A visão da RUAG suíça sobre o programa de substituição do F-5
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A empresa aeroespacial e de defesa RUAG, da Suíça, que pelo histórico em programas de caças do país tem interesse direto na concorrência entre Rafale, Typhoon e Gripen, publicou em seu site respostas a diversas questões, após a decisão por este último para a substituição parcial dos já envelhecidos F-5 suíços.
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A RUAG se define, em seu site, como um grupo tecnológico internacional, entre os grandes. Sua base é na Suíça (Berna), mas vem se expandindo no atendimento a clientes mundiais em dois mercados: aeroespacial e defesa. Visando esses mercados, é dividida em cinco áreas: RUAG Space, RUAG Aviation, RUAG Technology, RUAG Defence e RUAG Ammotec. Com instalações fabris tanto na Suíça quanto na Alemanha, Áustria, Suécia, Hungria e EUA, o grupo emprega aproximadamente 7.500 pessoas (4.000 na Suíça).
O grupo foi fundado em 1999 como empresa privada, mas seu acionista majoritário é a Confederação Suíça. A parte de aviação militar tem raízes históricas na estatal F+W Emmen e a produção sob licença de caças a jato avançados em suas épocas como o Mirage III (década de 1960) F-5 (anos 1970 e 1980) e, mais recentemente (anos 1990), o F-18 Hornet. Por tudo isso, vale a pena ver algumas respostas (certamente a perguntas elaboradas pela própria empresa) que ela está divulgando em seu site a respeito da recente escolha suíça pelo Gripen, e pensar no que essas respostas sinalizam ao mercado e à opinião pública.
Isso porque é provável que essa nota à imprensa, datada desta última quarta-feira (7 de dezembro) seja uma resposta a notícias da mídia suíça de que a empresa tivesse influenciado na decisão pelo Gripen – é o caso de notícia veiculada no domingo pelo jornal Basler Zeitung. A matéria diz que “novas evidências mostram que a decisão da concorrência dos caças pode ter sido tomada há tempos. É o que mostra um dos grandes beneficiários da escolha pelo Gripen, a companhia estatal de armamentos RUAG.” A matéria fala sobre uma “aliança pelo Gripen”, mas não é muito clara nos argumentos e nem traz muitas novidades para quem acompanha o assunto aqui no Poder Aéreo. Para acessar o texto original em alemão, clique aqui.
1. Qual a opinião da RUAG sobre a decisão pelo caça Gripen?
A RUAG está satisfeita que uma decisão tenha sido tomada. Porém, ainda é muito cedo para comentar a fundo a decisão, especialmente porque nenhum contrato foi assinado.
2. Qual a estratégia da RUAG para o programa de substituição parcial do F-5 (partial Tiger replacement)?
A RUAG assinou cartas de intenção (não são contratos) com todos os três competidores (Dassault, EADS, Saab) de forma a participar dos acordos de offset (compensações) no caso de um novo avião ser comprado, e assim gerar valor na Suíça.
Como um parceiro tecnológico da Força Aérea Suíça, é importante para a RUAG também ser o centro de excelência em MRO (maintenance, repair and overhaul – manutenção, reparo e revisão) para qualquer nova aeronave. Em termos gerais, o foco da RUAG aqui é na transferência de tecnologia para as Forças Armadas da Suíça e nos empregos qualificados no país.
Afinal, uma encomenda da magnitude do programa de substituição parcial do F-5 – e isso se aplica a todos os competidores (Dassault, EADS, Saab) – criaria e garantiria paroximadamente uma centena de empregos de alta tecnologia adicionais na RUAG, isso na longa duração.
3. Qual o competidor preferido pela RUAG?
A decisão pelo programa de substituição parcial do F-5 está nas mãos do Conselho Federal Suíço, e da população suíça se for necessário. Nesse assunto, a RUAG é neutra.
As cartas de intenção assinadas com os três competidores são comparáveis quanto à colaboração com a RUAG. Essas cartas de intenção são confidenciais, e formam parte das ofertas dos três competidores à armasuisse (agência suíça responsável pela aquisição de produtos de defesa).
Como já ocorria, a RUAG mantém relações de negócio com todos os três competidores (Dassault, EADS, Saab) de forma equivalente.
4. Qual a visão da RUAG sobre acordos de offset (compensações)?
A RUAG aproveita a oportunidade de usar os acordos de offset para constuir e manter relações de longa duração com clientes e parceiros, para garantir a transferência de tecnologia e conquistar crescimento com novos clientes internacionais a partir dessa base.
5. Há planos para a RUAG receber encomendas substanciais como parte da cooperação nos novos desenvolvimentos da aeronave?
A decisão sobre quais cooperações terão vez no futuro desenvolvimento de qualquer nova aeronave está com os políticos e a armasuisse, não com a RUAG.
Como ocorreu com os caças F-5 e F A/18, no caso de qualquer novo avião é do interesse da RUAG oferecer produtos e serviços conectados à nova aeronave, e isso serve para clientes internacionais também. Fazendo isso, a Suíça é beneficiada devido à economia de escala e custos mais baixos. Esse interesse se aplica a todos os três competidores de maneira igual.
6. A RUAG prefere um novo caça ou uma modernização?
A decisão está nas mãos dos políticos e da armasuisse. O fato é que a RUAG poderia, com muita certeza, ser capaz de manter o F-5 operacional pelos próximos anos, e também de modernizá-lo. Deve ser considerado, contudo, que os custos de manutenção para aeronaves mais velhas crescem com o tempo.
FONTE/FOTOS: RUAG (tradução, adaptação e edição: Poder Aéreo)
Os Suiços ao contrário do Brasil, considerou inviável a modernização dos seus F-5E, e provavelmente eles devem estar ainda em bom estado…
Aqui o programa original de modernização dos F-5E , ok, agora, será que vale a pena modernizar os F-E jordanianos?
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