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Esquadrão 2/12″Picardie”, do Armée de l´air, foi dissolvido no início do mês. No futuro, poderá haver novas desativações, devido à entrada em operação de mais caças Rafale

Na manhã do último dia 7, na Base Aérea do Armée de l’air (Força Aérea Francesa) de Cambrai, foi realizada a cerimônia oficial de dissolução do esquadrão de caça 2/12 “Picardie”.  O esquadrão, especializado na missão de defesa aérea, estava equipado com aeronaves Mirage 2000 C. Parte de seus pilotos e pessoal de terra será transferida para o esquadrão 1/12 “Cambresis”, com o qual o 2/12 compartilhava a base.

O Comandante das Forças Aéreas Francesas, General de Corpo Aéreo  Jean-Pierre Martin, presidiu a cerimônia, reiterando o rigor, motivação  e profissionalismo do esquadrão. Enquanto isso, sob um céu cinzento, quatro caças Mirage 2000 de Cambrai e quatro F-16 da Força Aérea Belga (que também operam na base), marcaram presença no ar. Houve outras apresentações aéreas com um Morane Saulnier 317, um T6, uma apresentação tática do esquadrão 2/5  “Ile de France” (também equipado com Mirage 2000 C) e desfiles em terra do pessoal do esquadrão.

O 2/12 foi criado em 1954, constituído das esquadrilhas SPA 173 e SPA 172 e equipado com o Dassault Ouragan. No ano seguinte, recebeu os Dassault  Mystère IV e foi dissolvido dois anos depois, como consequência da Guerra da Argélia. Mas foi reativado em 1980, recebendo caças Mirage F1C para a missão Defesa Aérea, capacidade que foi aprimorada em 1992, com a chegada dos Mirage 2000 C.

O impacto do Rafale: dos 15 esquadrões de caça e reconhecimento atuais, há planos para redução a um total de 8, porém com maior capacidade.

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Abaixo, os esquadrões de caça e reconhecimento da Força Aérea Francesa, e as bases onde operam. O “Picardie” e o “Gascogne”, respectivamente dissolvidos e ativados nos últimos tempos, estão destacados em itálico. Já circularam informações sobre quais serão os oito esquadrões (número planejado, que poderá mudar) que deverão receber o Rafale e, embora ainda haja especulações a respeito, principalmente relacionadas às bases em que serão abrigados (não necessariamente as atuais para todos), a informação sobre o reequipamento com o Rafale está destacada abaixo, em seis dos esquadrões atuais.

Não estamos colocando na conta o 5/2 “Côte d’Or” de Dijon que, apesar de estar na relação de esquadrões de caça do Armée de l’air, é uma unidade de treinamento, equipada com os Alpha Jet – mas, como já foi uma unidade equipada com aeronaves de combate, o futuro poderá reservar surpresas.

O requerimento total de aeronaves Rafale para o Armée de l’Air é de 234 unidades, e da Aéronavale  é de 60. Porém, os pedidos firmes até agora são de 82 para a primeira e 38 para a segunda. Espera-se que a dotação de cada esquadrão da Força Aérea Francesa seja mantida em 20 aeronaves (como é o caso do 1/7 “Provence”) o que, multiplicado por 8 esquadrões, daria 160 caças (fora a reserva técnica). Assim, especula-se sobre outros esquadrões poderem receber o Rafale (ou outros serem criados, como foi o caso do 1/91 “Gascogne”, e fala-se nos esquadrões “Alsace” e “Lorraine”). E também fala-se em um número final menor do que o requerimento total. Só o futuro dirá.

De qualquer forma, é certo que uma quantidade proporcionalmente menor de aeronaves Rafale substituirá uma quantidade maior de outros modelos (Mirage 2000 C, -5, D e N, além dos últimos modelos de Mirage F-1 em operação, sem contar o Jaguar, que saiu de cena do 1/7 “Provence” pouco antes deste receber o novo caça), o que será compensado pela capacidade superior do Rafale, além de se alinhar com a racionalização, ou “enxugamento” de forças que há mais de uma década vem sendo a tônica nas forças aéreas europeias. O Rafale foi criado justamente para isso.

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  • Régiment de chasse 1/30 “Normandie-Niemen” – Colmar – Equipamento atual: Mirage F-1CT – deverá operar o Rafale
  • Escadron de chasse 1/12 “Cambresis” – Cambrai – Equipamento atual: Mirage 2000 C
  • Escadron de chasse 2/12 “Picardie” – Cambrai – Desativado – Estava equipado com Mirage 2000 C
  • Escadron de chasse 3/11 “Corse” – Dijoubuti – Equipado com Mirage 2000 C e D

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  • Escadron de chasse 1/7 “Provence” – St Dizier – Equipamento atual: Rafale
  • Escadron de chasse 1/91 “Gascogne” – St Dizier – Ativado recentemente. Recebendo atualmente o Rafale
  • Escadron de chasse 2/5 “Ile de France” – Orange – Equipamento atual:  Mirage 2000 C – Deverá operar o Rafale
  • Escadron de chasse 1/4 “Dauphiné” – LuxeuilEquipamento atual: Mirage 2000 N
  • Escadron de chasse 2/4 “La Fayette” LuxeuilEquipamento atual: Mirage 2000 N – Deverá operar o Rafale
  • Escadron de chasse 3/4 “Limousin” Istres Equipamento atual: Mirage 2000 N

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  • Escadron de chasse 1/3 “Navarre” – Nancy – Equipamento atual: Mirage 2000 D
  • Escadron de chasse 2/3 “Champagne” – Nancy – Equipamento atual: Mirage 2000 D
  • Escadron de chasse 3/3 “Ardennes” – Nancy – Equipamento atual: Mirage 2000 D

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  • Escadron de chasse 1/2 “Cicognes” – Dijon – Equipamento atual: Mirage 2000 – 5 – Deverá operar o Rafale
  • Escadron de reconnaissance 1/33 “Belfort” – Reims – Equipamento atual: Mirage F-1 CR
  • Escadron de reconnaissance 2/33 “Savoie” – Reims – Equipamento atual: Mirage F-1 CR

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FONTE e FOTOS: Sirpa Air / Armée de l´air

NOTA do BLOG: o autor deste post defende a opinião de que a aviação de caça da FAB também deveria ser racionalizada no futuro, no que se refere a um número mais enxuto de esquadrões de primeira linha – porém equipados com um número maior de aeronaves por esquadrão, como os 20 que devem equipar cada unidade de Rafale do Armée de l’air.

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