Novos assentos ejetáveis para os velhos T-38 da USAF
Segundo informe da USAF (Força Aérea dos EUA) de 9 de julho, os jatos supersônicos de treinamento T-38 ‘Talon’ estão recebendo novos assentos ejetáveis. Representantes da Martin-Baker Aircraft Co. Inc. estão nos estágios iniciais de instalação de novos assentos nos T-38C da Base Aérea de Randolph, após completarem o mesmo projeto na Base Aérea de Laughlin. No total, cinco instalações do Comando de Educação e Treinamento Aéreo (Air Education and Training Command) deverão receber o upgrade nos ‘Talon’.
O objetivo principal da substituição é oferecer mais segurança para as situações onde a maioria das ejeções ocorre – o assento antigo tem menos capacidade justamente no regime de baixa altitude e baixa velocidade. Assim, os T-38 estão sendo equipados com um assento ejetável do tipo zero-zero, permitindo ejeções a zero altitude e zero velocidade (ou seja, até diretamente do chão com a aeronave parada, se necessário).
Nesse sistema, o intervalo entre a ejeção do assento e a abertura do paraquedas, que era de alguns segundos, torna-se praticamente instantâneo, com explosivos liberando o paraquedas. Este também não precisa mais ser carregado para a aeronave, pois passa a fazer parte do assento, acondicionado num conteiner especial – a única necessidade para o piloto é o uso de um cinto de cinco pontos que deve ser preso ao assento.
Outra vantagem do novo sistema, para uma aeronave biposta como o T-38, é o sequenciamento entre as ejeções dos assentos, diminuindo a possibilidade de colisão dos tripulantes após a ejeção – o posto traseiro sempre sai primeiro, não importando qual tripulante fez o acionamento. Além disso, o assento traseiro é lançado apontando para a parte traseira e direita da aeronave, enquanto que o dianteiro aponta para a parte frontal e esquerda do avião.
Por fim, outra vantagem do novo assento, segundo o informe da USAF, é a sua capacidade de acomodar melhor os pilotos de baixa estatura, especialmente mulheres. Enquanto o modelo antigo acomodava bem 58 % dos pilotos do sexo feminino, o novo aumenta essa proporção para 87%.
Sobre o T-38:
Recentemente, o modelo completou 50 anos de serviço na USAF (veja link abaixo). O primeiro voo foi em 1959 e, desde então, mais de 1.100 exemplares foram entregues à USAF entre os anos de 1961 e 1972. Ou seja, o último modelo de produção está prestes a fazer 40 anos.
Devido à sua longevidade, além de outras prioridades que não a sua substituição imediata, um programa denominado Pacer Classic foi lançado para integrar diversas modificações essenciais, incluindo grandes substituições estruturais, num só processo. Em 2001 começaram a ser entregues modelos T-38C com aviônica atualizada e as aeronaves também deverão sofrer uma modernização em suas turbinas, substituindo componentes importantes para aumentar a confiabilidade e a facilidade de manutenção.
Com as diversas modificações, espera-se que a frota de T-38 possa operar até 2020, e fabricantes de jatos de treinamento já apostam suas fichas para substituir esse clássico (veja links mais abaixo). Atualmente, o ‘Talon’ prepara pilotos para voar aviões de combate como o F-15E Strike Eagle, F-15C Eagle, F-16 Fighting Falcon, B-1B Lancer, A-10 Thunderbolt e F-22 Raptor.
FONTE / FOTOS: USAF (Força Aérea dos EUA)
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“…as aeronaves também deverão sofrer uma modernização em suas turbinas, substituindo componentes importantes para aumentar a confiabilidade e a facilidade de manutenção….”
Isso deveria ser feito nos F5M ….
Amigos,
Um bom projeto, como esse, pode ter seus frutos consumidos por décadas.
Sou “fã de carteirinha” dos T-38 Talon e seus irmãos consaguíneos, F-5 Freedom Fighter e Tiger.
Mas, como todo fruto maduro, um dia chega a hora de mudar.
São 5 (cinco) décadas. Só aguenta mais 1 (uma).
Abç,
Ivan, o Antigo.
Gostei do padrão de camuflagem deles….
