YAT-29

Por 1o. Ten.Av. FABIAN Antônio Machado

O trabalho a seguir ganhou o Prêmio Pacau Magalhães-Motta, ano de 2005 no.1. O conteúdo do texto reflete a opinião do autor, quando não citada a fonte da matéria, não representando necessariamente, a política ou prática da Associação Brasileira de Pilotos de Caça ou do Comando da Aeronáutica.

RESUMO
Esse trabalho faz uma análise da eficácia do armamento ar-ar do AT-29. Duas situações operacionais são definidas para estabelecer o desempenho de mísseis ar-ar lançados pela aeronave. Começará descrevendo o histórico das operações do AT-27 Tucano na região amazônica em missões de Defesa Aérea, destacando a carência de infra-estrutra ao apoio das operações. Logo após, fará uma comparação do armamento de cano do AT-27 com o do AT-29.

Em seguida listará as necessidades em logística, manutenção e treinamento necessárias ao emprego de um míssil ar-ar. Verificará que são elevadas as necessidades de infra-estrutura de apoio e as restrições impostas às operações fora de sede.

Serão propostos dois cenários de emprego do AT-29 no Brasil com a descrição dos possíveis oponentes. Algumas considerações sobre os envelopes infra-vermelhos(1) serão feitas sobre as diversas situações de engajamentos sob os enfoques ofensivo e defensivo.

Em seguida, estabelecerá o desempenho cinemático do míssil contra os possíveis alvos, apresentando a variação no alcance máximo de um míssil ar-ar quando lançado de uma plataforma de baixa performance em relação a outra de alta performance.

Finalmente, concluirá sobre as relações de custo e benefício dos armamentos estudados com relação ao cenário de emprego e à missão a ser executada.

CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO

 

Quantas vezes você já viu uma foto como esta publicada em uma revista especializada em Defesa nos últimos meses?

AT-29

Nela observamos uma aeronave AT-29 Super Tucano equipada com dois mísseis ar-ar de curto alcance MAA-1 ( míssil ar/ar) Piranha.

A aquisição de uma aeronave ou de um armamento deve ser precedida de uma análise do ambiente operacional na qual será empregada. Para fins deste trabalho será considerada a região amazônica como aquela definida pelo Comando da Aeronáutica para o emprego dessa aeronave.

Assim, conhecendo-se as condições ambientais da Amazônia, as hipóteses de conflito na região, os possíveis alvos e oponentes, a missão das unidades operadoras e o desempenho da aeronave e do armamento, pode-se avaliar a adequabilidade e a eficácia dessa configuração armada. Além disso, a experiência da Força Aérea com o míssil Python-3 dá razoável noção dos requisitos de logística, manutenção, treinamento e do preço de aquisição de um item bélico como esse. Tal conhecimento também será considerado nesse estudo.

É de vital importância que a aquisição dessa arma somente se transforme em realidade após um estudo técnico completo da relação entre custo e o benefício da inclusão desse míssil na suíte de armamentos do AT-29. A operação de um item bélico complexo como um míssil requer grandes investimentos e só se justifica quando o seu desempenho atingir um nível desejado e aceitável pelo usuário.

Contra que tipo de alvo o AT-29 lançaria seus mísseis? E qual o seu desempenho nesses engajamentos? São perguntas que a FAB deve, obrigatoriamente, responder antes de investir seus recursos.

Neste trabalho serão tecidas considerações sobre os fatores logísticos e, principalmente, operacionais que seriam relevantes em situações de emprego.

Considerando o exposto, é necessário conhecer o histórico das operações e equipamentos usados na região amazônica até a entrada em serviço do AT-29.

CAPÍTULO 2 – HISTÓRICO

Na região norte do país o AT-27 tem cumprido missões de Defesa Aérea em sede e em diversas localidades de desdobramento determinados pelo COMDABRA. As Ordens de Alerta (OALE) determinam freqüentes operações em localidades remotas e com quase completa ausência de infra-estrurura como Maturacá, São Gabriel da Cachoeira, Iauaretê, Vila Bitencourt, Estirão do Equador e Tabatinga.

Em tempo de paz os alvos nessas missões são os tráfegos ilícitos que empregam aeronaves de pequeno porte, tipo Cessna 206. O armamento utilizado pelo 1o/3o G.Av. e 2o/3o G.Av. consiste em duas metralhadoras Mag 7,62 mm.

CAPÍTULO 3 – SITUAÇÃO ATUAL

3.1 A ENTRADA EM SERVIÇO DO AT-29

 

Analisando-se o ganho operacional com a substituição do AT-27, sob o enfoque do emprego em missões de Superioridade Aérea, verifica-se um sensível aumento da velocidade de cruzeiro e razão de subida, expressiva melhoria na aviônica embarcada e um incremento do poder de fogo .

Para o emprego ar-ar é interessante avaliar as vantagens das novas metralhadoras .50 pol. do AT-29 com relação as Mag 7,62 mm do AT-27. A tabela abaixo demonstra uma comparação das duas aeronaves utilizando os critérios de Potência de Fogo(2) e Fator de Letalidade(3) .

Aeronave / arma Potência de Fogo (kg/s)(por arma) Fator de Letalidade (WF.V2.10-8)
AT-29 / .50 pol 1,00 10,65
AT-27 / 7,62 mm 0,16 01,69

 

Onde “V” é a velocidade do projétil na boca do cano e “WF” é a potência de fogo em lb/min.

