Alunos da UnB iniciam intercâmbio na Ucrânia na área de foguetes
Na antiga União Soviética, quando ainda imperava a guerra fria, a Universidade Nacional de Dnipropetrovsk, na Ucrânia, não recebia estrangeiros. Localizada a a 376 km da capital Kiev, a academia era responsável pela construção de mísseis intercontinentais. Hoje, toda a tecnologia de foguetes ucraniana está nessa instituição. Nesta semana, dez estudantes de pós-graduação da UnB começam um período de sete meses em Dnipropetrovsk, onde farão cursos em diferentes áreas da aeronáutica para finalizarem suas dissertações de mestrado. “É possível aprender a teoria na UnB, mas na Ucrânia eles poderão ter uma experiência prática”, explicou Paolo Gessini, professor adjunto de Engenharia da Faculdade UnB Gama e um dos organizadores do intercâmbio. “Será uma experiência muito boa para a UnB e para o Brasil’.
Pedro Kaled, mestrando em Ciências Mecânicas contou que a preparação para a ida ao centro especializado em tecnologia aeroespacial exigiu um grande esforço por parte dos estudantes, incluindo aulas de russo pagas por eles mesmos. O interesse de Kaled é aplicar os conhecimentos adquiridos para ser projetista e unir componentes como motor, tanques de combustível e a carga útil dos veículos. “Os ucranianos montam foguetes com a mesma naturalidade que os brasileiros montam carros”, afirmou. Outra preocupação do aluno é com a temperatura. Nesta época do ano os termômetros marcam uma média de 15 °C negativos. “Nunca enfrentei uma temperatura dessas. Só um pouco menos de 0 °C nos Estados Unidos, mas há muito tempo”, explicou.
A expectativa de Jeferson Chaurais também é grande. “Quero ir lá para ver como as coisas são feitas e aproveitar a experiência para o meu mestrado em controle de veículos lançadores”, afirmou. Assim como Kaled, o catarinense Jeferson gostaria de integrar a empresa Alcântara Cyclone Space (ACS), criada em 2003 com capital 100% público, metade brasileiro, metade ucraniano. No segundo semestre de 2013, a empresa binacional deve lançar o seu primeiro foguete, o Cyclone 4, com capacidade de colocar na órbita terrestre até três satélites.
A única mulher do grupo, Adriana Elisa, estudante de Engenharia Elétrica, pretende aprender detalhes sobre otimização de trajetória de foguetes. “Além da língua e da cultura, quero entender como traçar o melhor caminho para o satélite utilizando a menor carga”, disse Adriana. Como o sistema de intercâmbio não é fechado, a aluna explicou que pretende ter contato com várias áreas, mas que pretende focar em controle e automação, tema de seu mestrado.
O professor Manuel Barcelos, que dá aulas de de Termodinâmica, explica que a ideia de intercâmbio partiu da Embaixada da Ucrânia, que há três anos buscou a UnB para estreitar relações entre os dois países. A partir disso foi criado um comitê formado pelos professores da UnB Geovany Borges, Carlos Gurgel, José Leonardo Ferreira, o próprio Manuel Barcelos e mais recentemente, o professor Paolo Gessini. O grupo fez uma visita à Universidade Nacional de Dnipropetrovsk e, em 2009, o reitores José Geraldo de Sousa Júnior e Nikolay Polyakov assinaram um acordo de cooperação.
O financiamento das viagens e custos dos estudantes brasileiros vem de uma parceria entre o CNPq, a Agência Espacial Brasileira, a UnB e a ACS. O professor Gessini garante que a troca de experiências também favorece o país do leste europeu. “Os ucranianos são muito bons em propulsão sólida e líquida, mas nós somos muito bons em propulsão híbrida”.
FONTE: UnB
Aí está o caminho correto para se transferir (prender, assimilar) tecnologia: pesquisa e aplicação.
Se vai dar certo não sei, mas o caminho é este. Fora isto, a TT é meramente um ente comercial, de marketing ou o que o valha.
Olha o tamanho desse booster…
Poderia ser um ICBM.
Os ucranianos sempre foram bons nisso.
E este seria o modo correto de absorver alguma tecnologia. Aliada a estas iniciativas também precisamos de um orçamento decente para o desenvolvimento dos programas.