Também gostei, João. O uso de cores escuras, especialmente o negro contrastado ao branco tem sido adotado cada vez mais em esquadrões de treinamento, pois em diversas situações (dizem) é mais visível do que o branco / alumínio com laranja, bastante difundido também. A pintura negra, se não me engano, também ajuda a evitar colisões com pássaros, que podem avistar a aeronave a distâncias maiores e se afastar (por isso mesmo alguns A-1 da FAB, ainda com o padrão de camuflagem antigo, apresentavam parte do bico pintado em preto – e não só o pequeno radome – assim como a… Read more »
Os Talon em serviço até 2020,fazem parte de uma filosofia que não é apenas americana. Israel até poucos anos atrás utilizada o Piper Cub e o Folga Magister, recentemente substituidos pelos Grob G-120 e Beechcraft T-6 Texan II é um exemplo de como manter por cerca de 50 anos os mesmos avioes em serviço. A Suecia com os Saab 105, a Russia com o Aero L-39 são exemplos de forças que alem de operarem aviões com (43 e 39 anos respectivamente de serviço), possuem progessões operacionais curtissimas em quantidade de modelos a serem voados na fase de treinamento. Este grupo… Read more »
Ai o exemplo o país mais rico do mundo treina num avião com mais de 50 anos, por que alguns acham ruim a FAB treinar com o F-5F?
“SABRE em 13/07/2010 às 17:21” Bom questionamento e interessante comparação, Sabre – mas deve-se refletir sobre o que é aeronave de primeira linha em uma e na outra força. No caso, aqui no Brasil, hoje (no futuro isso deverá mudar) está ocorrendo uma coincidência entre o treinador a jato (para transição operacional para jatos) e a própria aeronave de primeira linha. Há coisas boas e ruins nisso. Eu acho bastante válido treinar com F-5FM para quem sai dos A-29, levando-se também em conta as circunstâncias, decisões do passado e caminhos para o futuro na FAB. Mas desde que existam mais… Read more »
Algumas coisas que achei interessantes no texto original do informe da USAF, e que adaptei para essa matéria, foram várias explicações sobre detalhes do novo assento ejetável, as particularidades de sua aplicação num modelo biposto etc. Apesar disso não ser um assunto “quente” para discussão, seria interessante ver comentários a respeito (se houver interesse, é claro).
Elizabeth, antes de mais nada gostaria de dizer que lhe acho uma gata,inteligente e apaixonada por assuntos militares,ou seja a namorada dos meus sonhos 🙂 ! Voltando ao topico concordo contigo muito avião de treinamento para pouco de primeira linha, creio que o A1M e o F5 FM, dão conta de fazer a transição para o FX tranquilamente pelos próximos 10, 15 anos!
Nunão,
Duas notas que são fundamento em seu comentário:
1-O uso do F-5F como treinador avançado é coerente.Foi o que a Suiça fez quando tirou de serviço o seus Hawk, os pilotos vão direto do primário/básico (ambos no PC-7) para o avançado no F-5F.Não sei se ainda é assim.
2-O novo assento do Talon, dá uma olhada:
http://www.martin-baker.com/products/Ejection-Seats/RetroFit—Upgrades/T-38.aspx
“Roberto F Santana em 13/07/2010 às 17:44” De fato, Roberto. Embora deva-se fazer a ressalva de que o T-38 é um pouco menos “arisco” que o F-5F. Mas treinadores antigos tem características “ariscas” que, de todo modo, os mais novos buscam evitar. Mesmo o “dócil” Xavante tinha / tem algumas limitações em alguns regimes que os pilotos tem que ficar atentos. O ponto que acho importante, na sua comparação com a Suíça, é que lá eles têm o F-18 como atual espinha dorsal da sua Força Aérea. O F-5F como elemento que faz a passagem para a primeira linha é… Read more »
Nunão, concordo sobre a pouca disponibilidade de F5FM, mas a menos que num desses acordos que o Brasil está assinando ou por alguma negociação de cunho politico (assim como foi a compra dos AH-2 Sabre),não há espaço para um avião de trainamento a jato na FAB pelos motivos que a minha querida Beth colocou, sobreposição de material: 1 – Pegaria muito mal para a EMBRAER se a FAB comprasse um avião de trinamento a jato, poque iria contra tudo o que ela propagandeia ,sobre o ST, que o mesmo pode fazer a transição avançada, tipo se nem o Brasil acha… Read more »
“SABRE em 13/07/2010 às 17:53” Sabre, creio que minha resposta ao Roberto serve também ao que você está escrevendo. E, de fato, treinador avançado não é prioridade, hoje, para a FAB. Mas terá que ser logo após a resolução final (quando…) do F-X2, com contrato assinado, início da produção etc. Assim, há que se pensar a respeito hoje. Os fabricantes de treinadores já acordaram para isso e, como não costumam gastar dinheiro com propaganda e matérias em revistas especializadas à toa (e levando-se em consideração o longo tempo entre início de um processo e sua resolução – anos), creio que… Read more »
Completando,
Todo modelo de Martin-Baker, o paraquedas já fica no assento.
Modelos em que o piloto leva o paraquedas são os bem antigos, que é claro estão fora de uso.
