Alphajets franceses e F-5M (B) espanhóis, lado a lado
Foto de intercâmbio entre a Força Aérea Espanhola e a Força Aérea Francesa mostra, lado a lado, treinadores que operam desde o início e o final dos anos 70. Até quando eles vão durar?
A foto acima é de um informe do Ejército del Aire (Força Aérea Espanhola) sobre a visita, à Base Aérea De Tavalera la Real, na espanha, de três treinadores Alphajet do Armée de´lair (Força Aérea Francesa), provenientes do esquadrão 1/8 Saintonge e liderados pelo comandante Tanguy Benzaquen. Em Talavera la Real opera a Ala 23, equipada com jatos F-5M (nova denominação espanhola para seus F-5B modernizados). O intercâmbio com os pilotos e aviões da Escola de Caça Franco-Belga de Cazaux deu-se entre os dias 12 e 18 de março.
Entre as missões realizadas no intercâmbio, figuram voos de familiarização, exercícios de ataque ar-solo e de combate ar-ar, estes últimos realizados junto à Ala 12 (que opera aeronaves F-18 Hornet). O objetivo foi realizar operações aéreas combinadas para avialiação das capacidades operacionais e troca de informações relativas a instrução de voo avançada (Fase IV), tarefa principal dos dois esquadrões.
A foto acima mostra duas gerações de treinadores avançados (embora o F-5B seja a versão biplace do F-5A, sua função nas forças aéreas que o operam/operaram, entre as quais a FAB, sempre foi a de conversão / treinamento, assemelhando-se muitíssimo em suas características com o T-38 Talon), representando os anos 1960 (F-5B, de projeto norte-americano) e 1970 (Alphajet, de projeto franco-alemão). Até que ponto eles são adequados hoje, e por quanto tempo ainda operarão, tendo em vista a introdução de aeronaves de combate de nova geração, Eurofighter e Rafale, nas duas forças?
A história dos F-5B /M espanhóis ajuda a entender o problema. Introduzidos em 1970 no Ejército del Aire (tecnicamente, o último ano da década de 60, mas deixemos esses detalhes de lado e pensemos em anos 1970, para facilitar) , para atender a um programa de aquisição iniciado em 1964, os F-5B são considerados, naquela força, como aeronaves com motores seguros e características de voo extraordinárias (lembrar que, junto com os F-5B, foi introduzida na mesma época na Força Aérea Espanhola a versão “guerreira” e monoposta, a F-5A. No total das duas versões, foram adquiridos 70 aviões, com produção sob licença).
O problema com os vetores, mais recentemente, era a aviônica defasada, pelo que foi modernizada nos últimos anos para adaptar o vetor às necessidades atuais de instrução de caça e ataque, constituindo o F-5B a etapa anterior do piloto antes de voar o Eurofighter.
A modernização dos F-5B espanhóis incorporou novos sistemas de navegação VOR/ILS e Tacan, sistemas de comunicação V/UHF, telas multifuncionais, computador de missão MDP, sistema inercial integrado EGI (INS/GPS), radioaltímetro, HUD e simulação de radar. Além disso, incorporou-se o sistema HOTAS (controles das telas e funções no manche e manete) e sistemas de gravação em vídeo e de planejamento de missões.
Estruturalmente, foram substituídas as longarinas inferiores e superiores da fuselagem dianteira, para que, em conjunto com as demais modernizações, a vida operacional do vetor pudesse ultrapassar a próxima década. Não sem razão, a nova versão passou a se chamar na Espanha de F-5M.
Ja os Alphajets são mais novos, tendo entrado em operação no Armée de l´air em 1979. Sem ter desempenho supersônico como o F-5B, o Alphajet tem no seu design uma preocupação muito maior com o treinamento (percebe-se isso claramente no design do canopi, que pode ser comparado nas fotos mais próximas), para o que contribui o fato de não ser também, no sentido estrito, uma aeronave de combate.
A própria história da introdução da aeronave (além da própria comparação com os F-5 das fotos) mostra isso. Antes dele, o Jaguar havia sido planejado como uma aeronave de ataque e treinamento, mas mostrou-se de operação cara para essa última função (embora tenha sido uma excelente aeronave de ataque). Por esse motivo, a França e a Alemanha desenvolveram o Alphajet visando a missão de treinamento, dado que a missão de ataque já estava muito bem atendida pelo Jaguar. Assim, a simplicidade, o baixo peso e os requisitos de treinamento foram perseguidos no projeto, e alcançados com sucesso.