Verifica-se que as metralhadoras do AT-29 são seis vezes superiores as Mag 7,62 mm do AT-27 em ambos os critérios de comparação. O próprio alcance efetivo, sem considerar precisão do conjunto de pontaria, passa de 1800 m para 3000 m. Tais vantagens se refletem diretamente na capacidade de abater alvos aéreos. As aeronaves de pequeno porte operadas por traficantes de drogas e contrabandistas na região ficam bastante vulneráveis a essa arma.

Python III

3.2 LOGÍSTICA, MANUTENÇÃO E TREINAMENTO

A experiência da FAB com o Python-3 nos dá alguns subsídios importantes para operação de um míssil ar-ar, principalmente numa região com carência de infra-estrutura. A título de exemplificação, cita-se parte das necessidades de logística, manutenção e treinamento requeridas:

  1. A armazenagem do míssil montado requer um paiol exclusivo. A necessidade da estocagem do míssil pronto reside no elevado tempo de montagem, comprometendo o pronto emprego da UAe. Mesmo no caso do artefato desmontado, deve-se obedecer a compatibilidade de material explosivo conforme prevê a tabela contida na MCA 135-2, Manual de Segurança de Explosivos. No caso específico do MAA-1, a cabeça de guerra, booster, motor foguete e seeker devem ser estocados em paióis diferentes.
  2. O paiol e o hangar de vôo devem também possuir aterramento. Essa necessidade permanece em caso de operação fora de sede com a aeronave configurada com o míssil real.
  3. A localidade sede da UAe deve possuir, ainda, as bancadas de testes para a manutenção de nível operacional e intermediário. Obviamente esses serviços incluem procedimentos que necessitam mão de obra especializada. Tais equipamentos necessitam de aferição periódica. Os testes realizados incluem o autodiretor(4) , o lançador, o sistema pneumático e eletrônicos.
  4. A Unidade de Suprimento de Gás (GSU) é um equipamento de solo que faz a recarga das garrafas de Nitrogênio usado na refrigeração e no movimento do autodiretor no modo “uncage(5)” de operação do míssil. A GSU necessita de energia 210/230 V, ar comprimido de 90 a 120 PSI e de suprimento de Nitrogênio na especificação prevista (99,99 % de pureza). Isso é um fator que restringe os possíveis locais de desdobramento. Como uma garrafa de Nitrogênio dura apenas alguns vôos, o abastecimento desse gás passa a ser um fator que deve ser considerado no planejamento de operações fora de sede. A GSU pesa aproximadamente 500 kg e seu volume é de 2 m2. A rigor não é um equipamento móvel.

Em situações reais quando o aeródromo de desdobramento não possuir tais equipamentos, a unidade aérea enfrentará serias restrições para operar com o míssil. A alternativa então é deslocar-se com uma quantidade de garrafas já carregadas. O transporte da GSU ou das garrafas requer uma disponibilidade de transporte aéreo extra. Provavelmente o MAA-1 tenha um consumo de Nitrogênio menor que o Python-3 porque utiliza o gás exclusivamente para a refrigeração do autodiretor, no entanto essa restrição deverá ser considerada.

5. Além da necessidade de treinamento da manutenção, o treinamento operacional dos pilotos é bastante específico. Inclui instruções teóricas, inspeções externas, cheques operacionais em vôo, crítica-foto ou vídeo específica, familiarização com o envelope, desempenho e limites da aeronave configurada e, principalmente, o exercício de disparos dentro dos envelopes cinemáticos e IR do míssil.

 

CAPÍTULO 4 – ANÁLISE OPERACIONAL

Podemos imaginar duas situações que justificariam o emprego do AT-29 com mísseis ar-ar de curto alcance no TO ( Teatro de Operações) amazônico.

A primeira situação de emprego do AT-29 com mísseis ar-ar é o uso dessa arma para o tiro de destruição (TDE), mesmo em tempo de paz, contra tráfegos ilícitos de pequeno porte equipados com motores a pistão. A faixa de preço dessas aeronaves é de US$ 300.000,00.

O fator relevante para o sucesso de um tiro míssil contra tais alvos é a capacidade do MAA-1 de obter o “lock-on” IR(6) em aeronaves turbo-hélice e convencionais. Esses mísseis são projetados para abaterem alvos com motores a jato. Os dados de desempenho do seeker, em relação a assinatura IR dos mais diferentes tipos de alvos, não são fornecidos pelo fabricante. Isso equivaleria a desenhar o espectro de radiação IR de todos o motores aeronáuticos em diversas aeronaves e em diversos regimes de potência e compará-lo com a sensibilidade do seeker do míssil.

A produção desse conhecimento é de essencial importância na avaliação em questão. Não se pode adquirir uma arma se o seu desempenho contra os inimigos que são julgados prováveis é desconhecido.

A fim de verificar a degradação do desempenho do “seeker” do Python-3 quando utilizado contra aeronaves turbo-hélice, o 1o/14o G.Av. realizou uma missão utilizando um F-5E como caçador e um AT-27 como alvo. Em todos os engajamentos, independentemente do regime de motor do AT-27 e o “angle-off”(7) de apresentação a distância de obtenção do tone míssil(8) foi inferior a 1 milha náutica.

Conclui-se que o míssil consegue o traqueamento somente a pequenas distâncias. Essa característica diminui uma das grandes vantagens do míssil: poder abater alvos a distâncias maiores que as possíveis com o canhão.

