Parceria Embraer-Boeing pode ser estratégia de aproximação na concorrência FX-2
Júlio Ottoboni
Segundo a avaliação de especialistas do setor aeronáutico, a parceria anunciada pela Embraer e a Boeing na produção do cargueiro KC-390, encomendado pelo governo brasileiro, pode ser uma estratégia para facilitar a companhia norte-americana na concorrência dos jatos militares FX-2. O acordo foi assinado na semana passada, mas ambas as direções das empresas se esquivaram de informar condições contratuais como a divisão dos lucros e percentuais de nacionalização.
De maneira genérica, o acordo prevê o compartilhamento de conhecimentos técnicos específicos e a avaliação conjunta de mercados no segmento de aeronaves de transporte militar de médio porte. A Boeing tem a tecnologia do cargueiro C-17, utilizado pelas forças armadas de vários países, principalmente dos EUA. E nesta parceria a Embraer conseguiria investir pouco se comparado às ações de pesquisa e desenvolvimento do produto.
“A Boeing tem grande experiência em aeronaves militares de transporte e reabastecimento em voo, assim como profundo conhecimento de clientes potenciais para o KC-390, em especial nos mercados não incluídos no nosso plano de marketing original”, disse o presidente e CEO da Embraer Defesa e Segurança, Luiz Carlos Aguiar. “O acordo reforçará a posição de destaque do KC-390 no mercado global de transporte militar”, afirmou.
A aproximação da Embraer com a Boeing tem ocorrido desde meados da década passada, quando o capital da ex-estatal brasileira foi aberto e ingressou na bolsa de valores dos EUA. Os entendimentos com a gigante europeia Airbus foram abandonados, inclusive com a saída de acionistas europeus como a francesa Dassault. A aproximação é tanta que a Boeing inaugurou escritório em São Paulo em outubro de 2011 e criou um cargo de alta direção para a Boeing do Brasil.
A cooperação para o programa KC-390 é parte de um amplo acordo assinado pela Boeing e pela Embraer em abril deste ano, quando as empresas anunciaram cooperação em diversas áreas, que incluem novos sistemas para aeronaves comerciais que aumentem a segurança, eficiência, pesquisa e tecnologia, como o uso de biocombustíveis sustentáveis para aviação.
Segundo representantes da Boeing e da Embraer, a parceria analisará o mercado de aeronaves militares de transporte de médio porte e possíveis parcerias comerciais. Essa avaliação incluirá potenciais clientes não considerados nas projeções iniciais de mercado para o KC-390.
“A Embraer é líder global em inovação e ambos reconhecemos o valor de trabalhar em parceria para fornecer soluções acessíveis e de alta qualidade para os clientes. A colaboração combina a excelência da Boeing em aeronaves de transporte militar com as realizações do KC-390 da Embraer, de forma a avançar ainda mais com esta aeronave”, disse presidente e CEO da Boeing Defense, Space & Security, Dennis Muilenburg.
O KC-390 é um projeto da Força Aérea Brasileira e com grande interesse por parte dos Correios e diversos países sul-americanos. Apesar de não dispor desta tecnologia, a Embraer foi contratada para desenvolver a aeronave em abril de 2009. Trata-se do maior avião a ser produzido pela indústria aeroespacial brasileira e estabelecerá novos padrões para aeronaves de transporte militar de médio porte em termos de desempenho, capacidade de carga, flexibilidade e custos de operação.
FONTE: Panoramabrasil
Esse acordo deve ter um recheio muito bom, vamos esperar o que realmente vai acontecer em termos de FX2.
Acordo assinado e FX2 adiado novamente interessante isso.
E a Boeing ainda tem carta na manga: pode baixar o preço para o mesmo valor próximo que vende à US Navy.
Não vai ter francês que rebata o preço.
Embora que, em Terra Brailis, tudo é possível.
A mesma embraer que estourou champagne no finado FX¹?
Esse tal de “Panorama Brasil” devia dizer que a fonte original é “Poder Aéreo”. Afinal choveram no molhado. Não passa de um compilado de tudo que já foi anunciado, e principalmente, discutido aqui.
A aproximação entre as empresas já foi feita, agora só falta a caneta da presidenta entrar em ação.