Mas o tempo também há de chegar para os Alphajets do Armée de l´air, assim como chegou (e foi “enganado” por mais uma década) para os F-5 B do Ejército del Aire. Que vetor poderá substituí-los no treinamento avançado / LIFT (Lead In fighter Trainer, ou conversão operacional para a caça), levando-se em consideração o contexto atual? Lembremos também que iniciativas de treinamento em outros países também são alternativas (um exemplo é o programa oferecido pela Finlândia, que pode ser conhecido clicando-se nos três primeiros links da lista abaixo. Outro, é o “Eurotraining”, do quarto link).
FOTOS: Ejército del Aire
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Mais uma ótima matéria no blog, parabéns aos editores!
Só peço que evitem mostrar fotos de F5, visto que a FAB tem um amor platônico por esse vetor rsrsrs
Pois é, olha lá F-5 sendo usado como treinador…
Décadas atrás eu tinha a esperança de uma versão de treinamento avançado do AMX para disputar a substituição dos Hawk mundo afora. Essa janela de oportunidade – a partir do AMX, ou com outro projeto – a Embraer perdeu.
LBacelar em 31 mar, 2010 às 16:15:
Piada boba hein parceiro?
Desenho alemão e turbinas francesas. O AlphaJet deu um filhote, via Dornier, o IA 63 Pampa cuja principal diferença do seu papai é que o filhinho tem uma turbina.
Duas pergunta que não querem calar: precisamos de um treinador avançado (LIFT) ou o SuperTucano da conta? Quem seriam os continuadores da tradição do F-5? T-50 e Mitsubishi F-2?
José Maria Bravo em 31 mar, 2010 às 16:25
“Décadas atrás eu tinha a esperança de uma versão de treinamento avançado do AMX para disputar a substituição dos Hawk mundo afora. Essa janela de oportunidade – a partir do AMX, ou com outro projeto – a Embraer perdeu.”
Discordo meu caro: décadas atrás a Embraer era uma empresa pública… quem perdeu a janela de oportunidades foi o governo, que não investiu no projeto AMX o que ele merecia…
Sds.
Vader
vc concorda com alguma coisa?
LOL f5 usado na Espanha como treinador… isso não é no mínimo… preocupante?
abs
A FAB tem cinco F5B armazenados, porque não usa? É melhor aliena-los!
Bem, certa feira eu escrevi aqui que ACHAVA que o F-5 não servia como treinador avançado.
Os espanhois demonstram que estou errado…
..se bem que os F-5 brasileiros são versão E, e não A e B, o que pode causar muitas diferenças de desempenho.
Prezados A FAB padronizou seus F-5 biplace na versão Fox, com evidentes diferenças de desempenho. Se ainda existem eventuais Bravo estocados, certamento a relação custo/benefício contra-indica que se os coloque em operação. O problema maior de usar células antigas como atuais treinadores avançados não é tanto o desempenho (que a partir do alto-subsônico é o bastante), nem a capacidade estrutural, desde que esta ainda admita uma grande capacidade de manobra (alto G). O problema, como a excelente matéria denota, é a compatibilidade de sensores, comandos, controles, comunicações e apresentação de dados, com os caças de primeira linha. E aí, na… Read more »
ahh esses treinadores tem vida longa e terão, espero ver mais uns 12 deles na FAB, que por sinal terão vida mais longa ainda aqui no brasil
Claro que sim,Galileu. No Brasil continuarao sendo a espinha dorsal da FAR ate 2050,ao parecer. Fim de Março,e o FX-2 nada…como sempre. Continua a novela
FAR=FAB
QUIS DIZER FAB
Eles (França e Espanha) podem substituir o AlphaJET e o F-5B/M por um LIFT moderno como o M346.
No nosso caso, com a introdução do AT-29, e findo a vida útil dos F5Ms, feito o treinamento nos AT-29, fariam estágio em simuladores e iriam direto para um biplace do FX-2. Não vejo espaço para um LIFT da classe do M346 ou KAI-T50.