Não se tem conhecimento nas últimas décadas de uma aeronave ou helicóptero equipados com motores convencionais ou turbo-hélice abatido por um míssil ar-ar IR de curto alcance. A baixa emissão IR do alvo, entre outras, pode ser a causa. Cita-se três exemplos: Um C-130 argentino abatido nas Malvinas (derrubado por um elemento de Sea Harrier com canhões de 30 mm), um H-60 Hawk americano no Iraque (tiro fratricida de um F-15 com um AAM (“air to air missile” – míssil ar/ar) de médio alcance guiado por radar ) e um OV-10 Bronco venezuelano (abatido por disparos de 20 mm de um F-16 ).

A vantagem de se abater uma aeronave com um míssil consiste principalmente na possibilidade de se efetuar o disparo com alta probabilidade de sucesso a uma distância consideravelmente maior que a possível com o tiro canhão. Caso se verifique que a distância máxima para emprego do míssil nessas condições seja baixa e próxima a distância útil de tiro tenso, o emprego do míssil não se justifica operacionalmente.

Devemos ainda considerar a queda de desempenho aerodinâmico que o AT-29 sofrerá quando configurado com esse armamento devido ao aumento de peso e arrasto. Atualmente ainda não dispomos destas informações.

Com relação aos custos temos que considerar a justificativa para empregar um míssil de US$ 90 000,00 parar abater uma aeronave de US$ 300 000,00 quando o mesmo efeito pode ser obtido com alguns projéteis de metralhadora .50 pol.

A segunda hipótese seria o uso desse armamento como meio de autodefesa contra aeronaves de alta performance que, embora supersônicas, entram em combate aéreo com número Mach próximo de .90.

Combate em semelhante situação ocorreu na Venezuela na década de 90 por ocasião de um conflito interno quando um F-16 abateu um OV-10 Bronco. A falta de meios de autodefesa por parte do OV-10 teria sido determinante para esse desfecho.

Operando-se rotineiramente com um míssil ar-ar, toma-se contato com conceitos altamente relevantes operacionalmente que são normalmente desconsiderados por quem não domina completamente o assunto. Um deles é o conceito de envelope cinemático(9) . Ele define o alcance efetivo (máximo e mínimo) do míssil conforme variam a velocidade do lançador e do alvo, nível de vôo, posição relativa alvo e lançador e carga “g” exercida pelo alvo. Ao consultar o manual do míssil, verifica-se que a amplitude dessa variação é muito elevada conforme altera-se, por exemplo, a velocidade diferencial. Deve-se ter muita reserva ao se tomar conhecimento do alcance de um armamento divulgado por um vendedor ou revista “especializada”. Devemos nos ater às condições para qual esse dado é valido.

Vamos citar como exemplo o alcance máximo do Python-3 lançado a 20.000 ft de altitude, considerando alvo não manobrável (1 g) com 90o de “angle-off” em duas combinações de velocidades:

Condição de sobrevelocidade Alcance Máximo Lançador a 1.2 Mach X Alvo a 0.6 Mach 21.970 ft (3.66 nm) Lançador a 0.6 Mach X Alvo a 1.2 Mach 9.500 ft (1.58 nm)

Condição de sobrevelocidade Alcance Máximo
Lançador a 1.2 Mach X Alvo a 0.6 Mach 21.970 ft (3.66 nm)
Lançador a 0.6 Mach X Alvo a 1.2 Mach 9.500 ft (1.58 nm)

 

Concluímos que para as condições citadas o alcance do míssil varia em 130%. Tem-se uma medida da influência do fator velocidade do vetor lançador no desempenho de um míssil.

Podemos fazer uma simulação de um combate aéreo entre uma aeronave F-16 e o AT-29. Como a Ordem Técnica do MAA-1 ainda não está disponível, utilizaremos os dados técnicos do Python-3, afim de exemplificar o desempenho de um míssil genérico de terceira geração.

Para esse exercício considerar-se-á a arena(10) no FL 100, posições de tiro com angle-off de 90o (3-9 h) e 0o (6 h) e alvo com 1 g. O F-16 provavelmente faça o disparo próximo a 0.90 Mach (500 KIAS/600 KTAS ) e o AT-29 com 250 KIAS (300 KTAS). Essas velocidades foram tomadas como as mais próximas da realidade nos momentos iniciais do combate.

Inicialmente vamos considerar o AT-29 como lançador. Sua velocidade verdadeira em ISA +10oC é de 300 KT e seu número de Mach nessas condição é de 0.45. As cartas de desempenho cinemático do Python-3 mostram velocidades de referência de 0.6, 0.9 e 1.2 Mach. No entanto, é definido um fator de correção que permite simular esse engajamento: alvo com 0.90 Mach e lançador com 0.45 Mach. Em seguida inverte-se as posições de caçador e alvo, mantendo-se os demais parâmetros inalterados. Obtém-se os o seguintes resultados:

AT-29 com 0.45 Mach
F-16 com 0.90 Mach
FL 100 (ISA+10o C)
Alvo 1 g

 

Alcance máximo Alcance máximo
0o (6 h) 90o (3-9 h)
Lançador AT-29 x Alvo F-16 5 650 ft (0.94 nm) 9 750 ft (1.62 nm)
Lançador F-16 x Alvo AT-29 12 300 ft (2.05 nm) 16 400 ft (2.73 nm)

 

Verifica-se que o alcance do míssil lançado do F-16 é muito superior. Às 6 horas do alvo, entre uma e duas milhas o F-16 pode obter parâmetros sem permitir o oposto. Devido à alta velocidade diferencial (300 kt), o F-16, mesmo que permita a aproximação do AT-29 as suas seis horas, irá obter uma separação de mais de uma milha em, no máximo, onze segundos. Nesse intervalo de tempo o piloto do AT-29 deverá ser capaz de apontar para o alvo, colocá-lo no FOV (“field of view” – campo de visada) do míssil, obter o lock-on IR e dispará-lo. Ultrapassado esse tempo ou 0.94 nm o míssil não terá energia para atingir o alvo. Devemos considerar também que o AT-29 não possui radar de bordo. Durante o combate a avaliação de distância deve ser feita pelo piloto porque não haverá um símbolo de “in range(11) ” no seu HUD (“heads up display”).

