‘Dogfights’ políticos: caças do governo e caças da oposição
Em concorrências internacionais para aquisição de aviões de caça, programas que normalmente chamam a atenção do público principalmente pelos grandes recursos financeiros envolvidos, os “dogfights” na arena política são mais do que comuns.
Tem sido assim na Suíça, onde a escolha do Governo e das Forças Armadas daquele país, reforçada por uma coletiva de imprensa e por notas oficiais, vem sendo alvo de um debate político onde a oposição chega a incluir grupos que são contra qualquer aquisição de aviões de caça (clique nos links para acessar matérias já publicadas a respeito).
Nesses debates, obviamente, as qualidades do caça escolhido pelo governo são esquecidas pela oposição, que busca reunir o máximo de defeitos (e se possível com algum exagero) para atacar uma decisão governamental.
Na Índia, parece que não está sendo diferente.
Reportagem desta terça-feira do Asian Age (clique para acessar) traz detalhes sobre carta de M.V. Mysoora Reddy, parlamentar que é membro do partido de oposição indiano Telugu Desam Rajya Sabha, ao ministro da Defesa da Índia A.K. Antony, a resposta deste e a réplica de Reddy, que dá a entender que sua oposição à escolha do Rafale pela Força Aérea Indiana continuará contundente.
Em 27 de fevereiro, Reddy enviou uma reclamação ao ministro dizendo: “Autoridades do Ministério da Defesa violaram o processo de avaliação e chegaram (por manipulação) a uma decisão incorreta como L-1 (oferta de menor valor) a respeito do avião Rafale produzido pela França. Sou levado também a entender que o Rafale não vendeu ainda para nenhum outro país. Por que a Índia deveria comprar uma aeronave de combate que nenhum outro país já comprou? Na Líbia, na guerra contra Gaddafi, o Rafale falhou em missão de bombardeio de precisão e finalmente o Typhoon foi introduzido. Os Emirados Árabes Unidos também rejeitaram o Rafale.”
Ele exigiu que o inquérito seja completado em 30 dias, que aqueles que manipularam o processo de avaliação sejam punidos e que o avião que foi “realmente” o L-1 seja comprado. Em sua resposta, o ministro Antony disse: “O Ministério foi solicitado a examinar todos os pontos levantados pelo senhor Mysoora Reddy.”
Reagindo à decisão do ministro da Defesa, o parlamentar respondeu: “Como poderia eu ficar quieto, como um parlamentar de oposição cumpridor de meus deveres, quando chegou ao meu conhecimento que houve uma manipulação no processo de avaliação das ofertas para um contrato de defesa estimado em 12 bilhões de dólares, e que é capaz de chegar a 18 bilhões? Agradecendo ao ministro Antony por ter ordenado o inquérito, Reddy disse: “Penso que é minha responsabilidade patriótica requerer ao ministro da Defesa por um inquérito a respeito disso, já que acredito que o ministro Antony tem uma impecável integridade. Eu apelo a ele que permita uma investigação minuciosa, de uma forma transparente, de maneira que o país não sofra perdas alocando um contrato para uma empresa ineficiente.”
E como será no Brasil?
Como se vê, nessas duas recentes competições internacionais que envolvem aeronaves que também participam do programa F-X2 da Força Aérea Brasileira, as disputas entre governo e oposição a respeito de escolhas ainda prometem novos lances. Quem acompanha o atual programa de aquisição de novos caças do Brasil, que vem se estendendo há pelo menos três mandatos presidenciais (incluindo o finado F-X, são pelo menos quatro se somarmos um mandato da atual oposição), sabe que o debate político por aqui tem colecionado polêmicas, antes mesmo de qualquer decisão ser anunciada em definitivo. Como ficará esse debate se um dia for realmente anunciado um vencedor para o F-X2, seja ele o concorrente norte-americano da Boeing, o francês da Dassault ou o sueco da Saab?
FOTOS: Força Aérea Francesa, Forças Armadas da Suécia e Marinha dos EUA
Obs: as fontes originais de informações desta matéria, e de matérias anteriores que foram citadas, podem ser acessadas a partir de links destacados no próprio texto.
Para o Brasil eu usaria a frase no Tropa de Elite…
NUNCA SERÃO!!!