[]’s
poís é mas a lacuna do xavante quem cobre?
e o patrulhamento de aviões acima da capacidade do ST
quem faz fx-2 :-/ ?
t-50 e muito + muito acima das condiçãoes da FAB
eu gostaria de um prójeto de lift para satisfazer a demanda!
mas acho que ainda vamos atras de Gripens ou mirages de meia vida
ou um k-8 ou mig-at pelo preço.
mas a melhor opção real seria um M-346 montado no brasil sob licença
e seria bom…
NEIVA
SUPER TUCANO
M-346
RAFALE-BR
]Nick
estágio em simuladores e iriam direto para um biplace do FX-2
mas isso não seria inrrespossabilidade da FAB!
tem que ter algum treinador nem que seja pra da dois voo de ida e volta e perde a virgindade!
Robson em 31 mar, 2010 às 17:03
“Vader vc concorda com alguma coisa?”
Sim: com o fato de que o F-5 dá um bom treinador. Aliás, nada melhor para treinar do que uma aeronave de aerodinâmica “difícil” (pra dizer o mínimo), sem fly by wire.
Sempre lembrando que o lema tem que ser suar na paz para não sangrar na guerra.
Sds.
Jose Mari8a Bravo,
Mas, e se a FAB pegasse esses “Bs” e elevasse ao padrão M?
Caro Ezeca,
Os americanos mandam seus pilotos do T-38 Talon para os F-22… e eles não são biplace 🙂
E farão a mesma coisa com o F-35.. não haverá biplaces, Sairão direto do LIFT deles, o T-38(por enquanto); para o F-35 (quem não tem versão biplace) com estágio em simuladores.
[]’s
Prezado Fábio A tal seria preferível (padronização e desempenho) comprar mais alguns Foxes, que hoje se encontram baratos por aí, como demonstram nossas duas últimas compras da Jordânia. Mas não suprem a necessidade de uma “ponte” entre o AT-29 e o FX-2, pois, sobretudo, não é FBW. Essa característica é imprescindível para que o treinador simule o comportamento de mais de uma aeronave “de destino”, e até mesmo de mais de uma configuração de carga e missão de uma mesma aeronave. O antigo programa AX, da Embraer, que a partir da associação com os italianos foi abortado e deu lugar… Read more »
Nick
amigo endento teu ponto de vista mas os
EUA vão de lift-> simulador -> F-35
Brasil vão de ST -> simulador-> FX-2(biplace)
e como fica o adestramento em caças a turbina E A FORÇA G
de um caça
PS: eu não estou falando do pessoal na ativa em AMX,F-5 e mirage 2000.
-QUE JA DEVEM TER PENSAMENTOS NEGROS COM O ANDAR O FX-2-
OBG pela atenção Nick
abrs…
Mais uma prova da qualidade e durabilidade dos produtos Made in USA: os espanhóis ainda utilizando os seus F-5B. Há muito descataram os seus Mirage III (vendidos ou doados ao Paquistão). Os Mirage F-1 em breve serão aposentados (já foram oferecidos à Colômbia e à Argentina.Foram recusados). Mas os F-5B, ainda não têm prazo para se aposentar e são muito mais antigos do que os F-5E da FAB. O Chile aposentou os seus Elkan e Pantera e os F-5E continuam operacionais. A Indonésia, Taiwan, Coréia, Turquia, Suíça, Iran (com embargo que já dura mais de 30 anos, ainda os mantêm… Read more »
não reclamo dos ST como treinadores mais bem que a EMBRAER podia ganha um dinheiro com alguns AMX treinadores uns 30 ou 50 seria otimo acredito que o problema seria pegar o resto do progeto com a Italia.
Ja o ST com defesa de fronteira por enquanto esta otimo porque s unicos aviões que enterceptamos são tão lentos qu um caça não acompanham direito =/ mais futuramente seria bom uns caças pra fronteiras amazonicas.
F-5 nunca pensei que daria pra um treinador mais ele tem baixo custo de manutenção mais não deve ser como os treinadores alphajet e Hawk
Como bem lembrado pelo amigo Nick, o T-38 Talon na qual treinam os pilotos da USAF é em essência um F-5 mais fraco.
Sds.