Deve-se considerar que a rapidez de lançamento está diretamente relacionada com a razão de curva utilizada pelo lançador. Pois para ser lançado o míssil precisa ter o alvo dentro de seu FOV que fica alinhado a zero grau com o eixo longitudinal da aeronave. Caso o piloto tente aumentar sua razão de curva na tentativa de apontar para o alvo mais rapidamente pode ultrapassar a carga “g” sustentada e degradar sua energia e velocidade, diminuindo ainda mais o alcance do míssil.

A manutenção de elevadas velocidades sempre foi recomendada no combate aéreo. Antigamente com os conceitos de combate para emprego de armamento de cano, ela era necessária para que a carga “g” e a razão de curva ideais pudessem ser atingidas, que as separações fossem efetivas, etc. Agora, no combate com míssil de terceira geração, ela é necessária para, ofensivamente, maximizar o alcance de disparo ou para, defensivamente, colocar-se fora do envelope cinemático do míssil inimigo.

Devido à baixa velocidade do AT-29 com relação aos seus possíveis oponentes de alta performance, concluímos que um míssil ar-ar de curto alcance é pouco eficiente como arma de autodefesa nessas condições. Porém, essa desvantagem reduz-se consideravelmente ou inverter-se quando é empregado contra aeronaves a jato de médio desempenho, como o AT-37 Dragonfly e o MB 339, outros turbo-hélice e helicópteros.

Uma situação extrema é o lançamento de um míssil ar-ar por um helicóptero. Sabe-se que isso é possível e vários aparelhos tem essa capacidade. O fator redutor no alcance, principalmente quando o alvo é muito mais veloz, impede seu uso nesses casos. Como o helicóptero mais veloz é muito mais lento que o AT-29, o alcance efetivo do míssil é mais drasticamente reduzido. Por isso, na prática, um piloto de uma aeronave de alta performance tem pouco a temer de um oponente muito mais lento mesmo que armado com mísseis de curto alcance.

Voltando ao engajamento com o F-16, como auto defesa o AT-29 teria muito mais sucesso procurando a evasão a baixa altura, forçando o oponente a um tiro de cima para baixo. O solo é também fonte de energia térmica que provoca muito ruído de fundo (interferência) na faixa do IR. É comum o acoplamento do míssil em alvos falsos nessas condições. Caso o piloto da aeronave de alta performance opte pelo uso do radar a fim de avaliar a distância, esse equipamento deverá possuir, obrigatoriamente, capacidade “lock-down(12)” . O disparo sem o uso do radar é possível, porém caberá ao piloto avaliar se o alvo está dentro do alcance do seu armamento. A manutenção do contato visual torna-se crítica devido a alta velocidade diferencial e à camuflagem da aeronave com o terreno.

Sob o aspecto defensivo outro fator a favor da aeronave turbo-hélice é a sua baixa emissão IR quando comparada à aeronaves a jato.

CAPÍTULO 5 – CONCLUSÃO

Seção de guiagem e do Controle MAA-1 prontas para a entrega na Mectron

Verificamos que a experiência na operação do Python-3 revelou as razoáveis exigências de logística, manutenção e armazenagem necessárias à operação de um item bélico como um míssil ar-ar. Esses requisitos podem tornar-se críticos quando as UAe têm necessidade de se deslocar com freqüência numa região carente de infra-estrutura, principalmente na conjuntura atual de restrições econômicas do Ministério da Defesa.

Na hipótese de ser usado como arma para abater aeronaves de pequeno porte com motor a pistão, o míssil tem sua capacidade de detecção indeterminada. Porém os indícios práticos são de que o lock-on IR somente seria obtido a distâncias muito baixas devido a pouca emissão de calor dos alvos. Além disso, a arma passa a ter um preço muito elevado em relação ao alvo a que se propõe a abater. Nessa situação o armamento interno do AT-29 é eficaz, barato e não degrada o desempenho da aeronave lançadora.

Na segunda hipótese de emprego concluímos que o míssil torna-se pouco eficiente como arma de auto defesa contra aeronaves de alta performance. Devido ao diferencial de velocidade desfavorável, o alcance máximo de lançamento é drasticamente diminuído.

Além da finalidade puramente dissuasória, a única justificativa operacional restante é o seu uso contra aeronaves a jato de desempenho intermediário.

FONTE: ABRA-PC

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

  • 1 – RAFAEL IND, Israel – Python-3 Missile Pilot Manual F-5 Aircraft, 1998.
  • 2 – Grupo de Instrução Tática e Especializada. Armamento de Cano, CPEAAe. Parnamirim, 1999 (Apostila).
  • 3 – Nordeen, Lon O. Helicopter Air-to-air Combat – Ready or Not? Air Forces Monthly Magazine, n. 171, p. 68-74, jun. 2002.
  • 4 – BRASIL, Ministério da Aeronáutica. COMGAP. MMA 135-2, de 11 Set 80. Manual de Segurança de Explosivos.
  • 5 – EMBRAER, Manual de Municiamento, Emprego de Armamento e Tabelas Balísticas da Aeronave T-27, OTFN IT-27-33 e 34-2. São José dos Campos, 1994.
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Antonio M