Infelizmente isso não ocorrerá antes das eleições daqui e de lá.
Só nos resta viver até Dezembro.
Giordani RS,
Ela mesma. A champagne está no gelo novamente.
Sds.
Qual dezembro?
enquanto isso…
Mais do mesmo problema do A-400: os motores, que vem apresentando problemas na caixa de redução.
Do jeito que a coisa anda, ou os europeus vão de C-17 ou vão no nosso carrinho de mão, o KC-390.
Atrevida essa Embraer, ao invés de irem bater na porte da EADS, como queria a petralhada, foram aonde já sabiam que encontrariam a solução p/ suas mazelas; a americana Boeing!!! Mas a parte que eu mais gosto dessa história é aquela em que arrotaram um caviar desgraçado, qndo lançaram essa encrenca no mercado, esnobaram diversos mercados e agora que a água chegou no pescoço; foram bater na porta dos americanos. Para que estes os auxiliem a vender a encrenca, justamente naqueles mesmos mercados esnobados antes, em seus mirabolantes press releases!!! Qnto aos problemas do A-400, infelizmente os europeus não estão… Read more »
Os europeus não tem o que fazer com o projeto A400…sabe aquela máxima que diz: “Já que estamos todos no Inferno, porquê não abraçar o Chefe?” É a síntese do A400 “Atlas”…
OFF TOPIC…
…mas nem tanto!!!
“Fabrica de aviões tira sonho do papel”
Afinal é sobre investimento em aviação, que não fala de Embraer e suas megalomanias:
(http://www.defesanet.com.br/aviacao/noticia/6622/Governo-lanca-polo-onde-sera-montado-o-AX-2-Tupa—Fabrica-de-avioes-tira-sonho-do-papel)
Se vai vingar, não sei, mas pelo menos já é algo em outra direção.
Todo os fanboys americ____ felizes e soltando rojões e comemorando, podem preparar a colerinha dourada para o FX-2 e para mais cedo ou mais tarde a Embraer virar subsidiária integral da Boeing.
Basta a o POVO brasileiro votar e ___________________________
Continua a dança com o diabo…
COMENTÁRIO EDITADO POR USAR O ESPAÇO PARA FAZER PROPAGANDA / CONTRAPROPAGANDA POLÍTICA
Já vale propaganda política-eleitoral?
Gilberto Rezende disse:
5 de julho de 2012 às 0:08
“mais cedo ou mais tarde a Embraer virar subsidiária integral da Boeing”
A Embraer é uma empresa privada. Quem quiser comprá-la e transformá-la, sei lá, em uma fábrica de sapatos, basta ir na bolsa de valores e comprar 51% de suas ações.
Isso que vocês esquerdistas não conseguem compreender: que o MERCADO é quem comanda.
Quanto à “colerinha”: não quer coleira? Construa seu próprio avião. Porque coleira por coleira sou muito mais a do Tio Sam que a francesa, ou russa.
Se for uma estratégia de venda do FX-2 ela é interessante, mas nada significa que vá dar certo. A Embraer já fez apostas deste tipo antes e não deu certo. Mas existe um ingrediente político a mais neste processo, a informação de que empresa está mais ligada ao governo hoje do que antes (http://www.aereo.jor.br/2012/04/27/intervencao-branca-na-embraer/). Duas coisas podem ser muito interessante nesta aliança, o KC-390 e o combustível ecológico para aviação. A Boeing demonstra ter forte interesse em ambas. Quanto ao comentário da venda, acho difícil a Boeing comprar a Embraer por causa do golden share (art.17 da LSA), que afirma:… Read more »
Caríssimos, Ignoremos essa “venda” da Embraer. Poucas coisas no universo são impossíveis, a maioria é apenas improvável, porém a venda do controle da companhia para a Boeing é algo realmente impossível. Dado isso… Não fazendo pouco do FX2 e do montante envolvido nessa licitação MAS… Ainda está longe de ser um negócio decisivo para a sobrevivência da companhia, até porque se ela dependesse disso já tinha falido lá pelo ano 2002. Vamos maneirar na abobrinha, ok? Quanto a tal “intervenção branca”, o governo tem aí 20% da companhia e o povo acha o que? Que isso será entregue a administração… Read more »
Ricardo,
Excelente comentário.
Sds.