Tem uma entrevista na revista Asas (Se não me engano de nov/2009), em que o Brigadeiro Sato deixa bem claro que os Mikes serão os substitutos do Xavante no treinamento dos pilotos.
Alguns especialistas se mostraram preocupados por isso, dizendo que o Mike é um avião bem arredio, mas sinceramente eu achei uma solução bem prática e barata para a FAB.
“Vader em 31 mar, 2010 às 16:25”
Ao meu ver é melhor fazer uma brincadeira boba p/ descontrair do que volta e meia largar um monte de bobeiras e fálacias pelo blog não é?
abraços
corrigindo… falácias*
Caro Ezeca, entendi sua preocupação. Todo esse treinamento que você refere, seria realizado nos Biplaces do Fx-2, para isso que eles são biplaces 🙂 Mas é claro , não tenho nenhum estudo dizendo que é mais barato sair do SuperTucano e ir para um FX-2 Biplace. Se operacionalmente e econômicamente for mais interessante a implantação de um LIFT, por que não? O maior problema que vejo, é o problema criado com mais uma linha logística e de manutenção. E digamos poucos ganhos além de fazer nossos pilotos a se acostumarem às reações de um caça a jato(maior velocidade, mais Gs).… Read more »
sem falar do maravilhoso cockpit do ST um motor helice tambem é muito mais barato de manter poruqe ele é a helice e Brasileiro.
acho que dos 99 ST ainda voam os 99
“blue shark em 31 mar, 2010 às 17:33 LOL f5 usado na Espanha como treinador… isso não é no mínimo… preocupante?” Blue Shark, só para esclarecer, os F-5B (agora denominados M na Espanha) são usados, mas pela própria Espanha. Foram adquiridos novos, em 1970, fabricados sob licença na Espanha, e não usados. O que não muda o fato de terem, hoje, praticamente 40 anos de uso, com perspectiva de mais uns 10 após a recente modernização nos sistemas e renovação de parte da estrutura. Algo que os espanhóis destacam, no site do Ejército del Aire, é que ao longo desse… Read more »
“Matheusts em 01 abr, 2010 às 12:27”
Matheusts, até onde sei a entrega de todas os 99 Super Tucanos encomendados pela FAB ainda não foi completada. Há pouco tempo, foi fabricado o 100º exemplar, e nesses 100 estão incluídos os entregues para a Colômbia.
Digitando Super Tucano no campo busca do Blog, pode-se acessar diversar matérias sobre a aeronave, entregas para a FAB, para outros países etc.
Outra coisa (para diversos leitores): Como alguns já comentaram, esqueçam os 5 F-5B da FAB, entre estocados no Parque de Material Aeronáutico de São Paulo e já mandados para museus. Eles fogem do padrão atual da FAB, de modelos E e F, e já foram desativados há muitos anos por esse mesmo motivo de padronização. Vale lembrar que a versão F (biposta do E) terminou seu desenvolvimento (primeiro voo em 1974)somente após a encomenda dos nossos modelos E, e por isso nossa versão biposta inicial foi a B. Para a Espanha, foi diferente: as versões que eles utilizaram, desde 1970,… Read more »
obviamente que o F-5M e bem ideal para o trabalho de “trainer”. Contra isso eu nao argumento. Mas tambem nao podemos continuar usando ele com o caça de primeira linha hoje no Brasil. Pelo menos uma duzia de F-18 como stopgap ate que acabe a novela interminavel de FX-2 algum dia termine. O problema e que enquanto a maioria dos viznhos brasileiros aumentam seus estoques de Sukhois,Mig-29s,F-16s e tal,o Brasil ainda continua estancado na decada de 70,com ilusoed de supeiroridade aerea so porque fazem duzias de “modernizacoes” nos seus F-5s.
nick
obrigado pela informação do ST em G,tinha lido ser proximo de 2 G.
talvez meu medo esteja exagerado mas a coisas que so aprendem
num trubina.
e com lift´s de baixo custo de manuteção como o mig-at, poderimos evitar o risco/necessidade ecônomica de pular ou catalizar etapas pela hora de voo do fx-2(Rafale).
poís apesar da compra de um excelente vetor ainda não sei como essa conta vai fechar.
e FELIZ PÁSCOA A TODOS!!!
[]´s