Muito bom esse artigo, muito elucidativo. Foi o que li de um especialista: é preciso voar as máquinas para conhecê-las, dominar seu comportamento para torná-la eficaz para se criar as doutrinas, onde é levado em conta tudo que está na reportagem como quem são os inimigos em potencial, tipos de agressores, influência do meio-ambiente. O Supertucano tem missão definida e não pode ser sozinho responsável pela defesa aérea da região. E fica a dúvida: muito se fala dos caças multimissão mas, neste caso qual seria o custo de manter um único tipo de aeronave mais capaz (Grippen por exemplo) que… Read more »

Alex Nogueira

Caraca, nunca imaginei que o emprego de mísseis teria que ter um estudo tão técnico. Realmente o uso de mísseis ar-ar pelo Super Tucano é válido somente em cenários com muitos Helicópteros de ataque e outros aviões de desempenho semelhantes, caso contrário é .50 mesmo.

alfredo.araujo

Mto bom trabalho!!

A parte 4 nos deixa clara a vantagem de aeronaves com capacidade de supercruiser em relação as outras… O alcançe das armas cresce significativamente sem q a autonomia diminua por causa do uso de pós-combustão…

Nao q isso tenha sido citado no trabalho, mais ao fazermos uma analogia do assunto com o nosso FX2 vemos q o Gripen NG, ao se autodeclarar possuidor da capacidade de voo supercruiser em configuração Ar-Ar, se sobressai na função de caçador…

Ponto para o relatório técnico da FAB !

Nick

Parabéns belo post!

Muito interessante essa análise de engajamento contra um caça de alto desempenho como o F-16… resumindo, um AT-29 não teria muitas chances… Se houver a possibilidade de caças oponentes estarem voando na região os ST nem deveriam sair das bases. Haveria a necessidade de se fazer uma “limpeza” ou voar com proteção dos nossos caças.

[]’s

Fmonteiro

O artigo mostra que mesmo com os misseis modernos a capacidade cinemática do avião conta e muito.
É por isso que o analista australiano Carlo Kopp bate tanto na tecla da capacidade cinemática para os caças de combate.

Wagner

Excelente explicação !!

Wagner

e eu pensando tambem que era só colocar trilhos de sidewinder em qualquer coisa voadora e pronto ! ah ah ah !

Braziliano

Será que vem daí a vantagem da FAB ter um caça “LOW”, que obviamente não é função para o ST.

É uma pena que não vamos ter um casamento tipo GRIPEN E/F BR (low) com o SU-35 (high).

Theo Gatos

Realmente abater um cesninha sem capacidade nenhuma de revidar com um missil de 90 mil, quando você pode sem maiores temores se aproximar, ajustar o angulo e abater a mesma aeronave com munição .50 a alguns reais por projétil seria um grande desperdício. Muito bom o post! Além disso o ST não tem como missão dissuadir um F-16, certamente se a ameaça fosse essa os F-5 seriam enviados. O ST pode manter a vasta região amazônica livre de narcotraficantes em avioes de pequeno porte a um custo muito menor do que o de um jato supersônico e inclusive realizar missões… Read more »

Bosco

Sem entrar no mérito do artigo e tendo em vista apenas a troca de informação, atualmente devemos levar em consideração 2 fatores em relação ao combate aéreo com mísseis, que de certa forma sinalizam uma mudança de paradigma. O primeiro é a introdução dos radares de tecnologia AESA. O segundo a introdução dos mísseis de curto alcance com seekers de formação de imagem, típico dos mísseis de “Quinta Geração”. Antes do advento dos radares de varredura eletrônica e mais especificamente dos AESA, a detecção de alvos com RCS de um caça estava limitada a distâncias que não ultrapassavam 50 a… Read more »

Glasquis7

Já debati isso há alguns anos com um “deslumbrado” que jurava que o A29 tinha radar de alvos.

O problema é, como colocar um radar numa aeronave que tem um motor no lugar do de normalmente os caças levar os seus radares?

A função do A 29 e COIN com vocação CAS. A que cumpre muito bem.

Tentar usar ele pra outras missões é algo que supera o seu envelope de missão.

Caipira

Resumindo…Desperdício total equipar ST com mísseis ar-ar? Cagadinha da FAB?

Glasquis7

Não tem “cagada” da FAB.

Se faz o estudo como em qualquer outro caso pra verificar a efetividade do material em diversos cenários.

Aliás, isso demonstra o alto grau de profissionalismo e a seriedade da FAB que antes de adotar esa ou aquela possibilidade bélica no seu material, realiza estudos criteriosos sobre as possibilidades de emprego dos seus médios.

Storm

O Trabalho é muito bom e explicativo.

Fica claro que é inviavel a utilização de mísseis ar-ar no ST, não vale a pena, por vários motivos dentre os quais altos custos de operação e infraestrutura para poucos cenários possíveis de utilização.

Como sabemos O ST não foi projetado para esse fim, e o estudo prova isso; e mostra ainda a grande evolução do AT-29 em relação do AT-27

Mas fica a pergunta: Porque destas fotografias de ST armados com mísseis e voando sobre a Amazônia? Propaganda pra dissuadir e confundir nossos vizinhos?

Leonardo Costa da Fonte

Só há 2 respostas para sua pergunta. 1) A compra do MAA-1 foi apenas uma forma de manter a viabilidade financeira da Mectron. 2) Corrupção. Alguém ganhou dinheiro para por em prática esta ideia estapafúrdia! Há anos que eu critico esta piada. Alguém, finalmente, colocou o dedo na ferida.
Só não falou ainda que o PK do míssil está em 3%. Ou seja, não funciona!!!

