Marinha dos EUA de olho no ‘Super Hornet International Roadmap’
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Mas nenhuma decisão foi tomada, pois a USN está aguardando que um cliente externo se interesse pelas melhorias planejadas para o caça
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Gareth Jennings
A Marinha dos EUA (USN) está mantendo conversas com a Boeing com o propósito de introduzir modificações na atual frota de caças F/A-18E/F Super Hornet, informou uma fonte da USN durante a Farnborough 2012.
O capitão de mar e guerra (USN) Frank ‘Spanky’ Morley, gerente do programa F/A-18E/F e EA-18G (PMA-265), disse que a Marinha está avaliando a viabilidade da introdução de uma série de melhoramentos oferecidos pela Boeing aos seus clientes internacionais, mas nenhuma decisão final foi tomada ainda.
“Estamos apenas discutindo, não há nenhum compromisso assumido pela USN ainda”, informou o comandante, acrescentando que a Marinha aguardaria a decisão de um cliente externo da Boeing que decidisse pelas melhorias propostas, antes de seguir os mesmos passos.
As melhorias citadas pelo comandante Morley foram primeiramente apresentadas pela Boeing na última Farnborough, em 2010. Representantes da companhia apresentaram uma série de melhorias para elevar o potencial do F/A-18E/F a clientes internacionais, que ficou conhecida como “Super Hornet International Roadmap”.
Estas melhorias incluem a adoção de tanques conformais, IRST (infrared search-and-track) integrado à célula, casulo central par armas, aviônicos avançados, laser warning system e a nova versão do motor Electric F-414-400, conhecida como EPE (enhanced-performance engine).
A marinha já opera um sistema IRST, mas este é adaptado ao tanque ventral, e embora a nova versão EPE do motor ofereça 20% a mais de potência, ela é oferecida à USN com mais eficiente no consumo de combustível.
No cockpit, uma única tela de 11×19-pol (28×48 cm), tanto para o piloto como ocupante do posto traseiro, deve “aumentar significativamente a capacidade situacional e ao mesmo tempo reduzir os custos de operação” . Sistemas como este definitivamente melhoram a capacidade da aeronave, mas seus benefícios devem ser pesados frente aos custos de modernização de toda a frota.
O casulo de armas elevaria o número de estações de armas de 11 para 17 e melhoraria as características furtivas da aeronave, mas o aumento da eficiência com redução do arrasto seria o ponto central desta mudança para a USN. O mesmo pode ser dito para os tanques conformais que melhorariam as características de sustentação da aeronave.
A Boeing espera ter estes melhoramentos prontos para serem empregados por volta de 2016-17.
Abaixo, vídeo de apresentação dos itens do “International Roadmap” apresentados na Aero India 2011. Reparar no nome do piloto que apresenta o vídeo e no número que aparece na cauda da aeronave. Qualquer semelhança com outro Super Hornet que já apareceu por aqui não é mera coincidência, como pode ser explicado nas três primeiras matérias da lista de links logo abaixo.
FONTE: Jane’s (tradução, adaptação e edição: Poder Aéreo)
FOTO: Boeing Japão
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Esse avião parece ser ou ter ficado enorme!
Roberto, recentemente notei em uma foto na AFA, por ocasião dos 60 anos da Fumaça, o tamanho do SH em relação a um A29. Sim, possuem propósitos bem diferentes mas pude perceber como o SH é avantajado. Com os tanques conformais ele literalmente ganha mais volume!
Roberto e asbueno, “Pessoalmente”, como foi o caso de ver lá na AFA, o Super Hornet parece menor do que nas fotos. É claro, perto de um esguio F-5 , que normalmente aparenta ser menor do que é (pois, no comprimento não é tão menor que muito caça por aí, embora seja na envergadura e volume), o Super Hornet é grande. Perto de um A-1, também é. Mas as fotos e o “Super” do nome, que gera uma expectativa de tamanho muito maior que o de um Hornet, enganam um pouco. Olhando de perto, o que fica mais claro ao… Read more »
Na verdade a estrovenga tanque/IRST ainda não está operacional.
Mudando de pato pra ganso, um IRST pode funcionar como um NAVFLIR, ajudando em muitas tarefas ar-sup, além das tradicionais funções ar-ar.
Entendo Nunão. E concordo.
