Holanda vai comprar menos caças F-35 do que o planejado
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Informação foi dada pelo Ministro da Defesa do país em um programa de televisão, segundo a Reuters
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Notícia da Reuters deste domingo, 15 de abril, informa que a Holanda vai adquirir uma quantidade menor de caças F-35 da norte-americana Lockheed Martin em relação ao planejado, que era de 85 aeronaves. Os motivos, segundo declaração do ministro da Defesa da Holanda deste domingo, são os custos crescentes e as necessidades do país em substituir seus F-16.
Perguntado no programa de televisão Buitenhof se a Holanda ainda planejava comprar 85 dos caças, apesar dos altos custos, o ministro da Defesa Hans Hillen disse que “o próximo gabinete vai decidir. Certamente serão menos.” Um novo gabinete deverá assumir em 2015, a não ser que o atual governo caia antes.
Os planos holandeses eram de adquirir um total de 85 caças F-35 entre 2019 e 2027, conforme uma carta mandada pelo ministro ao Parlamento no ano passado. Para essa aquisição que visa substituir os F-16 em operação na Holanda, estavam reservados 4,5 bilhões de euros. O país ainda não formalizou o acordo para compra dos novos caças, mas está participando do programa de desenvolvimento e já encomendou dois F-35 para testes, um dos quais já foi construído (nota do editor: a foto no alto da matéria é do “roll out” da aeronave, realizado no dia 1º deste mês).
O ministro não quis revelar quantos F-35 a Holanda vai adquirir, porém afirmou que uma quantidade menor de caças F-16 precisa ser substituída: “Quando assinamos (para o F-35) levamos em conta o número de F-16 que tínhamos na ocasião como referência. Quando eu me tornei ministro, tínhamos perto de 90 caças F-16. Agora temos 68”.
Os F-16 holandeses
Segundo o Ministério da Defesa da Holanda, a decisão para a compra dos caças F-16 foi tomada em maio de 1975, envolvendo 84 aeronaves, com opção para mais 18. Esse total cresceu, e 213 caças F-16 foram comprados (177 monopostos e 36 bipostos), o primeiro deles entregue à Base Aérea de Leeuwarden em 6 de junho de 1979, e o último em 27 de fevereiro de 1992. Inicialmente, eles substituíram os caças F-104 holandeses, e em seguida os NF-5 “Freedom Fighter”.
A vida projetada dos caças era de 20 anos, mas em meados dos anos 1990 não havia um sucessor adequado para eles. Portanto, em 1998 o Ministério da Defesa tomou a decisão de modernizar os F-16, realizando um MLU ( Mid-Life Update – modernização de meia vida) para estender a vida útil por dez anos.
Em 2008, após diversas reorganizações, a Força Aérea Holandesa tinha seis esquadrões, dois na base de Leeuwarden (322 e 323) e quatro na base aérea de Volkel Air Base (esquadrões 306, 311, 312 e 313). Na última atualização do site da Força Aérea Holandesa, ainda constavam 87 caças, porém, como o ministro declarou na notícia divulgada pela Reuters, o número caiu para 68. Um dos destinatários dos caças desativados pelos Holandeses tem sido o Chile.
FONTES: Reuters e Ministério da Defesa da Holanda / Força Aérea Holandesa
Tradução, adaptação e edição: Poder Aéreo
FOTOS: Lockheed Martin e Força Aérea Holandesa
A Holanda e outros países integrantes do consórcio do Lightining II acenam com reduções de suas encomendas. Tudo devido a crise econômica que chegou e irá durar. Apesar de correr o risco de parecer ingênuo, a oportunidade é boa para o governo brasileiro negociar – (será que algum dia soubemos fazer isso? SIm, eu sei que a diplomacia brasileira muitas vezes acerta, mas…) – a aquisição do que irá “sobrar”. Se bem negociado, o contrato poderia estabelecer condições vantajosas, que só um comprador em tempos de crise consegue de um vendedor. Antes de ser um instrumento de defesa, a compra… Read more »
Com as novas aeronaves multirole, e diante da desnecessidade de manutenção de grandes frotas por conta do fim da ameaça soviética, é natural que um país pequeno e sem inimigos naturais como a Holanda diminua suas encomendas e seus esquadrões.
Alguns bem treinados esquadrões de F-35 é mais que suficiente para os batavos.