A execeção é o americano ACES II mas o paraquedas é tão fino que mal dá para percebe-lo nas do piloto.
“…nas costas do piloto”
Interessante notar também que o clássico syllabus:
Treinamento:
-Primário
-Básico
-Avançado
Não é mais universal, exemplos,
Suiça, e a França também, que tirou de serviço o Tucano.Agora o cadete passa do primário (Epsilon) para o avançado Alphajet.
Roberto F Santana, verdade alguns países adotam e eu acho muito interessante, principalmente se o primário não for muito tosco, já possuir alguma tecnologia que se encontra no avançado, quanto mais digital melhor, acho que essa é uma tendência, básico,simulador, avançado subsônico e finalmente primeira linha supersonica!E meta simulador na garotada, muitos são extremamente realista inclusive na simulação de força G , e nos coices do Bicho 🙂
Os Suecos, caso ganhem o FX2, migrariam diretamente dos super tucanos para os seus Gripen. Os Saab 105 seriam substituindos pelos ST. O super tucano veio para justamente fazer essa função, treinamento avançado com um turbo hélice. Vi postis aqui dizendo que a FAB procura um avião de treinamente a jato. Se isso eh verdade, imagino que a esperiência não demonstrou o ST como um bom treinador avançado. O mais interessante. Originalmente, o programa gripen não previa uma versão biplace do caça. A conversão seria ajudada pelos simuladores e pelo sofisticado sistema de controle de voo. O biplace veio bem… Read more »
Dizem que os xavantes estão dando baixa ano que vem, que será que vai fazer a transição? Os F5 de Natal , ou os “novos”empalas que a FAB comprou da África do Sul? Parece bem lógico aposentar os xavante e canibalizar as peças para manter os empalas que estão com menos horas de vôo e são até mais “modernos”que os xavantes!
“SABRE em 13/07/2010 às 19:10” Sabre, os Impalas já foram aposentados, pelo que já ouvi a respeito. E, segundo a FAB, o AT-26 Xavante será aposentado ainda neste ano. Além disso, há algum tempo o Xavante não faz mais a “transição para jatos” o que, a bem da verdade, não era exatamente o que acontecia. O que aconteceu de fato é que o esquadrão Pacau deixou de ser responsável pelo curso de liderança de caça (não havia transição para jato nele antigamente, dado que anteriormente o esquadrão Joker (CATRE), em Natal, também era equipado com AT-26 antes de receber o… Read more »
A ideia da FAB eh era fazer o trainamento avançado com os super tucanos. Não sei se eles mantêm isso.
“zmun em 13 de julho de 2010 às 19:18 ” Era não. É. Embora, a bem da verdade, a coisa seja um pouco mais complexa. Não confundir treinamento avançado com conversão para jatos / primeira linha. O treinamento primário é em T-25, na AFA. O básico e avançado é em T-27, também na AFA. Daí se separam os aspirantes que vão para a aviação de caça, de asas rotativas e de transporte / patrulha. O treinamento operacional em caça e, depois, liderança de caça, é em A-29. A conversão para jatos e para a primeira linha vem depois disso. Como… Read more »
Nunão,entendi muito obrigado pela explicação técnica, mas quando eu digo transição falo em transferir o piloto para um esquadrão de caça de segunda linha, menos avançada antes de chegar na primeira linha, mas creio que não é assim que acontece na FAB, um piloto pode sair direto do ST e ir para uma unidade de F5-M sem necessariamente ter voado num AT-Xavante?Além disso acho que essa transição demorada que você falou tem haver com o número de aviões de primeira linha que temos, muito poucos e todo ano se forma piloto, se a transição fosse muito rápida teriamos, uns 50… Read more »
Sim Sabre, a transição é hoje diretamente do A-29 para os jatos de primeira linha (F-5 e, se não me engano, também para o A-1 – preciso confirmar no caso deste último). Pode-se dizer que a transição “demorada” do A-29, que é a segunda linha da da caça FAB hoje (antes, era AT-27 e AT-26, na aviação de caça e de ataque) tem a ver com as necessidades operacionais da força (embora não só isso). Precisava-se de aeronaves como o A-29 nas fronteiras, e de pilotos para os mesmos. Juntou-se as duas coisas (o operacional em si e a elevação… Read more »
Agora Pacau como unidade de caça so aqui, tanto o chavante como o ST, são quase que exclusivamente de ataque, olha AT- Xavante, A29, nós somos engraçados, esses aviões podem até caçar mais aviões desarmados, pois possuem sérias restrições para utilizarem misseis modernos, além de possuirem radares fraquinhos, aliais o piloto do chavante ainda deve levar uns 10 mapas no camopi shahsha!Mas gosto do xavante apesar de achar um bicho estranho, baixinho, entradas de ar pequenas sei lá, aquelas pontas das asas, parece duas bolas de futebol americano, o T-38 tem entradas pequenas, deve ser por causa dos motores menos… Read more »
Ops! Xavante
Nunão, eu li um dia desses uma analise que me fez pensar numa coisa que me preocupa bastante,que é a seguinte se a FAB, tivesse gostado do sistema de manuntenção Françes,e dos valores cobrados, não teria comprado um segundo lote de F5, teria comprado mais Mirages III, na verdade a FAB ,comprou não gostou mas teve que manter a duras penas, e agora se vier a jaca? A galera da manutenção deve está de cabelo em pé!
