte e uma boa reserva de Mata Atlântica. Somava-se a esse complexo um grande conjunto residencial, para o pessoal envolvido na guerra.

Com o fim do conflito, no dia 1° de julho de 1942 (sic), as instalações da base aérea americana foram entregues à Força Aérea Brasileira. A BANT passou a ocupar os prédios construídos pelos americanos e, no decurso do tempo, suas instalações tiveram diferentes finalidades e denominações: Centro de Instrução Militar e Centro de Formação de Pilotos Militares (CFPM), Centro de Aplicações Táticas e Recompletamento de Equipagens (CATRE), Comando Aéreo de Treinamento, mantendo a sigla CATRE e, em 1º de janeiro de 2002, voltou ao nome original: Base Aérea de Natal.

O Campo de Parnamirim

O legendário Campo de Parnamirim já existia antes da deflagração da 2º Guerra Mundial. Com a entrada dos Estados Unidos no grande conflito, o Governo Brasileiro cedeu áreas para apoio às tropas aliadas e para que elas construíssem uma Base capaz de enfrentar qualquer ameaça do Hemisfério Ocidental e assegurar a rota para a África.

A construção da Base Americana por sua engenharia militar durou de 1940 a 1944 e dividiu através de duas pistas de pouso, 16-34 e 12-30, as Bases de Natal, conhecida como a Base Brasileira e a Base Americana, batizada de “Parnamirim Field”. A base brasileira ficou no Setor Oeste das pistas e no Setor Leste edificou-se em proporções muito maiores, já que foi custeada pelo Governo dos Estados Unidos, a Base Americana.

Terminado o conflito mundial, a FAB recebeu então as instalações que eram ocupadas pelos norte-americanos, e assim a Base Aérea de Natal passou a operar em toda a área.

A divisão que antes havia, permanece até hoje, como um hábito adquirido para melhor localizar os espaços terrestres: As pistas de pouso dividem a Base Oeste da Base Leste.

Constituição militar atual da Base Aérea de Natal

A Base Aérea de Natal é, desde a sua criação, uma organização que apóia outras Unidades. Em sua história vários esquadrões já estiveram sediados e outros acabam de chegar. Atualmente a constituição militar da BANT reúne sete Unidades, sendo duas aéreas.

O 2º/5º Grupo de Aviação (Esquadrão Joker), equipado com a mais moderna aeronave da FAB, o A-29 Super Tucano, é responsável pela formação dos pilotos de caça da FAB.

O 1°/11° Grupo de Aviação (Esquadrão Gavião) é responsável pela formação dos pilotos de helicóptero. É equipado com o helicóptero H-50 (Esquilo).

Ao sair da Academia da Força Aérea (AFA), os aspirantes a oficiais aviadores, selecionados para a Aviação de Caça ou Aviação de Asas Rotativas (helicóptero) vem para Natal.

O 3°/1° Grupo de Comunicações e Controle (Esquadrão Morcego) opera um sistema de radares transportáveis, que realiza o controle de aproximação de pouso de precisão, garantindo às aeronaves o controle na área de atuação, alarme antecipado contra ameaças aéreas e pouso seguro, mesmo em situações adversas. Quando necessário esse sistema pode ser montado em qualquer parte do país.

Antes de decolar ou pousar, porém, as aeronaves militares e civis, necessitam do trabalho do Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Natal – DTCEA-NT. Esse órgão executa as atividades de proteção ao vôo, ao manter a regularidade, fluência e principalmente a segurança do tráfego aéreo na região. O DTCEA fornece aos pilotos informações para que realizem um vôo seguro, rápido e ordenado. As aviações civil e militar utilizam os mesmos equipamentos e órgãos de controle.

A BANT também é sede da Primeira Força Aérea (I FAE), comandada por um oficial general no posto de brigadeiro do ar. A I FAE concentra as unidades que formam os pilotos da FAB das diversas aviações em um único comando, com os objetivos de padronizar e supervisionar os programas de instrução dos pilotos.

Além dessas unidades, a BANT sedia o Grupo de Instrução Tática e Especializada – GITE, unidade de ensino que ministra cursos para a formação e especialização de militares que atuam no vôo. O GITE também recebe militares estrangeiros para intercâmbio. Também está sediada aqui a Prefeitura de Aeronáutica de Natal, unidade de apoio que administra e mantém as residências pertencentes à União, utilizadas pelos militares da Guarnição da Aeronáutica de Natal.

FONTE: Tribuna do Norte

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