OTV

Isto é um pequeno artigo, sobre um tipo de míssel, usando por um determinado vetor (eita..to aprendendo mesmo), em determinado cenário.
Agora vem uns atletas de final de semana dizer que a escolha do FX2 é política.
Eu li tudo umas 3 vezes, e duas coisas eu consegui concluir:
1) que eu posso ler mais 100 vezes e não vou entender nem a metade do que o autor escreveu.
2) Fico feliz ler estes tipos de artigos, mesmo sem entender, pois são nacionais.
Parabéns ao autor.

Francisco AMX

Conclusão: Apesar de concordar com o mestre Bosco, poucos países possuem mísseis IR de última geração, mas mesmo assim fica nítido a provável perda de eficiência de um míssel allspect lançado para trás ou para um ângulo de 90graus, tendo melhores chances se for lançado dentro de um envelope mais “suave”… a velocidade do caça é preponderante! logo caças “puro-sangue”, que conseguem atingir velocidades rapidamente frente ao opisitor, levariam vantagem… logo: O SH, caça de grande arrasto, mais lento para atingir velocidades ideais, com razão de subida bem menor que um Rafale, teria alguma dificuldade em engajar um caça como… Read more »

luis alberto

Aproveitando o gancho de um comentarista, espero que os amigos tenham percebido a importancia da caracteristica supercruiser nas modernas aeronaves de caca. Por esta e outras que o relatorio da FAB eh correto ao definir as prioridades de aquisicao dos novos cacas da Forca Aerea.

Francisco AMX

Continuando…

A Saida para a FAB é comprar um NG com 3 metracas .50 de cada lado?? parece!
pois o clima que o artigo passa é que a FAB é precária em até poder manter um míssel IR em condições…
A pergunta que fica é: PQ comprar caças modernos? pq manter os que temos??

Sds!

Francisco AMX

Nenhum dos concorrentes do FX-2 tem supercruiser de fato! atingir a velocidade Mach 1, em condições favoráveis não conta nada! foi isso que aconteceu com o NG e com o Rafale… supercruiser quem tem é o Typhoon e o F-22, mesmo assim o Typhoon tem restrições tb!

Sds!

Leitor

Post de alto nível. Parabéns ao autor e ao blog!

Berkut

Muito Bom o artigo! Esclarecedor, sobretudo para aqueles que acham que manual de fabricante ganha a guerra. Porém merece algumas considerações: 1. Na primeira Parte o autor elucida a ineficácia de mísseis IR contra alvos que não tenham propulsores a jato. Depois compara o envelope do A-29 (justamente um turbo-hélice) contra um F-16, ambos com o Python 3…. 2. Qual seria o piloto doido de A-29 de entrar em um combate com um f-16 no FL 100? 3. Quem foi que algum dia pensou em cogitar que o A-29 fosse superior na arena AA ao f-16??? 4. É exatamente por… Read more »

Bosco

Francisco, que existem diferenças cinéticas favoráveis ao Rafale se comparado com o Super Hornet parece não haver dúvidas. Dúvidas existem se essas diferenças fazem a diferença (desculpe o trocadilho), na hora do combate. Claro, sempre levando em conta que os caças estariam armados com o que podem de melhor. Vale salientar que as diferenças pró Rafale não fazem deste um caça diferente. Ambos são caças de alto desempenho, e o texto do post deixa claro tratar da análise de uma aeronave de baixo desempenho em relação a uma de alto desempenho. Hoje, levando-se em consideração caças de alto desempenho (SH,… Read more »

Berkut

Resumindo é o seguinte: A aeronave de alta performance se quiser “evita” muito facilmente o tucanão, mas se o piloto sismar de entrar em dogfight com ele…vai se arriscar sim senhor!E é pra isso que os mísseis estão lá!

vou além…. se o F-16 não pegar na primeira passagem, enche a mão e corre que o tucano já curvou* a muuuuito tempo! ehheeh

Sds!

*o raio de curva do tucano e infinitamente menor que o do Falcon!

XXX

Sou piloto de caça e já combati muitas vezes em cenários do tipo “dog fight” contra aeronaves de baixo desempenho (Xavante). Uma lição foi aprendida: Nunca cometa o erro de, estando em uma aeronave do tipo F-5 ou superior, engajar combate “mano a mano” com ela, baixando a sua velocidade e perdendo energia. Na minha opinião, o uso de um míssil do tipo MAA-1 pelos ST tem utilidade operacional e evitará que uma aeronave interceptadora entre com tranquilidade em sua arena de combate. Caso cometa esse erro, aconselho ao piloto do ST a baixar o máximo possível sua altura (desviando… Read more »

Bosco

Berkut, “Na primeira Parte o autor elucida a ineficácia de mísseis IR contra alvos que não tenham propulsores a jato. Depois compara o envelope do A-29 (justamente um turbo-hélice) contra um F-16, ambos com o Python 3” não é bem assim. rsrsr Só para que tenhamos uma idéia mais de 200 helicópteros soviéticos foram derrubados por mísseis Stingers (orientação IR e lançados do solo) quando da ocupação do Afeganistão pela URSS. Ao Stinger foi creditado até como sendo o grande responsável pela expulsão dos soviéticos do Afeganistão. Existem mísseis e mísseis. Que há uma degradação de algumas faixas do IR… Read more »

