Modernização dos F-16 de Taiwan, apesar de assinada, continua controversa

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Segundo matéria do site Defense News, a assinatura do acordo de 3,7 bilhões de dólares entre Taiwan e a Força Aérea dos EUA (USAF), visando a modernização de 146 caças F-16 A/B taiwaneses, pode ter chegada ao fim após dois anos de difíceis negociações. Porém, autoridades e analistas disseram que o assunto continua gerando controvérsia no país asiático.

Segundo essas fontes, decisões sobre detalhes ainda não resolvidos do pacote, principalmente o fornecedor do radar AESA (varredura eletrônica ativa), estão nas mãos da USAF e não de Taiwan, que vai pagar por eles. Além disso, a retirada de caças da linha de frente para a modernização, além da baixa de outros tipos de caças, vai exacerbar por doze anos a diminuição da frota de aviões de combate do país. A modernização não vai atender à necessidade de substituir caças que deverão dar baixa no período, como 56 Dassault Mirage 2000 e 45 Northrop F-5 , ocasionando a diminuição da frota de 373 para 272 caças. Restarão apenas os F-16 A/B e os F-CK-1A/B, também conhecidos como IDF – Indigenous Defense Fighter.

Por volta de 2020, a ponta de lança da Força Aérea de Taiwan será composta por apenas 146 F-16A/B modernizados, o que é considerado muito pouco para se contrapor à China. Isso é exacerbado pelo fato de que, ao longo dos anos de modernização,  sempre haverá 24 caças F-16A/B retirados da linha de frente para serem modernizados. Haverá 16 caças permamentemente alocados para treinamento na Base Aérea de Luke, nos Estados Unidos.

Levando em conta todas essas reduções e uma taxa de disponibilidade de 70% na Força Aérea de Taiwan, haverá apenas 73 caças F-16A/B operacionais a qualquer momento, o que é metade da frota existente, aos quais se somarão 126 jatos IDF (mostrado na foto abaixo) que também deverão passar por modernizações e dos quais deve, da mesma forma, ser descontada a taxa de disponibilidade.

Tudo isso torna ainda menor o número de caças realmente disponíveis, a qualquer tempo, da soma dos F-16 e IDF que formará uma frota com 100 caças a menos, aproximadamente, do que hoje.

Segundo a matéria, o “lobby” chinês vem impedindo desde 2006 que Taiwan possa receber novos caças F-16C/D Block 50/52, que seriam adquiridos num total de 66 unidades. Em compensação, a modernização dos velhos F-16 A/B foi autorizada, assim como vendas de outros equipamentos militares estimadas em 18 bilhões de dólares para Taiwan: helicópteros de ataque AH-64 Apache, aviões de patrulha marítima P-3C Orion e sistemas de defesa aérea Patriot. Autoridade da Defesa de Taiwan sonham com uma futura compra de caças F-35 de quinta geração, apesar do custo e da pressão chinesa tornar essa possibilidade muito difícil.

Outro aspecto que vem causando controvérsia, conforme citado acima, é que o modelo de radar AESA que equipará os caças será definido pela USAF, e não por Taiwan. Competem o SABR (Scalable Agile Beam Radar) da Northrop Grumman e o RACR (Raytheon’s Advanced Combat Radar (RACR) da Raytehon, com previsão de seleção do vencedor nos próximos dois anos. Fontes disseram que a USAF tem preferência pelo SABR para a modernização de seus próprios F-16.

FONTE: Defense News (tradução, adaptação e edição: Poder Aéreo)

FOTOS: TaiwanAirPower

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