Se a escolha da FAB foi coerente com seu uso e as condições ecnonômicas do país, o governo viabiliza o pedido da FAB e fim de papo.
Simples assim ….
O Financial Times disse que o Brasil teve mais um voo de galinha. A economia cresceu depois da recessao (7.5% em 2010) e, em 2011, fechamos com crescimento pifio de 2.7%, acima dos endividados em geral, mas abaixo de quase todos os paises emergentes. Nao existe poupanca interna: o governo arrecada um absurdo, mas absorve quase tudo com despesas de custeio e retorna p/ sociedade, em investimentos quase nada. Eh como se o pais fosse um Dept. de Estradas, que arrecada 100 mas investe 1 no recapeamento das estradas, os outros 99 ficam com o custeio. A pergunta eh: entao… Read more »
Dr. Cockcroach
Fico com a alternativa “C” , não vão escolher nada e empurrar com a barriga, aí dá a louca e compram qq. porcaria no mercado de pulgas..
Infelizmente lembro da marina silva em visita a EMBRAER e quando perguntada pelos repórteres sobre o FX ela desconversou e disse que o assunto carecia de mais discussões…ou seja, não sabia nem sobre o que estava falando mas já tinha opinião formada de que comprar armas é coisa de pessoas satânicas…essa é a posição da oposição, que critica os investimentos em defesa mas que vocifera contra o governo porque o estádio do curintiã não está pronto…é bem nessas, também fico com a alternativa “C”…ou “F” de F…!”
Olá,
A tá, que por aqui o pessoal terá peito, parecido que eles tem lá fora, cada um pega a sua parte e fica quieto….
No fim é o jogo politico que decide, só por aqui que pareçe que não….Por aqui ninguem decide nada…
Abraços,
L1 na Índia, pero no mucho???
Assim cedo???
Somente Le Jaca p/ se superar, de uma maneira assim tão negativa.
Vão cancelar o FX2 e depois comprar o Rafail a la EC 725…
Le Jáca ganhou e não irá levar……
Da$$ault faz um descarrego….
OFF TOPIC…
…mas nem tanto…
Le Jaca continua insuperável, qnto a sua capacidade de se meter em confusões.
“Boom! Indian Defence Minister orders probe into Rafale selection in #MMRCA”
(http://t.co/sgsuoudy)
Não é off topic não, Maurício. Na verdade, nada mais é que a mesma notícia dada pelo Asianage, que utilizamos.
Além do Deccan Chronicle, está no Deccan Herald.
Invincible disse:
13 de março de 2012 às 11:40
naum entendi!
caro Mauricio R. na India o Rafale levou, essas noticias são choro da oposição, como está se discutindo aqui. Quando o Rafale ganhar aqui no Brasil, a oposição (e vc) vai se descabelar também!
Ihhhhh, parece que entrou água na jaca indiana… 🙂
DrCockroach disse: 13 de março de 2012 às 12:28 Caro Dr., aproveitando sua deixa, li hoje um artigo muito interessante que tem relação com o que mencionou: VISÃO GLOBAL: Valorize o saber, segure seu petróleo Estudo da OCDE mostra que países com menos recursos naturais investem mais no ensino e valorizam capacidades e conhecimentos do povo THOMAS FRIEDMAN http://blogs.estadao.com.br/radar-global/visao-global-valorize-o-saber-segure-seu-petroleo/ “…Frequentemente alguém me pergunta: “Que país você admira, além do seu?” Minha resposta é sempre a mesma: Taiwan. “Taiwan? Por que Taiwan?”, as pessoas perguntam. É muito simples: porque Taiwan é uma rocha nua em um mar repleto de tufões sem… Read more »
Dr. Barata e Antônio M,
Links interessantes.
Outro trecho do texto de Friedman:
“Os economistas conhecem há muito tempo essa “doença holandesa”, que aparece quando um país se torna tão dependente da exportação de recursos naturais que sua moeda se valoriza enormemente e, como resultado, sua indústria nacional fica esmagada sob montanhas de produtos de importação baratos, enquanto suas exportações encarecem demais.”
Parece familiar?
Este é o cenário que vejo a minha volta todo o dia.
Sds,
Ivan.
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