OTV

Bom o artigo não analisa o desempenho do A-29. É um artigo que analisa a necessidade de se gastar mirradas verbas públicas em um equipamento que exige muito de logistica, e que seu desempenho no A-29 estara sendo inferior ao que se espera do míssel. Ou seja análise CUSTOxBENEFÍCIO para se adquirir e manter este míssel na suite de armamentos do A-29 (acertei? é suite de armamentos mesmo?) para emprego na Amazônia. Para abater “teco-teco” de traficante uns bons tiros de .50 são eficientes e baratos. Mas não há somente aeronaves miliraes de alto desempenho operando na região amazônica. Logo… Read more »

Fabio

Se o estudo é viável ou não, é de grande valia e aprendizado por parte da FAB. O Super Tucano é um primor de aeronave. E somente fazendo testes e experiências é que se chega lá !! se cresce e desenvolve. Quem não erra nunca aprende. A FAB está certa. Deixemos os super tucanos para o trabalho de patrulhamento e combate ao contrabando e narcotrafico. Aliás… contrabando e narcotráfico é nossa principal guerra. FOGO PESADO NESSA TURMA FAB !!! PONTO CINQUENTA NA BUNDA DOS TRAFICAS !!!

Berkut

Bosco,

Como a propria designação já diz… são mísseis de “AUTO-DEFESA” (no caso de utilizados contra aereonaves de alta performance) e pra essa função são mais do que adequados, ou a .50 seria mais adequada?
Não vamos confundir as funçoes das duas aeronaves utilizadas no comparativo… como queria me fazer entender anteriormente: niguem nunca esperou que A-29 saia por ae abatendo F-16, mas espera-se que possa se defender.
Se estamos falando sobre o equipamento e táticas ideais… o o ideal é simplesmente… ficar longe de um f-16, com ou sem Pynthon 3…

abrção,

Berk

Berkut

XXX,

auhuah…falou e disse!! 100% correto!

relampago

na minha modesta opiniao,se existirem ucavs sobrevoando nosso
territorio serao abatidos.

OTV

Berkut análise geral do texto perfeita.

Bosco

Berkut,
concordo plenamente. Até helicópteros, de desempenho cinemático muito inferior ao do AT=29, são armados com mísseis para auto-defesa.
Um abraço.

João

Olá pessoal, queria aproveitar o espaço para comentarios de não-assinantes para agradecer vocês por todo os dias ter noticias sobre a nossa FAB e as outras. Tenho 16 anos e ano que vem vou fazer o concurso para Oficial Aviador na AFA, queria fazer uma sugestão de alguma matéria mostrando como é lá, ou falando mais da AFA. Não estou exigindo nada, ou sendo folgado, peço desculpas se parecer isso. É que assim como eu, tem vários outros interessados, mas não se ouve muito dela. Abraços a todos e parabéns sempre pelo profissionalismo, sei que esse post não tem nada… Read more »

G-LOC

As fotos do MAA-1 no ALX são boas para propaganda.

Em 1991 os Mirages F-1 do Kuwait derrubaram uma boa quantidade de helicópteros iraquianos com o Magic II no calor do deserto. Também usaram o canhão.

Com o A-Darter o ALX teria realmetne uma boa capacidade de auto-defesa. Seria apontado pelo capacete, não tendo que apontar a aeronave para o inimigo, e com um alcance bem maior.

OTV

Vou mais além Bosco: O texto não analisa a necessidade ou não de um sitema de auto defesa no A29, o que vi no texto (não posso analisar a parte técnica do texto, isto é com os especialistas ou pelo menos com quem já esta acostumado com os termos e seus significaodos) mas sim a análise de um tipo de armamento, o Python-3. O autor somente alerta sobre a necessidade aquisição e custo de manutenção de tal armamento. Acho o texto não é nem recado para a FAB, mas para alguns “especialistas” que lêem manual de fabricante e tentam empurrar… Read more »

Clésio Luiz

“Não se tem conhecimento nas últimas décadas de uma aeronave ou helicóptero equipados com motores convencionais ou turbo-hélice abatido por um míssil ar-ar IR de curto alcance.” Durante a guerra do golfo, um Mi-8 foi abatido por um Tomcat com um míssil Sidewinder. Hoje em dia, os sensores dos mísseis são muito mais sensíveis do que os do Python 3. O sensor do AIM-9X por exemplo consegue enxergar o formado do alvo, ao invés de um ponto borrado. Então o alcance de detecção varia entre os mísseis. E quanto ao envelope, as últimas versões do R-73 russo tem mais de… Read more »

Bosco

Lendo o texto mais atentamente vi que o Python III é de 3ª geração. Não havia me dado conta disso antes. Teoricamente um SRAAM de terceira geração tem capacidade all-aspect, mas realmente a sensibilidade do seeker não deve ser tão alta a ponto de detectar e travar em uma aeronave turbohélice a partir de grandes distâncias, devendo ficar mesmo na casa da 1 milha. O calor de uma aeronave se deve principalmente dos gases de exaustão e das estruturas que envolvem o bocal de exaustão da turbina e do corpo da aeronave devido ao atrito com a atmosfera. Claro que… Read more »

Berkut

“Não se tem conhecimento nas últimas décadas de uma aeronave ou helicóptero equipados com motores convencionais ou turbo-hélice abatido por um míssil ar-ar IR de curto alcance.”

isso ae é facil de verificar, só dar uma passada no database da ACIG (www.acig.org)

http://s188567700.online.de/CMS/index.php?option=com_content&task=section&id=5&Itemid=47

Alexandre Galante

Clésio Luiz, cuidado com essas distâncias ditas por revistas e propaganda de fabricantes. Na realidade, esses alcances são bem menores, como disse o aviador no artigo. Decidi publicar esse texto para mostrar que não basta pendurar mísseis ar-ar no A-29 para transformá-lo num interceptador. Existem muitos detalhes técnicos, muitas variáveis, que mostram que não vale a pena, para a missão do avião. Quase ninguém notou que no texto o autor mostra que não há infraestrutura nas bases de fronteira para acondicionar os mísseis. Não adianta ter o míssil se você não tem um paiol adequado para ele. No mais, o… Read more »

