AASM
O AASM (Armement Air-Sol Modulaire) é uma arma guiada de precisão de fabricação francesa, que entrou em serviço operacional em 2006.
O programa de desenvolvimento começou em 1997, quando a DGA (direction générale de l’armement) lançou uma concorrência internacional para o projeto da arma. De 31 empresas que participaram, a Sagem levou o contrato no ano 2000.
A primeira campanha de testes começou em 6 de dezembro de 2004, terminando em 26 de junho de 2005. Embora demonstrando excelentes resultados, esta campanha mostrou a necessidade de alterar algumas das características aerodinâmicas da arma.
Em seu estado atual, o AASM é capaz de recuperar a altitude na fase final do voo, a fim de obter um ângulo mais forte com mais energia cinética. Isso é particularmente útil contra alvos duros e bunkers.
A França demonstrou ter uma necessidade operacional de 3.000 unidades da nova arma (2.000 para a Força Aérea e 1.000 para a Marinha). O ASSM existe em duas variantes: décamétrique tout temps (todo tempo com CEP de 10m) e précision métrique jour/nuit (bom tempo dia/noite com CEP de 1m).
A versão précision métrique também usa guiagem por infravermelho e guiagem adicional por GPS/INS da décamétrique tout temps.
Cada Força na França receberá 50% de cada variante. A Índia demonstrou interesse na arma e ela deverá ser exportada para clientes operadores de Mirage 2000 e futuramente o Rafale, ao contrário do SCALP-EG, que tem restrições.
O custo total de desenvolvimento do AASM chegou a 408 milhões de euros.
Características operacionais
O AASM é uma arma ar-superfície do tipo “fire and forget” (dispare e esqueça) e “stand-off”, com alcance de 15km para lançamentos à baixa altitude e 50km em altas altitudes. A arma pode ser lançada do Mirage 2000 e pelo Rafale.
Cada míssil pode ser mirado em alvos independentes, que serão atingidos com uma precisão de 10m na versão de guiagem inercial/GPS e com poucos metros na versão guiada por infravermelho.
O AASM é uma bomba de 250kg que segue em trajetória balística, guiada por um kit de guiagem na frente na traseira. A guiagem é híbrida (filtragem Kalman) combinando a posição dada pelo receptor GPS e os dados inerciais fornecidos por um giroscópio/acelerômetro (IMU = Inertial Measurement Unit).
Quando o AASM é carregado no avião, o sistema “alinha” seu sistema de navegação com o sistema de navegação inercial do avião. O filtro Kalman do AASM passa a operar no modo “alinhamento em voo”.
O “alinhamento em voo” significa que a IMU do míssil recebe os dados de navegação da aeronave e ajusta seus próprios dados “navegando lado a lado”. Se a aeronave transportadora da arma decolar de um navio-aeródromo, o AASM faz um alinhamento similar (“alinhamento no mar”), para coincidir com o sistema inercial/GPS do navio-aeródromo, desenvolvido pela Sagem.
Quando o AASM é disparado, ele é guiado autonomamente através dos sistema de navegação híbrida de um ponto de lançamento, cujas coordenadas foram preparadas juntamente com o plano de voo da aeronave lançadora, usando um sistema digital de planejamento de missão.
Existem outras versões do AASM em estudos para desenvolvimento: um kit para bombas de 1.000kg e 500kg, uma versão guiada a laser e outra por radar. Outros conceitos também estão sendo analisados, como uma versão anti-radar, com data-link, submunição, com cabeça de penetração melhorada e uma versão antinavio.
Eis um tema interessante para divulgação e debate , sitemas de armas. Já foi postado diversas materias sobre o assunto mas vale a pena condensar e dar continuidade. Para mim que sou leigo seria extremamente interessante. Acho que pros mais experientes tambem.
Inclusive no aspecto da evolução das gerações dos diversos tipos de armamento.
Motta, Concordo inteiramente com o amigo, indo e voltando… já tô pensando nas ladeira de Olinda com seus inúmeros blocos e troças carnavalescas… realmente sistemas de armas é um assunto essencial para se entender a guerra, particularmente a moderna. Este sistema francês está sendo testado em combate e pode ser uma alternativa interessante aos americanos, dependendo do preço é claro. Mas acredito que seria importante uma ‘visita’ aos atuais sistemas de armas congêneres israelenses, normalmente efetivos e mais baratos, inclusive com sérias possibilidades de fabricação no Brasil. Outra alternativa é estabelecer parceria, joint venture, sociedade ou seja lá que raio… Read more »
Só não foi falado uma característica interessante dessa “bomba”. Ela possui um motor foguete que funciona por alguns segundos aumentando o alcance e a possibilidade de atingir alvos bem fora do eixo longitudinal do caça. Isso na prática a torna um “míssil” e não propriamente uma bomba. A versão de precisão “métrica” usa um sensor de imagem IR com guiamento automático, sem necessidade de intervenção humana, mesmo porque a AASM não possui data-link. A cabeça de busca pode travar no modo LOBL (travamento antes do disparo) com o piloto designando um alvo na tela antes da bomba ser lançada, ou… Read more »