Os conformais do SH parecem ser mais suaves do que os do F-16. Todavia, se Vossa Majestade e sua Corte escolher o SH, seria interessante que estes fossem desta versão. Lembrando sempre de uma improvável opção Hi-Low. Neste caso com os Super JAS E/F.
Fernando,
Presumo que os flaps sao desse tamanho, porque os SH. precisam de uma maior area de sustentacao aerodinamica, devido a baixa velocidade antes de tocar nos cabos de arrasto.
Tadeu, sem dúvida que são por causa do “DNA” naval do Super Hornet.
Apenas ressaltei porque, ao vivo, é algo que chama bastante a atenção, bastante mesmo – aliás, na foto aí em cima também. De modo algum estou questionando a razão dos flaps serem uma ignorância de grandes.
Asbueno, Acho que o Super Hornet já é muito bom do jeito que é hoje, levando em conta uma eventual seleção no F-X2… Mas não há dúvida que várias características do “International Roadmap” seriam bastante interessantes. Aliás, todas. Poderiam ser desenvolvidas em conjunto, como parte de compensações / das tão faladas transferências de tecnologia e não apenas viabilizadas financeiramente pelo comprador. É uma oportunidade diferenciada, quem sabe, numa proposta que é talvez a mais vantajosa no quesito “prateleira” e não exatamente de desenvolviemento conjunto de algo que seja fundamental (afinal, as coisas fundamentais dele já foram desenvolvidas há muito tempo).… Read more »
Um eventual F-18E IRM(ex-Silent) seria a melhor alternativa à um caça de 5ª geração puro. Se não temos condições de ter os F-35 ou o PAKFA, no curto prazo seria a melhor alternativa. O ideal mesmo é que os 36 do FX-2 já viessem nessa configuração.
[]’s
Nick, Será que o F-18 Super Hornet “de prateleira” já não ofereceria o que é necessário operacionalmente ao F-X2, enquanto que o desenvolvimento dessas melhorias em conjunto poderia, isso sim, trazer ainda mais dos dividendos tecnológicos pretendidos com o programa? Será que não poderiam vir na configuração atual ou, no máximo, com as mudanças que poderiam ser prioritárias por envolverem modificações mais profundas mais tarde (como aviônicos e motores) e depois receberem as demais melhorias da configuração na forma de kits, de equipamentos adicionais a se colocar, ao invés de trocar? Será que parte do primeiro lote de 36 ser… Read more »
Caro Nunão, Sempre que eu comparava o F-18E com o Rafale e o Gripen NG, verificava que o mesmo não tinha 2 itens : IRST orgânico e MAWS (apesar que atualmente o Rafale usa o sensor do MICA IR). Isse me incomodava 🙂 Essa atualização IRM, corrigiria isso, e ainda adicionaria mais alcance e furtividade. Ou seja colocaria o F-18E em pé de igualdade em termos de sensores e avançaria no quesito furtividade. Melhor que isso, só o F-35 ou o PAKFA….. hehehehe. Se a US Navy bancar esses avanços, porque não? E não vejo necessidade de ToT nesses casos.… Read more »
Nick,
Minha “provocação” é mais por causa desse trecho da matéria:
“a Marinha aguardaria a decisão de um cliente externo da Boeing que decidisse pelas melhorias propostas, antes de seguir os mesmos passos.”
Se esse cliente externo for o Brasil, seria melhor só bancar (financiar) o desenvolvimento dessas melhorias ou também aproveitar para participar disso?
Caro Nunão,
Então teríamos um impasse. 🙂
Algo semelhante ao que emperrou o Rafale nos EAU. Acredito que se a US Navy bancar, quem sabe eventuais lotes subsequentes do F-18E do FX-2 poderiam vir nesse padrão.
Se a US Navy não bancar, não veremos essa versão ISR.
[]’s
Nick, O “impasse” é praticamente o mesmo do Rafale nos EAU, do Gripen NG da Suíça, ambos também concorrentes aqui… Resume-se a quem vai bancar o desenvolvimento ao cliente externo da versão que as forças do país de origem até gostariam de ter e podem até planejar para o futuro, mas que não está no mesmo “timing” dos fabricantes / vendedores. No fim, se for visto por esse prisma, os três concorrentes do F-X2 têm sua própria versão desse “problema” (eu já não vejo como problema em nenhum dos casos – é problema só nos argumentos dos que são contra… Read more »