Esta decisão já era prevista:
(http://www.aviationweek.com/aw/blogs/defense/index.jsp?plckController=Blog&plckBlogPage=BlogViewPost&newspaperUserId=27ec4a53-dcc8-42d0-bd3a-01329aef79a7&plckPostId=Blog%3a27ec4a53-dcc8-42d0-bd3a-01329aef79a7Post%3a925d3d08-5316-4bbc-85a7-580a899c2c48&plckScript=blogScript&plckElementId=blogDest)
Link interessante, Maurício, ainda mais pelo foco na questão das horas de voo dos pilotos. Alguns enxugamentos, com o tempo, podem esbarrar na questão da operacionalidade: tudo bem que um avião mais moderno pode substituir uma maior quantidade de outros mais velhos, mas às vezes pode-se chegar num valor mínimo que afete a capacidade de uma Força Aérea cumprir suas tarefas básicas. Isso porque a força também fica com poucos pilotos, menor capacidade de desdobramento para operações no exterior ao mesmo tempo que tenha que vigiar seu próprio espaço aéreo, cumprir os períodos de manutenção das aeronaves etc. O que… Read more »
Exatamente, c/ as mesmas aeronaves, J-196 e J-367.
Ao contrário do que foi feito pelo governo britânico na SDSR 2010, aonde capacidades completas se perderam, o MD holandes parece procurar balancear a econômia obtida pela redução do efetivo c/ a necessidade de manter capacidade críveis e em não incorrer em cortes que levem a uma força vazia, oca.
Ocorre que se a situação econômica da zona do Euro, não melhorar, novos cortes deverão ser feitos e o limite entre manter ffaa capazes mas enxutas e a capacidades em custeá-las, será cruzado.
De 213 F-16 para 68. A redução deste número de caças não deve ser comutado a crise, mas sim ao fim da Guerra Fria. Sem a ameaça da URSS não há mais a necessidade da pequena Holanda ter um grande número de caças. É claro que a crise com o aumento de custos constantes impacta, mas a redução do número de compra de F-35 deve ter um impacto pequeno na capacidade operacional (tendo em vista que o JSF é um caça mais avançado), o impacto maior pode ser financeiro. Com menor número de caças construídos o valor unitário deve subir.… Read more »
Ricardo, “a redução do número de compra de F-35 deve ter um impacto pequeno na capacidade operacional (tendo em vista que o JSF é um caça mais avançado), o impacto maior pode ser financeiro.” Até certo ponto sim, um caça mais capaz pode substituir uma quantidade maior de caças menos capazes. Esse tipo de “enxugamento” e racionalização, diminuição do número de esquadrões, porém com maior capacidade (até quantitativa) por esquadrão, é algo que pra mim faz todo sentido – e até mesmo para o Brasil, mas esse já é um outro caso, bem diferente do da Holanda. A questão é… Read more »
213 caças F-16! Será que eles cabiam na Holanda? 😉
Há de se pensar que além das capacidades aumentadas, o F-35 também possui inovações na sua manutenção e treinamento, como sistemas commercial-off-the-shelf, testes automatizados dos sistemas, novos materiais, atuadores elétricos mais robustos que os hidráulicos, sistemas de treinamento em solo avançados, etc e etc
Tudo isso reduz o tempo entre missões, número de paradas para manutenção, número de horas/homem de manutenção, períodos de manutenção, horas em voo para treinamento (ele nem possui versão biplace!) e custos, o que realmente o torna um multiplicador de forças.
E$4,5 bi por 85 F-35?
A conta não fecha.
Penso que o que o MinDef quer dizer eh que o numero de F-35 serah reduzido se a atual coalizao (e ele) se manter no cargo. O relatorio da “Court of Audit” esclarece varios pontos sobre os valores estimados (apenas provisao), o estado do F-16, e a possibilidade da Holanda sair completamente do programa pois, alem dos dois prototipos, nao existe compromisso firme. O auditor nao sugere a saida pois diz nao poder avaliar os custos da saida por nao ter recebido informacoes relevantes do Mindef e do DoD dos EUA, mas escreve: We concluded that the minister has not… Read more »
MD holandes diz que comprará menos F-35 que o esperado, mas não fixa nº:
(http://www.aviationweek.com/aw/blogs/defense/index.jsp?plckController=Blog&plckBlogPage=BlogViewPost&newspaperUserId=27ec4a53-dcc8-42d0-bd3a-01329aef79a7&plckPostId=Blog%3a27ec4a53-dcc8-42d0-bd3a-01329aef79a7Post%3a10ce8212-65d8-45a9-88b9-cf92fb15beb8&plckScript=blogScript&plckElementId=blogDest)
OFF TOPIC…
…mas nem tanto:
Hilary está em Brasilia, hoje.