Seis operadores do Gripen se reúnem no ‘Aerospace Forum’ na Suécia
A bela foto acima, tirada pelo fotógrafo de aviação Jamie Hunter e disponibilizada hoje no site da Saab, mostra aeronaves dos seis operadores atuais do Gripen em voo: das Forças Aéreas da Suécia, República Tcheca, Hungria, África do Sul e Tailândia, além da ETPS (Empire Test Pilots’ School), a escola de pilotos de teste do Reino Unido.
A imagem refere-se ao “Aerospace Forum” que nos últimos dias reuniu para debates e palestras em Linköping, na Suécia, os operadores do caça sueco fabricado pela Saab. O evento também contou com a presença de representantes da OTAN e operadores de outras aeronaves também relacionadas a sistemas suecos, como a Força Aérea Grega, que opera jatos Embraer 145 equipados com o radar Erieye para funções de AEW.
Apresentação do comandante da Força Aérea da República Tcheca
A Saab destacou duas das apresentações realizadas por comandantes de forças aéreas que operam o Gripen. Uma delas foi realizada pelo general brigadeiro Jiří Verner, comandante da Força Aérea da República Tcheca. Ele revelou como o pequeno país, após o colapso do Bloco Soviético, conseguiu reorganizar sua arma aérea com caças modernos e outras aeronaves. A chave da defesa aérea Tcheca é sua frota de 14 caças JAS 39 Gripen, apoiados por 24 avançados jatos leves de combate L-159 ALCA, produzidos localmente. Enquanto os caças Gripen são usados exclusivamente para defesa aérea, os jatos ALCA são empregados em ataque ao solo, controle aéreo avançado (FAC), treinamento e conversão.
Segundo o general, “é um grande erro de alguns de nossos políticos e tomadores de decisão chamarem o L-159 de um L-39 melhorado. Eu diria que ele é mais como um F-16 piorado.” Ele acrescentou que há muitos sistemas comuns entre o L-159 e o Gripen, o que torna a conversão “curta, barata e fácil.”
O comandante também destacou as operações aéreas realizadas pelos tchecos na missão de policiamento aéreo do Báltico, a partir da base lituana de Šiauliai, em 2009. Esse desdobramento de quatro caças Gripen da República Tcheca foi apoiado por uma equipe de 75 pessoas. O general comparou o tamanho dessa equipe com a que foi levada pela Força Aérea Alemã para apoiar seus caças Typhoon (que sucederam os Gripens tchecos no rodízio de forças aéreas da OTAN no Báltico), que chegou a 200 pessoas. “Apenas os turcos tiveram mais”, ele acrescentou.
O desdobramento de quatro meses dos quatro caças Gripen e equipe custou 1,6 milhões de euros (sendo que os caças que ficaram na República Tcheca prosseguiram sua tarefa de alerta de reação rápida local), e ocorreram oito missões de interceptação real com aeronaves que não se comunicavam com o controle aéreo. Foi mostrada, numa das telas, a imagem de um Il-38 ‘May’ ELINT da Força Aérea Russa, acompanhado de um Gripen. Falando da profusão de antenas da aeronave russa, o general a comparou com um “porco-espinho”. O próximo desdobramento tcheco no Báltico será iniciado no próximo mês de agosto.
Ainda segundo o general brigadeiro Verner, a Força Aérea da República Tcheca tem orgulho do prêmio “Silver Tiger” que ganhou com o Gripen em seu primeiro exercício “Tiger Meet” da OTAN, em 2009: “Eu considero que o troféu significa que somos aceitos totalmente como um membro da OTAN e adoraria que isso continuasse após 2015 (prazo para expirar o atual acordo de “leasing” do Gripen pela República Tcheca) e que nossos políticos façam uma excelente decisão para o futuro.”
Apresentação do comandante da Força Aérea da África do Sul
O comandante da Força Aérea da África do Sul (SAAF), tenente general Carlo Gagiano, destacou as missões, capacidades e restrições orçamentárias da SAAF. Entre os assuntos apresentados, estava a transição dos jatos avançados de treinamento Hawk para os caças JAS 39 C/D Gripen. Segundo o comandante, ambos os tipos estão baseados juntos, no Norte do país, e a cabine do Hawk foi “gripenizada” para que a transição entre as aeronaves fosse suave.
Tanto o Hawk quanto o Gripen, assim como treinadores PC-7 e helicópteros AW109 foram utilizados na missão de policiamento aéreo durante a Copa do Mundo de 2010, realizada no país. Como muitos dos jogos foram realizados à noite, o pod FLIR do Gripen foi extensamente utilizado, e as missões com a versão biposta JAS 39D permitiram dividir a carga de trabalho do radar e do FLIR entre os dois tripulantes.
Gagliano reforçou que “alcançamos muito, muito mais com essa equipe do que conseguiríamos com uma aeronave monoposta.” Os caças Gripen voaram 259 horas em apoio à Copa sem perder qualquer missão, segundo o comandante.
Em relação às restrições orçamentárias de defesa para um país em desenvolvimento como a África do Sul, a SAAF buscou até hoje otimizar seus recursos tanto quanto possível. Mas esses esforços podem ser anulados por uma alta dos combustíveis, por exemplo. O tenente general afirmou, a respeito de decisões iminentes quanto ao orçamento: “Estamos agora no limite (…) e a otimização não deverá mais conseguir realizar o truque.” Neste ano, os últimos quatro caças Gripen da encomenda sul-africana deverão ser entregues e em breve será iniciada a integração à aeronave do pod de reconhecimento da Thales.
FONTE / FOTOS: Saab
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