A participação do grupo Safran no programa do Rafale na Índia

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Segundo nota do grupo, o Rafale está pronto para decolar na Índia

Enquanto espera pela assinatura definitiva do contrato de aquisição de 126 caças Rafale pela Força Aérea Indiana, a Safran divulgou na semana passada uma entrevista com Gérard Le Page, chefe do programa do Rafale para a Índia. Como o Rafale também é um dos concorrentes ao F-X2, o Poder Aéreo traduziu a entrevista usada como divulgação no site do grupo, para dar uma ideia básica aos leitores sobre o grupo responsável por fornecer grande quantidade de sistemas e equipamentos para o Rafale, e que engloba diversas companhias francesas que deverão se envolver em programas de compensações e de transferência de tecnologia na Índia. E, conforme uma das possibilidades de resultado do F-X2, no Brasil.

Quais são as empresas da Safran envolvidas nesse contrato?

Gérard Le Page – No alto da lista, obviamente, está a Snecma, que desenvolveu e produz o M88-2, o motor do Rafale, contabilizando 75% da contribuição do Grupo para o contrato, sozinha. Outras empresas do Grupo envolvidas são a Microturbo para a APU (auxiliary power unit), Messier-Bugatti-Dowty para o trem de pouso, rodas e freios,  Hispano-Suiza para as transmissões de força, Labinal para os fixadores dos cabeamentos e a Sagem, que contribui com sistemas de navegação inercial, a unidade de controle eletrônico Fadec do motor, e o míssil guiado modular ar-solo AASM, uma das principais armas da aeronave. Outras contribuições vêm da Technofan, Aircelle, Herakles e Turbomeca. O contrato representará aproximadamente 2,5 bilhões de euros para a Safran, dependendo das armas escolhidas, e também implica em grandes arranjos de compensações (offsets) em produção.

Você poderia descrever algumas das tecnologias de ponta que são contribuições dessas empresas?

Gérard Le Page – Bem, é uma lista bem longa, porque esse é um caça realmente no estado-da-arte, incluindo termodinâmicos, materiais e eletrônicos avançados, por exemplo. O motor apresenta pás da turbina “single-crystal”, partes em “powder metallurgy” e compósitos de matriz cerâmica para os flaps da tubeira, assim como invólucros de paredes finas para as transmissões de força, giroscópios a laser nos sistemas de navegação inercial e, obviamente, os sistemas de guiagem muito sofisticados para a arma “inteligente” AASM.

O Grupo Safran tem sido um parceiro preferencial para a Índia por muitos anos. Como o relacionamento deles vai mudar com esse anúncio?

Gérard Le Page – O contrato do Rafale irá, sem dúvida, ampliar nosso desenvolvimento nesse país, onde nós temos operado desde a década de 1960. Hoje, nós temos mais de 2.000 funcionários em oito subsidiárias e “joint ventures” (parcerias), incluindo um birô de projetos em Bangalore com aproximadamente 550 engenheiros. A Morpho está participando no maior programa do mundo em ID biométrica, o que vai atribuir um número de identificação para cada cidadão e residente na Índia. As equipes de manutenção da CFM International apoiam uma frota de 350 motores CFM56 utilizados por companhias aéreas no Sul da Ásia. Com o Rafale, esperamos que nossos negócios sejam acelerados consideravelmente. A indústria indiana de aviação está agora em construção. Ela necessita de treinamento, assistência técnica e transferências de tecnologias. Por isso nós vamos nos mobilizar para apoiar sua evolução na cadeia de conhecimentos. Consequentemene, esse contrato vai resultar num vigoroso volume de negócios para os centros de excelência industrial na França. Além disso, esse relevante contrato poderia ter um efeito multiplicador em outros países que são potenciais clientes do Rafale, com propostas já em andamento.

FONTE/FOTOS: Safran

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