Bosco

Clésio, o AIM-9X Block 2 terá um alcance nominal de 40 km (claro que em CNTP rsrsrsss) mas não pode travar em um alvo tão distante antes do lançamento por conta própria. Para isso ele terá que ser designado pelo radar ou por um IRST, orientado via data-link e travar no modo LOAL (travamento depois do lançamento) quando o alvo estiver no alcance do seu seeker. O R-73 deve usar também o sistema LOAL, ou se conseguir travar em um alvo tão distante (30 km) mesmo antes do lançamento, só se o alvo for um caça com pós-combustores acionados e… Read more »

Edinilson

Engracado como certas coisas se tornam obvias depois que alguem explica.
Porem, fiquei preocupado – como alguem que citou o fato acima – com o fato de o autor partir do pressuposto de que a FAB nao em capacidade logistica de manter misseis na regiao Amazonica. Quer dizer que os AH-2, por ex, soh portarao foguetes burros? Nao ha modernos misseis russos no carrinho de compra junto com o Mi-35?

JZG_Pedro

Bem bacana o post!

É bom trazer luz à realidade dos mísseis e à tradicional eficiência do armamento fixo..

Clésio Luiz

Alenxandre, Bosco: Como eu havia dito, basicamente não discordo do autor. Para a missão atual, interceptar aeronaves contrabandistas, as .50 são até “overkill”. Porém… Como qualquer um sabe, temos que estar preparados para tudo. Temos que ter planos para TODOS os cenários com que possamos (razoavelmente) nos deparar. Imaginem um ST engajando um Hind com essas .50. Agora elas não parecem tão eficientes assim, não é? Quando citei o AIM-9X e o R-73 não sugeri engajamentos à longas distâncias, nem que deveríamos usar o ST como aeronave de superioridade aérea. Eles foram exemplos para mostrar que mísseis com envelopes muito… Read more »

Bosco

Clesão,
eu entendi perfeitamente seu comentário. O meu foi só no arrasto do seu. rsrs
Um abraço

Paulo Costa

Bom artigo,bem dentro do nosso ambiente Amazonico e fronteiriço.
Mas na Europa Central,ou Asia aonde o ambiente é mais denso de
aviões ,helicopteros,subsonicos e outros turbo helices,deve ser
valido o uso de misseis all aspect.Não lembro qual o Mirage tem na asa um reservatorio de nitrogenio,para duas cargas do Missil IR.

Deivid

parabens para o autor ficou show,a sim…os MAA-1 não parecen eficientes para os nossos AT-29 temos que ter um missel com un maior alcance e principalmente maior mobilidade,pois os A-29 não se mechen tanto quanto un avião a jato(de preferencia um frabricado pelo Brasil)

ps:desculpen a ignorancia mas oque é “ir”

e mais uma coisinha,o artigo não falou muito do python-3,como ele se sairia?

OTV

Edinilson o autor não disse que a FAB não tem capacidade logística para ter este ou qualquer outro míssel. O que o autor do texto diz é: que este tipo de armamente exige um estrutura logistica muito técnica e bem estruturada, mas de obra especializada a FAB tem, e muito bem especializada, mas de forma geral a região amazônica é carente de todo tipo de infraestrututa, e as FFAA, e em especial neste caso a FAB, não escapam a deste problema. O que o autor diz, ou que eu entendi, é um alerta sobre a aquisição deste armamento para ser… Read more »

Vitor

Sempre tive essa duvida. Muito bom o texto. Muito explicativo. Obrigado!

Bosco

Deivid,
o artigo se referiu somente ao Python 3. Por ele não ter as especificações técnicas pertinentes ao MAA-1 (que pode ser usado pelo A-29) ele usou as referências contidas no manual e nas tabelas do Python 3 por serem mísseis semelhantes e da mesma geração (?).
IR significa “infra-vermelho” em inglês.

Leonardo Costa da Fonte

Bosco, há alguns anos um colega de Forum postou a seguinte história. Ele estava num “open day” de uma base área, onde vários equipamentos estavam expostos para a visitação pública. Entre os visitantes havia alguns oficiais de alta patente. Um dos pilotos de F-5 começou a explicar como era performance do MAA-1 ao grupo de oficiais. O colega forista disse que o piloto do F-5 afirmou para este grupo de oficiais que o PK do MAA1 era de 3%!!!!!

Felipe Cps

Artigo Excelente e muito explicativo.

E o pior de tudo é que ainda tem blogueiro que duvida das capacidades da FAB em se auto-determinar e determinar qual o melhor equipamento para ela mesma e para a realidade brasileira. Só podemos lamentar o posicionamento destes…

Sds.

Leonardo Costa da Fonte

Não entendi sua colocação. A integração do Maa1 ao A-29 é a prova que a FAB não sabe determinar qual o melhor opção técnica, nem financeira, ou que está se deixando influenciar por interesses financeiros escusos.

MHenrique

Excelente matéria!!!

Sopa

“Não se tem conhecimento nas últimas décadas de uma aeronave ou helicóptero equipados com motores convencionais ou turbo-hélice abatido por um míssil ar-ar IR de curto alcance. A baixa emissão IR do alvo, entre outras, pode ser a causa”

E aquele caça russo não lembro qual derrubou o UAV (predator) com um missil, até tá no youtube. Só pra constar!!

Att.