Quando digo que comprou e não gostou falo do Mirage!
Vcs perceberam um detalhe? os T 38 das fotos tem uma faixa cheio de estrelas na deriva (cauda) parecido com o que o esquadrão pampa usa!
Caros Amigos.:
Vendo estas fotos do Avião Treinador Americano me veio uma possivél idéia:
Todos reclamam sobre os orçamentos da FAB e agora será que não seria uma boa idéia ter 60 aviões de superioridade aérea como os caças “Dassault Rafale F-3” que podem ser equipados com mísseis ar-ar meteor com alcance de 100 Km (sendo 50 monoposto e 10 biposto para equipar 5 esquadrões) e ter uns 60 aviões treinadores ou caça leve como os “KAI T-50 Golden Eagle” ( sendo 30 monoposto e 30 biposto para equipar 5 esquadrões)?
Abraços…
Edmar disse:
14 de julho de 2010 às 12:53
Concordo contigo, mas somente se fosse F-18 S/H e/ou Gripen.
As turbinas do Kai-50 são : “GE F404”, portanto acho que haveria alguma escala com aviões que usassem a mesma turbina ou uma mais recente mas da mesma família, o que acham ?????
Aliás os italianos estão torcendo pelo Gripen …
Seria melhor o que já temos para treinamento mais uns 70 gripen, chega de avião de treinamento, vc leu direito a mensagem subescrita a Elisabeth explicou bem! Os EUA está aposentando F15, F16, para colocar F22, F35 , que são aviões de 1 linha, mas está com um treinador de 50 anos ! Ou seja o mais importante é primeira linha quando tivermos uma 1 linha que preste ai sim pensar em treinador avançado! Tipo mesmo que o treinador não seja uma maravilha nada que alguns meses no avião de 1 linha e no simuladores ,não resvolva em relação a… Read more »
Acho que o brigadeiro Sato já disse que nos proximos 10 , 15 anos nossos treinadores serão o F5MF
Caros Amigos Curvo e Sabre: Já ouvi dizer que os “KAI T-50 Golden Eagle” podem até dispara mísseis “ar-ar Derdy” israelenses (Alcance de 50 Km). Ou podemos dizer que os caças leves ou treinadores sul-coreanos seriam um bom substituto para os “F-5” e os “AMX A-1”. Já para substituir os “Mirage 2000” então deveria ser os caças do FX2 (F/A-18 S H, Rafale F-3 ou Gripen NG). Então por tanto: Caças do FX2 que podem ser equipados com mísseis ar-ar meteor com alcance de 100 Km ou semelhante (sendo 50 monoposto e 10 biposto para equipar 5 esquadrões) e ter… Read more »
Caros Amigos Curvo e Sabre: Já ouvi dizer que os “KAI T-50 Golden Eagle” podem até dispara mísseis “ar-ar Derdy” israelenses (Alcance de 50 Km). Ou podemos dizer que os caças leves ou treinadores sul-coreanos seriam um bom substituto para os “F-5″ e os “AMX A-1″. Já para substituir os “Mirage 2000″ então deveria ser os caças do FX2 (F/A-18 S H, Rafale F-3 ou Gripen NG). Então por tanto: Caças do FX2 que podem ser equipados com mísseis ar-ar meteor com alcance de 100 Km ou semelhante (sendo 50 monoposto e 10 biposto para equipar 5 esquadrões) e ter… Read more »
Bom Edmar, é bem viavel sua ideia, mas se é para simular o que seria melhor, eu prefiro todas as bases que hoje tem F5M e AMX com Gripen , e o primeiro grupo de defesa aerea com uma ala de 12 aviões de quinta geração, só para meter medo na galera, se possivel criar um segundo grupo de defesa aerea em Manaus melhor!Pela lógica , logo logo o chile vai de F35, e Peru e venezuela de PAK-FA, quando digo logo é até conseguir-mos substituir toda frota antiga nossa por aviões de 4 geração eles estaram comprando o de… Read more »