Combate dissimilar – Mirage III X F-5E

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“Em junho de 1979 eu tive oportunidade de fazer meu primeiro dissimilar com o Mirage. Eu, que já tinha tido a oportunidade de voar operacionalmente o Mirage, agora voava o F-5 e veria na prática como o embate é amplamente favorável ao caça americano. O F-103 foi feito para interceptações em altitude, foi concebido para pegar bombardeiros soviéticos nos idos da guerra fria e não para o combate aéreo.  Minha primeira missão dissimilar ocorreria em Anápolis contra um F-103D, pilotado por um caçador francês que estava em intercâmbio. O menino tinha nada menos que 1.000 horas de Mirage. Ele voaria na nacele dianteira assistido por um piloto do GDA, que no caso era o capitão Azzi. Quando entramos na área o Azzi me disse no rádio: ‘E aí Coronel, é hoje então que vai nos detonar? ‘ Eu não entendi e perguntei se era tão fácil assim. E ele respondeu:  ‘Pô Coronel, nunca voaste um dissimilar? Então vai deitar e rolar!’ E foi impressionante! Depois da abertura eu forcei a curva e chegamos a quase aos limites dos G’s. Quando terminou ele estava na mira! O francês estava desnorteado e o Azzis só ria na fonia pelo desespero do colega caçador. Fizemos três aberturas sem chance para ele. Quando pousamos o francês estava suado e assustado. Para ambos foram o seu primeiro dissimilar e aprendemos que o F-5 é imbatível nesta arena em condições normais . Se você não deixar o F-5 baixar de 300 nós (uma regra básica no combate) ele não perde energia na curva e sempre vai encaudar o Mirage!”

Tenente-Coronel Aviador Ivan von Trompowsky Douat Taulois, então comandante do 1º/14º GAv

Extraído do livro: ‘Ja te atendo tchê! A história do 1º/14º GAV, o Esquadrão Pampa’, de J. Casella e R. Cunha

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